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Uma pessoa tem de ser necessariamente generosa consigo mesma para conseguir meditar.

meditar durante um mês

o desafio da Helena Martins:

"a meditação ajudou-me a ter mais paciência - com os outros, mas sobretudo comigo mesma, a ser mais tolerante e a ter mais resistência à frustração. Parte deste impacto teve a ver com o quão dificil é meditar e o quão bom é também. Uma pessoa tem de ser necessariamente generosa consigo mesma para conseguir meditar"

A minha amiga Helena Martins decidiu meditar todos os dias durante um mês; estava curiosa quanto ao que ela diria da experiência, e aqui vai:

"Em setembro tentei meditar todos os dias de manhã durante 20 minutos.

Nem sempre consegui. Isto quer dizer na verdade duas coisas: nem sempre consegui a disciplina de estar 20 minutos sentada em silêncio a tentar meditar de manhã (e percebi que ao final do dia eu, pessoalmente, medito pior e nem sempre consigo ficar acordada a meditar) e que nem sempre a meditação correu especialmente bem.

No entanto, há várias coisas que tenho a assinalar desta experência que quero manter como um hábito (por isso já dá para perceber que foi boa):

  • a meditação ajudou-me a ter mais paciência - com os outros, mas sobretudo comigo mesma, a ser mais tolerante e a ter mais resistência à frustração. Parte deste impacto teve a ver com o quão dificil é meditar e o quão bom é também. Uma pessoa tem de ser necessariamente generosa consigo mesma para conseguir meditar.
  • senti que tinha (e sinto que tenho) mais estratégias para lidar com situações dificeis. Sinto que em situações dificeis consigo facilmente entrar num estado "pré-meditativo" (que não é o mesmo que evitar a situação, é o exato oposto, é estar muito presente na situação, mas de forma calma e muito tranquila e segura) que é muito, muito útil do ponto de vista emocional e funcional.
  • Sinto-me mais capaz de lidar com contratempos, sinto mais confiança no dia a dia (em geral), tenho uma maior sensação de paz, tenho mais controlo sobre a dor, etc.
  • Sobretudo, sinto que estou mais presente no momento presente. Ainda deteto muitas coisas que quero mudar (claro!) mas sinto mesmo que estou mais presente no momento presente.

Esta experiência também serviu para uma série de outras coisas, e pos-me em contacto com algumas ideias, sites, autores e pessoas que eu não conhecia, um bocado na onda do zen ocidental."

Podem seguir a aventura na página dela Modo Zen.

 


"Uma das coisas que te apercebes quando observas a natureza do eu é que aquilo que fazes e o que te acontece são a mesma coisa. Ao te aperceberes que não existes separadamente de tudo o mais, percebes o que é a responsabilidade: és responsável por tudo o que experimentas. Não podes voltar a dizer, “Ele enfureceu-me” Como é que ele pôde enfurecer-te? Só tu podes enfurecer-te. Compreender isto faz mudar o modo de te relacionares com o mundo e de lidares com a tensão. Então apercebes-te que a tensão, que em geral tem a ver com separação, é criada pelo processamento mental das tuas experiências. Sempre que surge uma ameaça, um contratempo, um entrave, a nossa reação imediata é rejeitar, é prepararmo-nos mentalmente ou fisicamente para lutar ou fugir. Se te tornas no bloqueio – no medo, na dor, na cólera – e o vives plenamente, sem julgares ou sem fugires, deixando-o ir, deixa então de haver bloqueio. Na realidade não há maneira de saíres dele; não podes fugir. Não há nenhum lugar para onde fugires, não há nada donde fugires: és tu."

John Daido Loori

Ler a Parábola da Nora e da Sogra

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Margarida Cardoso
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