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in_box nº 11 - 23 de setembro de 2018

Olá,

Tínhamos planejado começar esta edição da in_box com mais uma cobertura do debate entre os governáveis, tal qual fizemos com o primeiro confronto exibido pela Band. Mas, na TVE, o negócio foi tão morno na quinta-feira (20), que mais pareceu uma sabatina. E, dessa vez, foi a gente quem dormiu (se você quer saber o que rolou, sugerimos  ver essa matéria do jornal Correio).Tudo bem que Rui Costa (PT) segue com folga liderando a disputa, com 60% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ibope/ TV Bahia e que a campanha já não está digna de tantas notas desde que começou para valer, mas esperávamos mais (as críticas e constrangimentos de um candidato favorito à reeleição podem tornar a governança mais eficiente). Acabou que o que se sobressaiu na última quinzena por aqui foi o contexto nacional, que se impõe para o debate. É por isso que nesta edição vamos trocar em miúdos como as candidaturas dos presidenciáveis têm se relacionado com o jogo político local e vice-versa. Também trazemos mais uma vez as já tradicionais seções Chapa Quente e in_dica, além de um série de leituras importantes para um voto estratégico.

Boa leitura!


Aqui como lá__
Em 2018 o jogo virou nas eleições baianas. Esse ano, os presidenciáveis pedem a bênção dos líderes locais e não o contrário - como aconteceu nas quatro últimas eleições. Nesse quesito a vantagem da chapa de Rui Costa é evidente. Com o  governador acumulando 60% das intenções de voto, o candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, está achando aqui o que veio buscar. Rui está tranquilo a ponto de se dar ao luxo de federalizar o debate, mesmo com o forte antipetismo que tomou conta do Brasil. O governador está fazendo questão de colar em Haddad o seu legado na Bahia. No caso da oposição, a história é outra. Com Geraldo Alckimin (PSDB) e Zé Ronaldo patinando nas pesquisas - o primeiro com 7% e o segundo com 9% das intenções de voto -  ninguém ajuda ninguém. Com medo do rescaldo do mal desempenho do ex-prefeito de São Paulo, a  base de ACM Neto - coordenador da campanha do tucano - começa a ter dissidências e muitos tentam afastar sua imagem da do presidenciável. Nessa debandada, de certa forma compreendida e perdoada por Neto, o caso mais emblemático é o de Irmão Lázaro (PSC), que já declarou abertamente seu apoio a Bolsonaro e nem apareceu no último comício de Alckimin em Salvador. O maior trunfo do peessedebista na Bahia seria a bem avaliada gestão de Neto em Salvador, mas o prefeito da capital não conseguiu transferir seus votos nem para Zé Ronaldo, cuja ligação é mais direta e fácil, e ainda está tendo que apagar o incêndio de uma possível migração do centrão para a candidatura de Bolsonaro (PSL). Neto e Alckimin negam a debandada. Mas o fato é que o presidenciável se tornou radioativo e até Zé Ronaldo, também já acusado de tentar se afastar da imagem do tucano, acabou falando em receber com prazer os votos dos eleitores de Bolsonaro.
 
Neto perde em casa__
O prefeito de Salvador ACM Neto tem vestido as camisas de líder nacional do DEM e principal articulador da oposição na Bahia. Para emplacar a candidatura de Zé Ronaldo, ele tem feito campanha em Salvador até mesmo sem a presença do ex-prefeito de Feira de Santana, que aparece com apenas 7% das intenções de voto na pesquisa Ibope/TV  Bahia - e chega a perder na capital até para o desconhecido candidato do PCO.  O número foi questionado por ACM Neto, que entrou com um pedido de auditoria contra a pesquisa. Aliás, ele também já tinha duvidado da pesquisa Vox Populi sobre os presidenciáveis. “É do instituto do PT. Tem nem graça”, disparou. Aliados, no entanto, atribuem a baixa porcentagem de Zé Ronaldo ao desconhecimento do candidato na capital baiana e também ao “modo de comunicar do interior”. As movimentações de ACM Neto não passaram despercebidas por Rui Costa, que o criticou por estar mais preocupado com a política do que com a gestão da prefeitura. “Estamos a pouco mais de duas semanas da eleição e é legítimo que eu me envolva neste processo”, rebateu o prefeito. A frase foi dita em entrevista ao jornal Correio, na qual o líder nacional do DEM não escondeu a preocupação com a disputa do segundo turno e afirmou que “não podemos ficar entre dois extremos” já que “Bolsonaro é um tiro no escuro e o PT é a volta à escuridão”, defendendo desse modo o aliado Geraldo Alckmin (PSDB). Apesar de ter subido o tom contra o deputado federal e candidato do PSL, ao dizer que ele "não tem experiência e equipe” e "não está pronto para governar", ACM Neto não descartou em definitivo a hipótese de apoiá-lo no segundo turno, possibilidade que é vista como mais provável pelos aliados caso Bolsonaro entre em um confronto com Haddad.
Passou por aqui__
Faltando duas semanas para o pleito eleitoral, os candidatos à presidência, que pouco tinham andado por Salvador, concentraram suas visitas na capital baiana na última quinzena. Passaram por aqui os candidatos Marina Silva, João Amoêdo, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, Fernando Haddad e Ciro Gomes, alguns deles também ampliando a viagem para o interior do estado. Jair Bolsonaro, internado há duas semanas, foi representado pelo senador Magno Malta. A inexpressividade de aspectos políticos em alguma dessas visitas fez com que questões pitorescas tivessem maior destaque. É o caso de Marina Silva que, no plano inclinado, quase saiu daqui com o título de fura fila. Já um suposto ataque a lá Bolsonaro causou burburinho na passagem de Alckmin. No final, era só um pau de selfie quebrado na mão de uma pessoa que só queria uns trocados. Acontece que a Bahia é considerada mesmo um reduto petista, com histórico de boa votação para o grupo. Aliados do tucano, inclusive, o aconselharam a não gastar solado nas Regiões Norte e Nordeste, que nesse pleito mantêm favoritismo a Ciro Gomes e Fernando Haddad.
Fique de olho nisso_
O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar contrato milionário firmado pela prefeitura com o Parque Social, ONG ligada a mãe do prefeito ACM Neto.
    saiba mais  
O Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar como governo do estado e prefeituras têm ampliado o ensino militar em escolas públicas. Mais na in_dica.
    saiba mais  
Chapa quente_
O que está em jogo na definição das chapas majoritárias
Matemática
Em entrevista ao A Tarde, Ângelo Coronel (PSD) depôs indiretamente contra si mesmo. Ao explicar a boa relação que mantém com Lídice da Mata, preterida na chapa majoritária para concorrer à reeleição ao Senado, o atual presidente da Alba afirmou:  "(a escolha do meu nome) fez parte de um jogo político onde o meu partido ficou com a vaga de senador, pois é o maior partido da Bahia e política é número". Sim, política também é feita na ponta do lápis, mas o expressivo número de prefeituras do PSD e mesmo os tentáculos políticos do senador Otto Alencar parecem não terem se revertido em votos. O próprio Coronel informou que pesquisas internas apontaram que 53% das pessoas nunca ouviram falar em seu nome, além disso, outro número que prejudica ainda mais sua candidatura é o saldo de seis dias a menos de campanha, descontados por conta de uma cirurgia que precisou fazer. O resultado, até agora, é 15% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Ibope/TV Bahia, sete pontos abaixo de Irmão Lázaro (PSC). Com isso, onde fica a confiança de Coronel nos números?  

 !  As alianças de Rui
Lídice e Coronel aparentam realmente perfis diferentes. Em Entrevista ao A Tarde, Coronel defendeu a redução da maioridade penal.
Carreira solo
Ruim com ele, pior sem. Provavelmente esse deve ser o sentimento da chapa da oposição em relação ao candidato ao Senado Irmão Lázaro (PSC). Único postulante do grupo político com chances reais de vencer o posto a que concorre, o pastor, cantor e ainda deputado federal está totalmente alheio à chapa que compõe e não faz valer a briga interna que a coligação comprou para tê-lo como participante. Lázaro apoia declaradamente Bolsonaro e não Alckimin, presidenciável apoiado pela chapa, além de fazer uma campanha desvinculada do resto do grupo político. Com identidade visual e conceitos próprios, o cantor grava seus programas de TV na rua, enquanto os outros membros do grupo político o fazem em estúdio. As cores que utiliza são mais próximas da campanha de Bolsonaro do que da de Alckimin. O socialista cristão também não dá um apoio efetivo a Zé Ronaldo em seus programas e não foi ao comício do tucano em Salvador, no último dia 21. Pelo visto, parece que o PSC resolveu bancar na prática a candidatura avulsa que rechaçou na teoria.
Pra hora H_
Tudo que você precisa saber antes de de ficar frente a frente com a urna eletrônica e planejar o seu voto de modo estratégico.
Pikisuperstar/Freepik.com
 1  Para deputado, não vote na legenda do seu partido preferido (El Pais)
 2  Como funciona e as mudanças no sistema proporcional (Poder360)
 3  Voto útil, voto convicto e voto de protesto: a lógica do eleitor (Nexo Jornal)
 4  O que os índices de rejeição dizem sobre os caminhos do voto útil (El Pais)
 5  Melhor mecanismo de defesa contra políticos malandros é o ceticismo               (Schwartsman/Folha) 
 
In_dica
  • O vice de Bolsonaro, general Mourão, afirmou que famílias formadas só com “mãe e avó” são “fábricas de desajustados” . Aqui, um compilado com 7 dados já conhecidos sobre a verdadeira realidade das famílias chefiadas por mulheres no Brasil (Huffpost Brasil); 
     
  • Continência, 'inspeção de cabelo' e tutoria de PMs: a rotina em uma escola com regras e disciplina militares. Reportagem de Victor Uchôa revela 'jeitinho' que tem ampliado a militarização das escolas no estado (BBC Brasil);
     
  • Colunista do The Intercept parte do exemplo familiar, no qual por seis gerações mulheres criaram todos os filhos e netos sozinhas, para rebater, em um texto emocionante e potente, as infelizes declarações do general (The Intercept Brasil);
     
  • Na busca do candidato: O que os brasileiros procuram no Google sobre as eleições de 2018? (Na busca do candidato);
     
  • Já estão inscritos na newsletter do Nexo sobre as Eleições 2018? Assim como a in_box, ela é quinzenal, gratuita e também está chegando ao fim! Não deixe de conferir a última edição (Nexo Jornal).
Daqui a 15 dias já é o primeiro turno da eleição, por isso vamos antecipar para o sábado (6) a nossa newsletter dominical. Antes de ir às urnas, dê essa moral para gente. Com esse primeiro ciclo de atividades do coletivo quase no fim, vale lembrar que estamos abertos às críticas e sugestões no coletivointerface@gmail.com. Bom domingo! Até mais! 
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A in_box é um produto do Coletivo Interface, iniciativa de jornalismo independente desenvolvido pelos jornalistas Alexandro Mota, Marília Moreira, Niassa Jamena, Roberto Paim e Edely Gomes






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