Obesidade prevalece em diferentes níveis de Educação Escolar
 

A investigação desta equipa do CIDESD tem-se centrado na problemática da obesidade infantil, sobretudo nos factores que lhe estão associados, nas consequências e nas estratégias para a sua prevenção. 

«Começámos a estudar a temática da obesidade, dada a elevada prevalência desta doença na população em geral e nas crianças, em particular. Tendo em conta a nossa formação académica e os resultados de investigações sobre esta temática, entendemos que a promoção da actividade física teria um lugar fundamental na promoção da saúde das nossas crianças», explica a investigadora Eduarda Coelho.

 

Vários estudos têm vindo a revelar que um dos problemas associados à inactividade física se deve ao facto das crianças apresentarem «uma reduzida competência motora ao nível das habilidades motoras fundamentais, como correr e saltar, assim como níveis elevados de iliteracia motora». «Relativamente à obesidade, as causas são multifactoriais, porém, a alimentação,  a inactividade física, o sedentarismo e a falta de competência motora das crianças têm sido algumas das variáveis associadas a esta problemática», refere Isabel Mourão.
 
Desde 2005, as investigadoras têm coordenado diferentes projectos, dos quais se destacam:

• Projecto "Crianças Activas Crescer Saudável", que envolveu 50 crianças do Ensino Pré-Escolar do Centro Escolar da Araucária [Vila Real], cuja actividade física foi avaliada com recurso a pedómetros e à observação directa do comportamento (activo/sedentário) das crianças na sala de aula;
• Projecto "Gabinete de Promoção do Desenvolvimento Infantil", no qual participaram 65 crianças sinalizadas com dificuldades de aprendizagem e que frequentavam o 1º ano do Ensino Básico nos Agrupamentos de Escolas Morgado de Mateus e Diogo Cão [Vila Real];
• Projecto "Comportamentos Saudáveis e Estilos de Vida de Estudantes Universitários", que arrancou em 2017 e avaliou já 137 estudantes do 1º ano de Ciências do Desporto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [Vila Real].

Estilos de vida saudáveis no campus universitário: realidade ou possibilidade?

No último ano, as investigadoras do CIDESD aventuraram-se num novo projecto de investigação - "Comportamentos Saudáveis e Estilos de Vida de Estudantes Universitários". «Pretendemos  contribuir para a melhoria e promoção da saúde e adaptação na transição para o Ensino Superior. A nossa ambição é que a amostra final abarque todos os alunos da academia transmontana», avança Sandra Fonseca.

As universidades possuem «potencial para contribuir para a promoção da saúde através da criação de ambientes de trabalho, aprendizagem e vivências saudáveis». «Este projecto resulta do interesse em contribuir para a melhoria e promoção da saúde e do sucesso académico dos estudantes. Para o efeito, vamos caracterizar e monitorizar os indicadores de estilos de vida e as condições ambientais e de aprendizagem dos estudantes, assim como criar condições para que estes possam optar por estilos de vida saudáveis», explica.

Para já, foi avaliada a composição corporal, actividade física e prevalência de obesidade em 92 estudantes do sexo masculino e 45 do sexo feminino, a frequentar o 1º ano de Ciências do Desporto da UTAD. «No primeiro ano de vida académica, os estudantes tornaram-se mais sedentários e adoptaram estilos de vida pouco saudáveis. Com este projecto, vamos procurar reverter esta realidade», sublinha a investigadora.

Os resultados preliminares deste estudo revelam que 15% dos estudantes que integram a amostra apresentam excesso de peso e obesidade. Mais de metade refere, ainda, problemas relacionados com o sono e stress.

Trata-se de uma iniciativa que decorre no âmbito do projeto NanoSTIMA: Macro-to-Nano Human Sensing: Towards Integrated Multimodal Health Monitoring and Analytics, um projeto promovido pelo INESC TEC, em parceria com o CIDESD, o CINTESIS e o Instituto de Telecomunicações.

Nos dias 23 e 24 de Janeiro, a campeã mundial de jiu-jitsu, Talita Alencar, realizou duas provas de esforço para avaliar a aptidão aeróbia e anaeróbia e testes de potência muscular, sob a supervisão dos investigadores do CIDESD Victor Reis e Nuno Garrido.
«A atleta brasileira apresentou um VO2 máximo muito elevado, o que sugere uma potência aeróbia muito elevada (67.3 ml.kg-1.min-1). Os indicadores anaeróbios são igualmente muito elevados: tanto o défice de O2 máximo (61.8 ml.kg-1) como o lactato máximo no sangue (19.3 mmol.L-1) indicam uma aptidão anaeróbia muito elevada», revela o investigador Victor Reis.
Face a estes dados, os investigadores concluíram que a atleta tem «uma aptidão aeróbia e anaeróbia muito elevada, o que indica não ter limitações de natureza bioenergética nem haver razões para alteração do treino ao nível da preparação física».
Os investigadores prevêem, ainda, realizar recolhas em mais atletas de diferentes níveis competitivos e avançar com resultados que permitam perceber melhor qual o perfil energético dos lutadores de jiu-jitsu.
 

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