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INTERVALO #3
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Todas as semanas, propomos uma pausa na programação para discutir um assunto do momento sobre o universo do entretenimento e trazer curiosidades, dados e os maiores destaques que estão em exibição nas telinhas.

Só siga e dê o play!
ROSEANNE E A AMÉRICA DE TRUMP
Em meio a uma onda de revivals de séries antigas que vem dominando a TV norte-americana, o caso de Roseanne – que retornou às telinhas na última semana depois de 21 anos fora do ar – é uma completa anomalia.

A sitcom, estrelada pela polêmica Roseanne Barr (uma apoiadora do presidente Donald Trump), registrou números de audiência que há muito tempo não se via nas telinhas. Enquanto as emissoras brigam por frações e comemoram cada décimo acima de 1.0 na demo (o índice demográfico, de espectadores entre 18 e 49 anos, tão importante para o mercado), Roseanne marcou inacreditáveis 5.2 pontos.

Isso significa que 5,2% de toda a população nessa faixa etária nos Estados Unidos sintonizaram a ABC para conferir o revival da série, o que representa cerca de 7 milhões de “jovens” norte-americanos. Somando os dados de reprises e exibições via DVR (incluindo quem gravou o programa para assistir depois) nos três dias após da transmissão original, foram 7.4 pontos – mais ou menos 10 milhões de espectadores da demo.

Se alguém dissesse que a Inteligência Russa estava por trás desses números da Nielsen, a companhia que coleta os dados de audiência da TV estadunidense, não estranharíamos. Mas deixando as teorias conspiratórias de lado, há razões possíveis – mas nada otimistas – para o sucesso de Roseanne.
Uma explicação superficial seria de que antigos fãs ligaram a TV por curiosidade para conferir como a série seria reapresentada depois de tantos anos. Mas aí a matemática não bate. Roseanne retornou com números ainda maiores do que sua última exibição em 1997, e sua alta pontuação na demo (de novo, entre espectadores de 18 a 49 anos) sugerem um público novo – que certamente não acompanhava a série duas décadas atrás!

Se não é da Rússia, de onde então vêm esses espectadores de Roseanne? A resposta: do Meio-Oeste americano; ou seja, dos estados de Trump! É isso mesmo, a região onde a série foi mais assistida é a mesma que elegeu o atual presidente dos Estados Unidos. Oklahoma, Ohio e Missouri foram os três estados que ligaram em peso no programa de Roseanne Barr.

Esses dados revelam uma importante questão de representatividade da sociedade americana e podem ter grande impacto no futuro da TV. Se a ABC está comemorando a nova galinha republicana dos ovos de ouro, as outras emissoras estão de olho nesse sucesso e repensando seus produtos para agradar ao público do Meio-Oeste e de Donald Trump.

O presidente americano, é claro, está se achando a última pipoca do pacote, creditando a ele mesmo o sucesso da série. Não é mentira, não! Trump ligou para a atriz Roseanne para parabenizá-la pela audiência e disse, segundo relatos, que as redes de TV agora vão perceber o que são as “fake news” e quais são os programas a que os americanos realmente assistem. (Ele é a verdadeira comédia).
O fato, por pior que possa parecer, é que o sucesso de Roseanne está realmente relacionado à divisão política nos Estados Unidos. Parte desse fenômeno nas telinhas se deve à figura de Roseanne Barr, seu apoio público a Voldemort Trump e suas declarações polêmicas. Vale dizer que a atriz já apareceu vestida de Hitler comendo “cookies judeus” e foi ao Twitter para opinar contra transgêneros. Só pérolas... da pior espécie!

A série, aliás, destila insultos similares. A personagem Roseanne Connor é uma extensão de Barr, igualmente apoiadora de Trump e com valores pra lá de tradicionais – e quiçá retrógrados. Há uma tentativa de contraponto na trama através de Jackie, a irmã de Roseanne, que se apresenta como eleitora de Jill Stein, e do neto da protagonista que gosta de roupas chamativas e caricaturalmente femininas. Mas como você pode imaginar, os coadjuvantes servem apenas como chacota para reforçar o ponto de vista conservador da personagem central.

O burburinho em torno do revival da série e seu conteúdo altamente republicano retornou como crítica à dona da granja, a ABC, que vem sendo questionada por dar voz e uma nova plataforma para Roseanne Barr. A emissora, que tem em sua grade séries que tratam de alteridade e diversidade sociocultural (como Grey’s Anatomy e How to Get Away with Murder), respondeu que está “focada na representatividade da família de classe média”, que o clã Connor “lida com problemas que os americanos vivem no dia a dia” e bla bla blá.
 
O canal está fazendo a linha polida e evitando qualquer discussão política, mas sabemos que no fundo tudo é business; audiência é dinheiro; e o capitalismo é cruel – mesmo que para isso a ABC tenha que explorar os eleitores de Trump. Só esperamos que não tenhamos outras Roseannes na TV nos próximos anos e que a América volte a ser esperta – e não “great”, again.
ESCUTAMOS NAS SÉRIES
“Esta foi a coisa mais legal que já aconteceu comigo! E isso inclui as gêmeas Cartwright”, Dean sobre sua aventura no mundo da animação de Scooby-Doo em Supernatural.
“Eu presumo que todos já tenham dormido com Jace. Acho que é só uma questão de tempo antes de eu também ir para a cama com ele”, Simon instigando a imaginação dos fãs de Shadowhunters.

 “Você vai igual ao Richard Gere em Uma Linda Mulher. Talvez esta noite você se apaixone por uma radiante profissional do sexo”, Jared animando Richard em Silicon Valley.
“Crianças famosas são um terror. Não queira conhecer o Young Sheldon”, Jake recebe uma notícia decepcionante sobre um dos seus atores favoritos em Brooklyn Nine-Nine.
NOSSO RADAR
Nesta sexta-feira, dia 6, chega à Netflix a Parte 2 da série espanhola La Casa de Papel, e muitos assinantes (aqueles que não recorreram à pirataria) esperam pelos episódios finais para saber o destino do Professor e seu grupo de assaltantes. Para os fãs do programa, estamos elaborando várias matérias especiais para celebrar a conclusão da história.
NETFLIX: FLUXO DE CATÁLOGO
ENTRANDO:

Mamma Mia! O Filme (dia 5)
6 Balões (dia 6)
A 4ª Companhia (dia 6)
Amador (dia 6)
La Casa de Papel: 2ª temporada (dia 6)
O Chefinho – De Volta aos Negócios (dia 6)
Troia: A Queda de uma Cidade (dia 6)
SAINDO:

Anastasia (dia 7)
O Dia Depois de Amanhã (dia 7)
Digam o que Quiserem (dia 7)
Transcendence – A Revolução (dia 7)
Perdido pra Cachorro (dia 7)
Preciosa – Uma História de Esperança (dia 8)
Shame (dia 11)
VOCÊ AINDA ESTÁ ASSISTINDO A...
Supernatural segue como um dos programas mais queridos e populares da TV e acaba de ser renovado para sua 14ª temporada. E se há alguma dúvida de que a série ainda tem fôlego e criatividade para se manter no ar, basta conferir o episódio especial de crossover com Scooby-Doo, que foi exibido nesta última semana nos Estados Unidos.
RECADINHO DO CLUBE
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