"Há sempre flores para quem as quer ver" Henri Matisse
Ontem celebramos a primavera, os novos rebentos, os novos começos, com um workshop orientado pela
Deidre Matthee. O trabalho final era uma colagem, e fomos convidados a incluir nesse trabalho algo do que os outros participantes partilharam. No início do workshop a Deidre contou como quando mais jovem para ela era muito fácil pura e simplesmente "mergulhar de cabeça", mas depois de vir para Portugal começou a ser mais cautelosa. Mas na semana passada teve um teste: esteve em Budapeste, para participar numa peça de Teatro, chegou no dia anterior à peça, nada preparada, nem sequer tinha feito um ensaio!
Refleti que para a vida também, não vimos preparados, não temos um ensaio geral. Por vezes mergulhamos, outras vezes avançamos cautelosamente. Vi a nossa experiência como um rio, um fluxo, mas um fluxo em que deparamos com cruzamentos, onde temos de tomar decisões, e por vezes "está escuro". Mas também temos encontros, e por isso a imagem da árvore, de novas folhas, sobrepunha-se à imagem do rio - há encontros, há novas folhas, e há companheiros para a nossa viagem.
Na minha experiência neste momento está muito presente a necessidade de "largar" de deixar para trás velhos padrões, e por isso a importância de começar de novo. Temos essa possibilidade, a cada instante. A cada instante encontramos-nos com um novo silêncio, abre-se uma nova porta. Qual o passo que escolhemos dar?