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Nesta edição: pontos de vista diversos, editoras recebendo originais, muitos livros para você colocar na sua lista.
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Sonhos, Imaginação & Fantasia - Edição #6 - Abril/2017

FAÇA O DOWNLOAD DE VIAGEM NA MAIONESE


Para quem é novo(a) por aqui (seja bem-vindo(a)!) ou para quem perdeu uma das edições anteriores, seguem os links para o download do e-book Viagem na maionese, que reúne microcontos de ficção especulativa.
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A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE DE PONTOS DE VISTA


Essa discussão outra vez, você deve estar pensando. Mas eu andei lendo algumas coisas sobre o assunto, e outras que não tinham muito a ver com o assunto, mas me fizeram pensar nele. E resolvi falar um pouquinho sobre isso.
 
Para ser sincera, embora estivesse matutando um pouco sobre esse assunto, não estava nos meus planos falar sobre ele nessa edição. Resolvi falar sobre isso por causa de um livro — que terminei de ler logo no dia anterior ao que escrevi esse texto. O livro é As águas-vivas não sabem de si, de Aline Valek.
 
Eu gostei bastante do livro. Ele conta a história de cinco pessoas — dois cientistas, dois mergulhadores e uma engenheira — que estão em uma missão a 300 metros abaixo da superfície do mar. O trabalho deles é pesquisar uma fonte hidrotermal e testar trajes de mergulho idealizados para suportar mergulhos a mais de 3 mil metros de profundidade. Apesar de ser protagonizado por Corina, uma mergulhadora, o livro explora o ponto de vista dos demais personagens — e também de diversas criaturas que habitam o mar, desde cachalotes até as águas-vivas que dão título à história.
 
E, embora Aline Valek não seja a primeira a explorar o ponto de vista de personagens não humanos, a leitura me deixou bastante pensativa. Quer dizer, se analisarmos a vida de alguns animais do nosso ponto de vista, como humanos, ela pode não fazer sentido. Afinal, muitos deles parecem viver para comer e se reproduzir, e não conseguimos imaginar nossa vida se resumindo a essas duas tarefas. Mas, será que do ponto de vista desses animais, não seria esse o sentido da vida? Será que para eles a nossa vida não pareceria ser sem sentido (isso é, se esses animais pudessem refletir sobre isso)? Sugiro que você leia também esse texto da Fernanda Castro, que saiu na newsletter Destinos Traçados, que é outro que explora o ponto de vista de animais. (E, claro, fica a recomendação para que você comece a ler As águas-vivas não sabem de si o quanto antes!)
 
Bem, toda essa reflexão se somou a um medo que eu tenho — e que, imagino, outros autores têm também —: de colocar muito de mim em vários personagens, de forma que eles virem apenas várias versões minhas (em outras palavras, ter vários personagens iguais). Claro que não vejo como terminantemente proibido colocar um pouco de si em um personagem ou outro — é impossível não colocar um pouco de sua visão de mundo naquilo que você escreve. Mas é interessante e muito desejável explorar outros pontos de vista, entender que aquilo que faz absoluto sentido para você pode não fazer para outra pessoa (ou animal, ou elfo, ou alien, ou qualquer personagem que mova sua história). Só vai acrescentar ao seu livro.
 
Claro que escrever sobre pessoas diferentes de você não é obrigatório, se você não quiser. A representatividade só é legal quando é bem trabalhada e soa natural no texto, sem passar a impressão de que você está só preenchendo cotas.
 
Um exercício que eu acho legal fazer é imaginar um objeto ou mesmo uma atitude que para você é banal como algo extraordinário em outro universo. O que te leva a imaginar como as pessoas desse mundo reagiriam a isso, e o que elas, por sua vez, considerariam comum. Pode servir tanto para a caracterização de personagens quanto para o worldbuilding.
 
E, claro, você pode ler a história de outra pessoa (ou animal?) e tentar entender o ponto de vista dela. Afinal, todos sabemos o poder do ponto de vista, certo?
 
Então fica aí o meu apelo (até um pouco para mim mesma): busque outros pontos de vista, outras formas de entender um mesmo objeto, e acrescente à sua história. Torne-a mais interessante e fuja de escrever sempre sobre o mesmo personagem, só que com nomes e fisionomias diferentes.

O QUE EU VI PELA INTERNET


Prepare o seu cofrinho!
 

 

NOVIDADES PARA LEITORES


Selecionados para a antologia Mitos Brasil, da editora Nocaute. A data do lançamento ainda não foi anunciada, mas dá para colocar na lista de leituras!
 
Compre Mulheres perigosas por um preço promocional no Acervo do Leitor.
 
Gostar de ler não te faz melhor que ninguém, por Jade Amorim.
 
Sanderson versus Rothfuss, no Sem Serifa.
 
Editoras e livrarias independentes no Brasil, por Pipoca Musical.
 
Previsões de lançamentos para 2017, no Ficções Humanas:  
O livro Segunda mão (romance policial), de Olívia Maia, estará gratuito no Kindle para Samsung durante todo o mês de abril.
 

NOVIDADES PARA ESCRITORES


De onde vem o fascínio pelo mundo medieval, por Nexo Jornal.
 
O autismo e a fantasia, por Lauro Kociuba.
 
6 dicas de um editor rabugento, no Viver da Escrita.
 
O teste Lovelace, no Momentum Saga.
 
10 problemas de quem escreve ficção folclórica no Brasil, por Colecionador de Sacis.
 
Tradução de uma entrevista com o Brandon Sanderson, no The Bookworm Scientist. Todo escritor deveria ler!
 
15 palavras sem tradução, mas que descrevem perfeitamente como nos sentimos, no Tudo Interessante. Para você pensar nas palavras sem tradução do seu mundo.
 
A diferença entre antologia e coletânea, por Ricardo Escreve.
 
Five worldbuilding mistakes even enthusiasts make, por Mythcreants.
 
Confira coletâneas abertas para submissões e concursos literários que estão acontecendo:  
E, por fim, a editora Nocaute está aceitando originais — até 31/05
 

NOVIDADES PARA BLOGUEIROS


4 motivos pelos quais eu não comento no seu blog, por Jade Amorim.
 
E-book Como arrasar no Medium, por Gabriel Reynard.
 

NOVIDADES NO SI&F


Em março teve bastante coisa no SI&F, embora as duas últimas semanas tenham sido mais paradas. Teve o especial da mulher, em que listei 10 personagens femininas da ficção especulativa que você precisa conhecer, respondi à tag Girl Power e indiquei 10 ótimos livros escritos por mulheres. E também falei um pouco sobre as personagens femininas do meu livro em andamento, Divindade Artificial.
 
Saiu a última parte da minha série sobre o que eu aprendi com o NaNoWriMo em 2016, e, no Indie Book Day, indiquei mais 7 livros, publicados de forma independente ou por editoras independentes.
 
Só saiu uma resenha esse mês, que foi a da quinta edição da Trasgo. Aliás, o primeiro volume físico da Trasgo (com os contos das quatro primeiras edições) foi totalmente financiado! Aproveite para saber quais foram os meus contos favoritos das primeiras quatro edições.
 
E eu estou fazendo uma pesquisa de público! Se você tiver um minutinho, responda a algumas perguntas e me ajude a melhorar a sua experiência com o blog e definir a melhor maneira de concretizar alguns projetos que eu tenho em mente.

LEITURAS DO MÊS


Março foi outro mês em que li bem menos do que gostaria. Finalizei apenas a edição 5 da Trasgo, Horror em Gotas (Karen Alvares) e, claro, As águas-vivas não sabem de si (Aline Valek). Esses dois últimos ainda não foram resenhados.
 
Mas estou com vários livros em andamento. Dentre eles, Trabalho Honesto (Rodrigo van Kampen), Medieval e Shadows for Silence in the Forests of Hell (Brandon Sanderson), que peguei totalmente de graça na promoção de livros em inglês da Amazon (a melhor promoção que eu já vi na minha vida).

O QUE EU ANDEI ESCREVENDO


Em março eu não escrevi tanta coisa, mas trabalhei no planejamento de um conto cyberpunk e no planejamento de Momento angular, a novela que vou escrever durante o Camp NaNoWriMo. Falei sobre como surgiu a ideia e apresentei a capa e a sinopse provisórias (você pode ler também no Medium). Como sempre, vou publicar os diários de escrita no blog e no Medium e a #escritadodia nas redes sociais. Também vou escrever outros posts sobre a minha experiência de escrever essa história, então fique atento(a) ao SI&F!
 
E, para quem tem interesse em ler o que eu já publiquei, tenho uma novidade — ou melhor, a Amazon tem: agora dá para comprar e-books com cartão de débito! Então se você nunca pôde ler Trópicos Fantásticos, ou Não-heroína, ou O que eu faria se tivesse uma máquina do tempo? por não ter cartão de crédito, agora pode comprá-los no débito!

RECOMENDAÇÃO DE LIVRO


A Biblioteca Invisível foi publicado ano passado pela editora Morro Branco, e ficou entre minhas leituras favoritas de 2016. Tem tudo o que eu gosto: fantasia, tecnologia, investigação e sociedades secretas. Um forte candidato a ser devorado em algumas horas de leitura! Leia a resenha no SI&F.
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