Presença belga nos holofotes
Marie Barbe Antoinette Rutgeerts van Langendonck nasceu em 07 de outubro de 1798, em Antuérpia (Bélgica). No ano de 1827 casou-se em sua cidade natal com Jean Remi Félicien Philippe van Langendonck, oficial do Régiment de Guide e diretor do Hospital Militar de Charleroi. Uma ilustre dama, educada segundo os moldes europeus, poetisa e escritora, com várias obras publicadas, entre elas, Aubepines (1841) e Heures poétiques (1846).
Atraídos pelos engodos da campanha colonialista, muitos europeus emigraram para o Brasil, entre os quais, os filhos de Marie van Langendonck. Eles saíram de Antuérpia engajados no projeto do vice-cônsul da França, Conde de Montravel, a Colônia Harmonia, no Rio Grande do Sul.
Em 30 de abril de 1857, então viúva, Mme. van Langendonck deixou a vida confortável que levava na Bélgica e embarcou no brigue Amanda, com destino ao porto de Rio Grande, no Brasil. No dia nove de julho chegou ao porto e ficou aproximadamente dez dias em Porto Alegre, seguiu depois para a Colônia Harmonia. Por fim, Marie estabeleceu-se em Santa Maria de Soledade, território que corresponde às atuais São Vendelino, Harmonia e alguns distritos de Carlos Barbosa, como Santa Clara Baixa, onde seus filhos a esperavam. O filho Leon trabalhava como agrimensor da companhia Montravel para demarcar as terras.
Sua aventura nas florestas do Rio Grande do Sul originou o livro sob o título de Une colonie au Brésil: récits historiques, publicado em Antuérpia pela editora L. Gerrits em 1862. Traduzido e editado em Campinas mais de 100 anos depois, em 1990. Teve duas reedições, uma em 2002, pela Editora Mulheres, de Florianópolis, e outra, em 2008, na Bélgica, que teve por base a versão original, pela Editions Biliki.
O relato de Mme. van Langendonck incluiu os percalços da viagem no navio de emigrantes que a trouxe, descrevendo a sua experiência como colona, suas tentativas de estabelecer-se em uma região agrícola, com desmatamento, plantações de milho e feijão, e o enfrentamento de todos os perigos de uma região isolada e ainda selvagem.
Decorridos dois anos no Rio Grande do Sul, voltou à Bélgica, mas em 1863, movida pela saudade dos filhos e do país, retornou ao Brasil. Continuou no país, precisamente no Rio Grande do Sul, até falecer em 1875, no município de Arroio Grande.
Mais informações: http://belgianclub.com.br/pt-br/creator/van-langendonck-marie-barbe-antoinette-rutgeerts-1798-1875
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