“Perigo, Will Robinson! Perigo!”. Uma das frases mais conhecidas da cultura pop está de volta com o lançamento de uma nova “série original” da Netflix.
 
Claro, o reboot de Perdidos no Espaço, que estreia nesta próxima sexta-feira no streaming, não é exatamente “original”, mas deve atrair um bando de curiosos, seja por um sentimento de nostalgia em relação à série clássica dos anos 60 ou para conferir como a Netflix adaptou a trama para os novos tempos.

“Perigo, Will Robinson! Perigo!”. Uma das frases mais conhecidas da cultura pop está de volta com o lançamento de uma nova “série original” da Netflix.
 
Claro, o reboot de Perdidos no Espaço, que estreia nesta próxima sexta-feira no streaming, não é exatamente “original”, mas deve atrair um bando de curiosos, seja por um sentimento de nostalgia em relação à série clássica dos anos 60 ou para conferir como a Netflix adaptou a trama para os novos tempos.

A proposta de produzir reboots, revivals ou séries derivadas de franquias de sucesso não é uma exclusividade da Netflix – tampouco um problema. Nos últimos anos, temos visto vários programas antigos retornando às telinhas e muitos (mas põe muitos nisso!) spin-offs ganhando vida.
 
O principal motivo dessa onda de reciclagem e recriações é bastante nobre e de grande relevância no mundo em que vivemos: os números de audiência (ou você esperava algo diferente?). Com a multiplicação de canais e a maior oferta de opções ao público, as emissoras de TV e os streamings têm apostado cada vez mais em marcas conhecidas para fisgar os espectadores.
 
Dá para entender. Afinal, é mais fácil lançar um programa baseado em um título já consagrado e que tem uma base estabelecida de fãs do que tentar colocar no ar algo novo e construir seu público a partir do zero.

A própria Netflix tem culpa nesse cartório. O streaming se fortificou inicialmente ao resgatar séries que haviam sido canceladas na TV tradicional (Arrested Development, The Killing) e criando suas versões de programas de sucesso (House of Cards, Star Trek, Fuller House, One Day at a Time) – dessa forma, atraindo nichos de espectadores para seu serviço.
 
Outro grande responsável pela propagação de reboots e revivals nas telinhas é o canal FOX. Quando sua audiência começou a despencar, meia década atrás, a emissora rapidamente olhou para seu catálogo e resolveu realizar novas temporadas de seus maiores sucessos. É por isso (e não tanto para agradar aos antigos fãs) que tivemos mais de 24 Horas, Prison Break e Arquivo X.
 
Fato é que esse cenário da TV americana abriu uma caixa de pandora que parece não ter mais fim. Você já deve ter ouvido falar nas novas versões de MacGyver e Hawaii Five-0, ou que Will & Grace está novamente em exibição, que S.W.A.T. ganhou um reboot, ou ainda que Roseanne retornou batendo recordes de audiência. Para o bem ou para o mal, as emissoras estão desesperadas para garantir qualquer fração de público que conseguirem.
 
E não podemos nos esquecer da multiplicação dos pães de spin-offs: Grey’s Anatomy está tentando alavancar Station 19, sobre os bombeiros de Seattle; a powerhouse NCIS (que por sua vez é derivada da Jag) já tem três ramificações com nomes de cidades americanas; a franquia One Chicago procriou em mesmo número; e até The Big Bang Theory pariu um filho chamado Young Sheldon!

Se resta alguma dúvida da importância de reboots, revivals e reimaginações para as TVs e os serviços de streaming, vale olhar para os projetos em desenvolvimento. A Disney vai abusar de seu rico portfólio de Star Wars, Pixar e Marvel para lançar seu próprio streaming, enquanto a Amazon planeja nada menos do que uma série de O Senhor dos Anéis para sedimentar sua plataforma online (o que ainda não conseguiu fazer com os originais The Man in the High Castle, Bosch, Transparent etc.).
 
A verdade é que o ato de zapear os canais de séries pode passar a sensação de um eterno retorno à TV de tubo, com hits do passado em versões repaginadas ou em variações do que já era previamente conhecido. E você pode até parar por um momento para conferir, por exemplo, o reboot de Dynasty, mas é a qualidade que vai te prender e, consequentemente, manter o programa no ar.
 
Então, Will Robinson, não tema: o futuro da TV pode estar baseado em números e algoritmos, mas ainda é, essencialmente, humano.

 

Endereço de correspondência:
Minha Série
Rua Pasteur, 463 - Sobreloja/NZN - Batel
Curitiba, Paraná - 80250-080
Brasil

Quer mudar a frequência com que recebe estes e-mails?
Você pode atualizar suas preferências ou sair desta lista.