Mães pretendem manter filhos pequenos em casa mesmo após a reabertura das escolas

Bom dia!
Foi como jornalista (e não como mãe) que conheci o “Padecendo no Paraíso”. O nome do grupo de apoio materno no Facebook surgiu na boca de um repórter, como uma sugestão de pauta para a revista Veja BH, que eu editava. Por causa da denúncia feita no “Padê”, uma das mais tradicionais escolas particulares da capital mineira estava enfrentando raios e trovões num episódio de bullying. Foi a primeira de muitas vezes que me vi, como jornalista, tendo de ouvir a líder e fundadora do poderoso grupo, a arquiteta Bebel Soares. Isso foi em 2012, pouco mais de um ano após a criação do grupo.
Quase uma década de histórias de “empoderamento materno” foram reunidas no livro “Sem paraíso e sem maçã”, que a arquiteta (hoje colunista de jornais e sites, entre eles, o Canguru News) acaba de lançar. A discussão sobre a chamada maternidade real, longe dos ideais estereotipados que vêm rotulando as mulheres com filhos por tantos anos, causa tanto interesse que fez a obra figurar, poucos dias após o lançamento, na lista dos livros mais vendidos da plataforma Amazon. Na entrevista que destacamos hoje, Bebel fala sobre o que mudou nesses anos, no discurso das mães, em todos os temas – da educação dos filhos ao sexo no casamento.
E também foi entre as “mães da internet” que surgiu a principal matéria da edição de hoje. Abrimos uma enquete nas nossas redes sociais para ouvi-las sobre a volta às aulas. Elas estão seguras para mandar seus filhos às escolas quando os portões forem reabertos? Não, é o que mostra o resultado da nossa pesquisa: 65% delas pretendem manter as crianças em casa (sobretudo as menores) mesmo depois que o funcionamento das instituições de ensino for autorizado.
Não podemos dizer que elas estão totalmente equivocadas no sentimento de insegurança. Mesmo entre os especialistas, existem muitas dúvidas sobre o risco. Como relata a editora Verônica Fraidenraich, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que alguns países onde escolas foram reabertas enfrentaram surtos de Covid-19 entre alunos e professores. Não será simples retomar a rotina escolar. Como escreve em seu artigo a colunista Iolene Lima, trata-se de uma “readaptação nunca vivida”. Ex-secretária executiva do MEC, a pedagoga lembra que embora os colegas e os professores sejam os mesmos, a pandemia distanciou todos. E mudou tudo.
Na edição de hoje, você vai ler ainda sobre os 30 anos do “Estatuto da Criança e do Adolescente”; sobre a dermatite atópica, que atinge 25% dos pequenos; sobre as 7 dicas de ouro para não perder a paciência com os filhos; entre outros assuntos
Boa leitura!
literatura

Criado há quase dez anos no Facebook, o "Padecendo no Paraíso" foi um dos primeiros grandes grupos de apoio materno na plataforma. E acabou revolucionando a vida da fundadora, Bebel Soares. As histórias que ela viveu e testemunhou ao longo da década recheiam o recém-lançado "Sem paraíso e sem maçã".
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legislação

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 30 anos na última segunda (13). Não há dúvida de que houve avanços significativos nestas duas décadas, mas, de acordo com o Unicef, as desigualdades sociais no Brasil ainda afetam o desenvolvimento de crianças e jovens – e precisam ser combatidas.
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coronavírus

Enquete realizada pela Canguru News mostra que a maioria das mães não pretende retomar a rotina escolar tão cedo. Essa é a opinião de 65% das mães ouvidas. Já 32% delas planejam levar os filhos às aulas assim que as escolas forem reabertas.
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coronavírus

Líder da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove relata que algumas nações que reabriram as escolas registraram novos surtos da doença "sobretudo em crianças mais velhas".
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educação

No início do ano letivo, todos os alunos são novos em todas as séries, mesmo aqueles que já estavam na escola. Agora, os desafios são outros. “O ano e a turma são os mesmos, mas o tempo nos distanciou", diz a pedagoga Iolene Lima.
comportamento

Perder a paciência com as crianças é normal. Mas há maneiras de trabalhar o equilíbrio e lidar melhor com essas situações. Coordenadora de desenvolvimento educacional da plataforma PlayKids, Nathalia Pontes explica o que fazer.
saúde

A dermatite atópica pode causar perda da qualidade de vida. O pediatra Fábio Ancona explica melhor o que é essa doença e quais as opções de tratamento mais recomendadas para os pequenos.
saúde

O tempo frio e seco nesta época do ano pode agravar doenças respiratórias como asma, bronquite e pneumonia. Ginecologista e obstetra, Renato de Oliveira dá orientações para que grávidas, bebês e crianças pequenas possam se prevenir.
uma pergunta para...

Alexandre Coimbra Amaral
Psicólogo e terapeuta familiar, colunista do programa “Encontro com Fátima Bernardes”
Como o pai pode se mostrar presente e próximo da mãe no puerpério?
“Uma das maiores satisfações de uma mulher nessa fase de pós-parto é sentir que o seu companheiro está conseguindo se conectar com as necessidades dela. É uma fase em que a mulher fica muito invisível, todo mundo olha muito para o bebê.
Então, o pai deve olhar para a esposa, prestar atenção nas necessidades mais profundas dela, que às vezes ela mesma não consegue pedir. O pai pode fazer uma pequena surpresa para ela, dar um agrado, um mimo, um carinho que possa devolvê-la à sensação de cuidado que é muito necessária para que não sinta que é só a cuidadora. Além disso, o pai também tem o direito de se conectar com o seu filho e a mãe deve abrir esse espaço. É útil para o casal que um veja o outro se adaptando a essa chegada do bebê. O bebê tolera que sejamos inábeis. Ele constrói junto com a gente, ele vai dando sinais de como quer ser tratado e nem a mãe nem o pai vão saber disso de antemão, agora se o pai não tiver o direito de fazer os testes dele para ir se adaptando, ele também não vai criar intimidade.”
*Depoimento ao canal do Instituto Araripe no Youtube
Obrigada por nos ler!
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