Herança belga nos holofotes
Em 2 de setembro de 1921 era publicado nas Crônicas do mosteiro de Santa Maria, em São Paulo, o seguinte trecho:
Uma bonita estátua da Virgem Maria, em mármore branco e de grande naturalidade, finalmente ocupa o lugar de honra que lhe havia sido reservado por muito tempo na fachada da nossa Abadia, em um nicho colocado ao lado da entrada principal. Nossa Mãe dos Céus se senta como padroeira e soberana do nosso mosteiro. Ela segura o cetro em sua mão direita e seu Filho divino sentado nos seus joelhos. Esta estátua, obra de um artista belga, Henri van Emelen, escultor de Sua Majestade o Rei da Bélgica, nos foi oferecida pela nossa generosa benfeitora, a Sra. Carolina Prado, tia da Senhora Abade. Assim que a estátua foi colocada (o que dificultou os trabalhadores, porque essa pesa 1.800 kg), a Comunidade encontrou-se na despensa, de onde se pode ver o perfil da estátua, e entonou cheio de entusiasmo o "Salve Regina".
(foto: Marc Storms)
Iniciativa do abade dom Miguel Kruse e de Ana Abiah da Silva Prado, o mosteiro beneditino de Santa Maria foi fundado em 1911 e, em 1918, tornou- se a primeira abadia feminina da América Latina com freiras enclausuradas. Inicialmente estabelecida na região central da cidade, em 1976 a abadia foi transferida para o bairro do Tremembé, no sopé da Serra da Cantareira, onde até hoje permanece. Ali, é possível admirar a magnitude da estátua de 1,75 m, criada por van Emelen.
A escultura da Virgem é um dos temas abordados no livro “Ad. H. van Emelen: A trajetória de um artista belga em São Paulo”, de Marc Storms, que será lançado neste mês, no dia 14 de setembro para convidados do Consulado da Bélgica e no dia 20 de setembro para todos interessados no restaurante belga "Chez Vous", Av. Lavandisca, 395 - Indianópolis, São Paulo às 19hs30.
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