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Olá, estamos enviando o sexto número das Notícias do Campo, dessa vez sobre comida, carne e agrotóxicos.
Desejamos uma boa leitura e esperamos seus comentários!
O informativo para agentes da transição - 
agroecologia, soberania alimentar e movimentos sociais 
Mais informações
www.agroecoculturas.org 

Nº 6 - 21 de março 2017
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A época do jejum –

Uma oportunidade para uma reflexão

Os 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e a Páscoa são indicados pela Igreja para o jejum, e existem várias maneiras de participar desse retiro coletivo. Existem várias alternativas, muitas pessoas optam pela diminuição da produção de lixo, do uso do carro ou do consumo de energia e água, ou retomam as boas pretenções do início do ano para abandonar de vez o cigarro.
Em rela
ção à alimentação, ninguém espera que você se retire para o deserto para testar sua fé, ou que fique sem comer por quase sete semanas. Normalmente se reduz a quantidade de comida para perder aqueles quilos que ainda sobraram das festas natalinas, ou passam alguns dias fazendo um detox, comendo somente frutas e tomando sucos verdes. Outra opção é abandonar por um tempo o consumo de carne, e de outros produtos animais, e experimentar uma dieta vegetariana ou vegana. Isso é um desafio, que pode ter algumas consequências.

Aqui merece uma reflex
ão sobre o carnismo, como a psicóloga Melanie Joy denomina a ideologia - que nos permite comer alguns animais, como vacas e porcos, enquanto amamos os cachorros e gatos, por exemplo. Isso não seria possível sem uma certa esquizofrenia, com a qual conseguimos desligar os nossos sentimentos de empatia, que temos normalmente com os animais. Amamos os animais e os queremos proteger, quando os vemos nos despertam emoções e quando conhecemos um animal de perto, qualquer que seja, fica difícil de querer matá-lo para comer. Já quando o bife está no prato não fazemos a ligação entre o animal vivo e o que comemos.
Para Melanie Joy esse mecanismo está fundado no carnismo, que nos coloca como natural, normal e necessário comer carne, porque as coisas s
ão assim. Entretanto, cada vez mais pessoas não acham nem necessário e nem natural, as condições nas quais criamos animais em fábricas, onde sofrem na sua curta vida e são tratados de forma cruel. Não lhes parece normal maltratar seres, que também sentem e são inteligentes. Uma vaca que é separada do seu bezerro, chama durante dias por ele, e nada justifica nos alimentar com o leite, que é composto para fazer os bezerros crescerem rapidamente. Não é adequado para um bebê humano, quanto menos para uma pessoa adulta.
Criamos uma indústria monstruosa, que é capaz de sacrificar milhares de animais por hora, e que fez nossa sociedade ficar bem menos humana. Nos acostumamos com as prateleiras cheias de carne, os churrascos de domingo, com os quais acabamos nossa saúde e somente alimentamos as multinacionais das carnificeiras, que pactuam com a indústria farmacêutica para lucrar com o que comemos e com as doen
ças, nas quais essa dieta resulta.
Que tal ent
ão, passar essa época de jejum para experimentar uma dieta mais saudável, sem ingerir tanto sofrimento, que está empregnado em cada bife e cada coxinha de frango? Sei que é difícil no início, mas vale a pena experimentar. Você se sentirá mais leve, sem essa consciência pesada e ganhando saúde. O único perigo é que talvez, não voltará a consumir carne depois do tempo definido, quando descobre o prazer de um prato colorido, cheio de vida.

Atlas da Carne

O "Atlas da carne - fatos e números sobre os animais que comemos" é uma publicação da Fundação Heinrich Böll e mapeia a produção industrial de carne no mundo, mostrando que ela atinge recursos hídricos e solos, influencia as mudanças climáticas e aumenta a desigualdade. O consumo de água é para cada quilo de carne de 15 mil litros de água, além da contaminação pelos dejetos. 
A produção de carne está também relacionada com a expulsão de pequenos produtores e grupos indígenas das suas terras, aumentando a população em risco alimentar.
O Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, que é destinado sobretudo para ração animal. Ao consumir a carne, também se ingerem agrotóxicos, usados no cultivo. A produção da soja leva ao desmatamento dos biomas Amazônia e Cerrado. A maior empresa de processamento de carne, a multinacional JBS, tem sua sede no Brasil, com capacidade de sacrificar cerca de 70.000 animais por dia.

 
O Atlas está disponível para download aqui 
 
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Burger King é acusado de promover o desmatamento do Cerrado

 
Uma organização global que trabalha pela proteção do meio ambiente, a Mighty Earth, lançou recentemente o relatório "O Maior Mistério da Cadeia de Produção de Carne – Os segredos por trás do Burger King e da produção mundial de carne".
Baseado em imagens de satélites e drones, investigação e entrevistas junto a produtores brasileiros de soja, acusa a segunda maior cadeia de fast food do mundo, a Burger King, de comprar ração feita com soja vinda de áreas desmatadas do Cerrado brasileiro e de florestas da Bolívia, para alimentar o gado que produz a carne utilizada em seus hambúrgueres.
Atualmente 75% da soja é utilizada para rações, o equivalente ao total das áreas da França, Alemanha, Bélgica e Países Baixos juntas, é dedicado à produção de soja.
 
A soja produzida no Cerrado brasileiro é comprada por grandes multinacionais, como Cargill e a Bunge (fornecedoras do Burger King), que fabricam as rações. As companhias são acusadas de financiar a construção de estradas e outras infraestruturas para o agronegócio, e desta maneira, ter papel direto no desmatamento da região.
A moratória da soja, acordo firmado entre indústrias do setor do agronegócio (inclusive Cargill e Bunge), sociedade civil e governo, é visto como uma ferramenta para evitar o desmatamento no bioma amazônico. Com a moratória, hoje apenas 1% das novas plantações de soja na Amazônia brasileira é proveniente da destruição de florestas, enquanto no passado, este percentual chegou a 30%. O mesmo deve ser exigido para o bioma do Cerrado, onde nascem os principais rios do Brasil e existem especies únicas no mundo.

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Encontro Campo, Comida & Cidadania

Infelizmente tivemos que adiar o encontro online, vamos comunicar a nova data assim que concluirmos as entrevistas. Aqui apresentamos o trailer da conversa  com Fernanda Freire, ela é formada em Zootecnia pela UFC mas interessou-se pela Agroecologia ainda na Faculdade. Tem pós graduação em Agricultura Biodinâmica e foi a consultora da ABD (Associação Biodinâmica, Botucatu/SP) que certificou o primeiro assentamento do Ceará em OCS. Mudou-se para o interior de SP em 2013 e desde então tem trabalhado em parceria com a Fazenda da Toca, onde também desenvolve seu trabalho autoral de alimentação consciente do plantio até a gastronomia do dia-a-dia.
Inscreva-se já no encontro e receba um presente de boas vindas, o Guia do encontro "Campo, Comida & Cidadania".

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Encontro online Campo, Comida & Cidadania
Veja o trailer do diálogo com Fernanda Freire sobre a importância da alimentação com produtos orgânicos.

Desfazendo o mito da necessidade do agrotóxico
Desde a Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando foram inventados gases venenosos para matar os inimigos, a terra e todos os seres vivos foram sujeitos à aplicações de pesticidas, gerando um grande impacto. Quando a Guerra terminou, ainda sobrou tanto veneno nas fábricas, que os políticos acharam boa a ideia de utilizar o DDT, Glyphosat e outras substâncias tóxicas contra insetos, consideradas como “pragas”.  Durante as últimas sete décadas foram fabricados e aplicadas milhares de toneladas, alegando que não seria possível alimentar a crescente população mundial sem esse “mal necessário”, que vale cerca de U$ 50 bilhões por ano no mercado.
 
Agora especialistas da ONU declararam essa argumentação como mito, e acusam em seu relatório as multinacionais de utilizarem estratégias de venda agressivas e antiéticas, com um lobby forte para influenciar aos governos. As empresas não são responsabilizadas por aprox. 200.000  mortes por ano de envenenamento agudo, a extinção de espécies, inclusive das abelhas, e outros impactos sobre os ecosistemas. O Brasil lidera desde 2008 o consumo de agrotóxicos no mundo, submetendo a população a altas cargas de venenos. Já existem vários estudos que mostram, que a agricultura orgânica pode alimentar toda a população mundial.


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Eventos internacionais

A plataforma online #ChegaDeAgrotóxicos foi lançada no dia 16 de março, como  estratégia de mobilizar a sociedade na luta contra os agrotóxicos. Foi construída por diversas organizações, para explicar as ameaças de retrocessos na legislação de agrotóxicos e coletar assinaturas para pressionar pela Política de Redução de Agrotóxicos.
A proposta da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida é a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA), composta por uma série de medidas que restringem os agrotóxicos, e foi vetada pelos ruralistas.


Assine pela aprovação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos!


http://www.chegadeagrotoxicos.org.br/

Prefira alimentos ecológicos da agricultura familiar!

Eventos nacionais
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...e saiu mais um diálogo, esse vez sobre experiências agroecologicas no Rio Grande do Norte 

Diálogo sobre as experiências na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na Universidade Federal Rural do Semiárido, com os professores Fernando Bastos (UFRN) e Joaquim Pinheiro (UFRSA)



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