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in_box nº 8 - 12 de agosto de 2018

Olá,

Ontem foi o Dia do Estudante, mas, frente a tanto descaso com a educação, não há o que comemorar. O tema é central nas Eleições 2018 e, como tal, tem dominado o noticiário. Nesta in_box nº 8,  destacamos um mês de greve nas escolas municipais de Salvador e a repressão aos professores pela Guarda Municipal. A situação também não está nada tranquila nas universidades estaduais. Na Uefs, por exemplo, alunos  estão em greve há quase 30 dias e turmas correm o risco de ficar sem professores no semestre que vem. Nesta edição, trazemos ainda um resumo de toda movimentação das chapas estaduais, que durante as convenções do fim de semana passado oficializaram as coligações. Boa leitura!

Faltou combinar com a Guarda__
Iniciada há exatos 31 dias, a greve dos professores da rede pública municipal de Salvador começou sem fazer muito barulho. Foi, inclusive, minimizada pelo prefeito ACM Neto e até um dia desses a prefeitura tinha a esperança de que o movimento pudesse ser encerrado sem tantos danos à imagem de Neto. Mas as coisas não correram como o esperado. No último dia 7, os docentes realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Educação (SMED) que acabou com a agressão aos grevistas pela Guarda Municipal. Segundo denúncia feita pela APLB-BA (sindicato que representa os professores), os docentes ficaram sob a mira de armas, foram empurrados e atingidos com spray de pimenta. A prefeitura disse, vejam, que os guardas foram “hostilizados” pelas professoras (já que a maioria das manifestantes era mulheres). Com o crescimento da repercussão negativa da ação, especialmente por conta do compartilhamento de vídeos, o prefeito ACM Neto prometeu apurar a atuação da guarda. Mas o estrago já estava feito. A postura violenta dos agentes levou os manifestantes a prestarem queixa, motivou declarações de repúdio de políticos da oposição e do sindicato dos servidores municipais, bate boca e troca de farpas entre aliados e opositores de Neto e inflou as manifestações, que no dia seguinte migraram para a Praça Municipal. Durante todo esse tempo a prefeitura se manteve irredutível na única proposta que fez. Entretanto, não é mais possível minimizar o movimento que segue realizando manifestações, mesmo com cortes de salários. De acordo com a categoria, o principal impasse para manutenção da greve está ligado às cláusulas econômicas. A prefeitura não aceita a proposta de reajuste salarial (o último pedido foi de 6,8%), oferecendo apenas um aumento de 2,5% em uma gratificação prevista no Plano de Carreira, o que deixaria de fora aposentados e professores contratados via Reda.

 !  Sem tirar nem por
Fernando Duarte (Bahia Notícias) analisa como a ação da Guarda Municipal desqualificou a narrativa da prefeitura, saindo de um movimento acusado de ser político para um caso de polícia. O jornalista também lança luz sobre uma discussão tangencial: o quanto as filiações partidárias fazem com que a APLB-BA seja combativa com a gestão do DEM no município e omissa em relação à situação dos professores sob a gestão petista.  Recomendamos a leitura sem tirar uma vírgula. 


 !  Levante municipal
Os servidores municipais também resolveram paralisar suas atividades no último dia 6, e, apesar de o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) ter aceitado  a ação da prefeitura solicitando a suspensão da greve, os trabalhadores decidiram manter o movimento paredista, mesmo tendo baixado o pedido de reajuste de 23,5% para apenas 5%.

 
Fernando Vivas registrou para o Interface o protesto em que professores municipais em greve cantam uma ladainha, em frente ao Fórum Ruy Barbosa, pedindo livramento de "de Neto do cão". Assista no Facebook.
Cadê o governador?__
A situação não está menos tensa para o governo Rui Costa, que tem lidado com a insatisfação de discentes e docentes das universidades estaduais. Na Uefs, estudantes do curso de Psicologia estão em greve há quase um mês. A reivindicação central é a nomeação de 60 professores e 72 técnico-administrativos aprovados em concursos públicos - o governo tenta impedir as nomeações com base na Lei da Responsabilidade Fiscal. O curso de psicologia é o mais afetado pelo impedimento. São apenas 8 professores efetivos no curso que foi criado há cinco anos, com projeto prevendo 25 docentes. Segundo estimativas da Associação dos Docentes da Uefs, cerca de 180 turmas devem ficar sem professores no segundo semestre deste ano. Já na Uneb, o início do semestre letivo foi adiado em uma semana depois de os professores paralisarem as atividades devido às ameaças do corte das passagens intermunicipais de quem trabalha nos campi do interior, por orientação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
 
#DisseTudo
Amarildo Souza, Geovane Santana, Davi Fiuza. Que relação esses nomes e histórias de vida (e de morte pela PM) têm com o regime ditatorial que muitos desonestos pedem o retorno no Brasil? Essa é a reflexão feita pelo jornalista Daniel Silveira. Recomendamos a leitura.
Chapa quente_
O que está em jogo na definição das chapas - hoje com as convenções
Escalação completa
Com o apoio de 14 partidos, a coligação de Rui Costa (PT) está finalizada. O tom da convenção foi nacional, orquestrado pelo bordão #LulaLivre, mas a indefinição na corrida pelo Planalto fez com que Rui Costa adotasse a estratégia da estadualização dos esforços na montagem da coligação, como aponta o jornalista Levi Vasconcelos. Do início ao fim, o percurso do fechamento da chapa do petista não foi nada tranquilo. Houve demora no anúncio, exclusão da senadora Lídice da Mata (PSB) – cujo partido, ressentido, decidiu apoiar Coronel apenas na “formalidade” –  e desencontros com suplentes. Nos últimos dias, a discussão sobre os arranjos das chapas proporcionais para disputa da Assembleia Legislativa da Bahia esquentou, causando um pequeno "curto circuito" entre o PSD, de  Ângelo Coronel, e o PT. O primeiro cobrava que o PT honrasse a promessa de permanecerem juntos na chapa proporcional. Os petistas, por sua vez, tentavam ver se colava a ideia de cada um encabeçar uma chapa. No final, permaneceu o chapão, com Otto mais uma vez mostrando que é bom na queda de braço.
Foto: Divulgação
Saia justa
Depois de tanto vai não vai, a chapa da oposição foi oficializada com a confirmação dos nomes de José Ronaldo (DEM), como candidato a governador, e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB) e Irmão Lázaro (PSC), como postulantes ao Senado. A tão requisitada (e especulada) presença feminina ficou por conta da médica e integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Mônica Bahia, que é candidata a vice. Vale lembrar que foram mais de dez nomes cotados para ocupar o posto. De Leo Prates a Bruno Reis, passando por Carla Visi, Katia Alves, Lorena Brandão, Taíssa Gama e Ireuda Silva. O que parecia apaziguado, na verdade, não estava. O PRB, que não foi chamado para conversar com antecedência, não entendeu o porquê de Ireuda Silva ter sido deixada de lado na chapa. A decisão teria desagradado o partido, que depois minimizou a insatisfação. Já o PSC de Irmão Lázaro, andou se estranhando com o DEM tão logo o nome do deputado-pastor-músico foi confirmado. Isso porque o partido descumpriu o acordo feito para a eleição dos deputados estaduais, que condicionava sua entrada no chapão. Com isso, tem sido avaliada a retirada do apoio e, com isso, a troca (Neto diz que está tudo mantido) do deputado na composição. Aliás, o anúncio do acordo que garantiu a presença de Irmão Lázaro na chapa do DEM já tinha sido marcado pelo constrangimento. A julgar pela foto acima e pelo texto abaixo, a confiança e auto-estima de João Henrique, sozinho, está maior que a dos principais nomes da chapa da oposição.

Boeing PRTB 2018
Partido que tem Bolsonaro como candidato à presidência, o PSL baiano tinha decidido apoiar Zé Ronaldo (DEM), que chegou a fazer elogios rasgados ao controverso presidenciável. Ainda assim, a legenda deu para trás e resolveu apoiar o  ex-prefeito de Salvador, João Henrique (PRTB), indicando Alberto Pimental para vice do governável. O ex-prefeito ficou contentíssimo, a ponto de soltar uma nota com o sugestivo título “O boeing está na pista, pronto para decolar”. No texto, chama a si mesmo de “terceiro player super competitivo” e dá como certo o fim da polarização PT X DEM na Bahia já que ele, contando com os votos que acreditava puxar ao lado de Bolsonaro, se tornaria o favorito ao governo. No entanto, o PSL jogou água no motor do boeing de João. Retirou a candidatura de Pimentel, aparentemente por esta ter despertado descontentamento entre os membros do partido que não viam com bons olhos a aliança com alguém que teve  sua última gestão tão mal avaliada, como o ex-prefeito. João Henrique terá que procurar outro co-piloto para ajudar a sua candidatura a levantar voo. 
"Precisamos discutir outro modelo de segurança que não extermine jovens. Existe uma culpa grande do governo e queremos mudar a lógica desse modelo de estado"
Marcos Mendes, candidato ao governo pelo PSOL
G1 Bahia
"O grande problema da política é falta de gestão. Propomos uma política integrada, trabalhando diretamente com as pessoas, para atender aos interesses do coletivo"
Célia Sacramento, candidata ao governo pela Rede Sustentabilidade
G1 Bahia

Na cabeça de Lúcio, #GeddelLivre 
O MDB oficializou a candidatura de João Santana na corrida pelo Palácio de Ondina. "A minha história é digna", fez questão de ressaltar o ex-ministro durante a convenção, tentando se  afastar do peso das denúncias que rondam o partido. Na contramão disso e de tudo, o também investigado Lúcio Vieira Lima usou o evento para tentar defender a tese de que é absurda a prisão do seu irmão Geddel, ressaltando que o ex-ministro do bunker e das malas é "ficha-limpa". Lúcio, inclusive, se esforça para conseguir se reeleger na Câmara de Deputados. Para isso, o partido adota a estratégia de inflar a chapa de candidatos (serão 37, com esperança de eleger dois).
Primeiro confronto
Na próxima quinta-feira (16), a partir das 22h, a Band Bahia transmite pela TV, rádio e pelo Youtube o primeiro debate com os governáveis.
A grama do vizinho_
De olho em outros estados 
 1  Candidato a deputado federal pelo PSOL de São Paulo, o historiador Douglas Belchior levantou um debate envolvendo questões raciais na política ao relatar que postulantes brancos recebem 200% a mais de dinheiro do partido do que os candidatos negros que lançam seus nomes pelo PSOL (Nexo Jornal)

 2  Não foi apenas na Bahia que PT e PSB se estranharam. Rifados pelos próprios partidos,  Marília Arraes (PT) e Marcio Lacerda (PSB) anunciaram que resistirão à retirada de suas candidaturas aos governos de Pernambuco e Minas Gerais. Situação ainda é incerta (Estadão).
In_dica
  • Donaldson Gomes (Correio*) desafiou os seis candidatos que tentam conquistar o governo da Bahia a elegerem uma proposta prioritária para o estado. Segundo a reportagem, Economia e Segurança são áreas centrais;
     
  • The Intercept Brasil sempre com ótimas pautas. Você conhece o site Ranking dos Políticos? Mas conhece mesmo, especialmente os interesses por trás dele? Como diz o moço das plásticas, abra o olho;
     
  • Seguimos a indicação do jornalista Bruno Luiz nas redes sociais e cá estamos dando RT: O podcast de política da revista Piauí, chamado Foro de Teresina. A última edição debateu, entre outros assuntos, a presença das mulheres na posição de vice nas chapas que disputam a presidência. O legal é que dá para ouvir no Spotify;
     
  • Juan Arias, do El País, faz uma análise da mudança de posição do Partido dos Trabalhadores. "Com Haddad, passa-se do PT do grito ao da reflexão" é o título da coluna;
     
  • O Aos Fatos está usando o Whatsapp para disseminar suas checagens;
     
  • Do Nexo temos três indicações: uma reportagem sobre as ações afirmativas da nossa UNEB, mais informações sobre as segmentações feitas pelos candidatos para impulsionar publicações nas redes sociais e uma entrevista que esclarece o peso dos indicadores de rejeição nas eleições.
Esperamos que você tenha gostado e a in_box volta daqui a 15 dias (26 de agosto). Até lá, acompanhe o Interface nas redes sociais. Os links estão logo abaixo. Sempre bom lembrar que nossas caixas de mensagem estão abertas para receber sugestões. Bom domingo, até mais!  
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A in_box é um produto do Coletivo Interface, iniciativa de jornalismo independente desenvolvido pelos jornalistas Alexandro Mota, Marília Moreira, Niassa Jamena, Roberto Paim e Edely Gomes






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