Bom dia!
A escola do seu filho tem enviado um monte de atividades para vocês fazerem juntos? Sim, juntos. Porque uma criança na primeira infância ainda não tem autonomia para fazer as atividades sem acompanhamento de um adulto. O que significa que, nessa quarentena, você teve de virar professora ou professor do seu filho. Não sei você, mas eu descobri (já sabia...) que não tenho talento nenhum para o ofício. Vivo angustiada (quase aos prantos...) por causa disso. Mas a verdade é que nem os especialistas em educação chegaram a um consenso sobre o assunto. Atendendo às exigências do isolamento social, escolas criaram a toque de caixa um mundo de atividades de ensino remoto. E não se sabe qual a eficácia disso na primeira infância. Por quê? Porque o tema é inusitado para os educadores. “Não foi pensado, nunca foi vivido”, nos diz a pedagoga Iolene Lima, ex-secretária executiva do Ministério de Educação (MEC). Um desafio e tanto para escolas, professores – e familiares. E que precisa ser equacionado rapidamente. É sobre isso que fala uma das matérias que recomendamos na edição de hoje.
Boa leitura!
comportamento

Pais cansados. Esgotados. As demandas do trio trabalho-casa-filhos impostas em tempo integral, dentro de casa, têm deixado mães e pais exaustos. E é bem provável que você seja um deles. Como trabalhar em casa e atender as crianças que chamam por nós cinco vezes no espaço de 30 segundos? “Sei o quanto é frustrante não conseguir escrever a resposta de um e-mail, do início ao fim, sem ser interrompido três vezes”, diz a educadora portuguesa Magda Gomes Dias. O desgaste pode levar a discussões, discórdias e gritos – entre o casal ou entre os filhos. O que fazer, portanto, para melhorar o clima e o ambiente familiar? Esperar a pandemia passar pode não ser uma boa ideia, visto que não há muita definição de prazos para que isso aconteça. “Precisamos de agir já”, diz Magda. “Ninguém merece estar extenuado ao ponto que muitos estão”. Em artigo para a Canguru News, Magda dá sugestões.
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educação

Muitos pais estão em pânico com as demandas criadas pelas escolas durante a quarentena. Será que é realmente necessário promover esse ensino remoto no caso de crianças que não passam dos 6 anos de idade? “Muito se tem perguntado diante dessa crise sanitária sobre a relevância ou necessidade de praticar educação remota nessa etapa da educação básica. Se isso faz sentido, se é legal ou normatizado ou ainda se é benéfico ou não”, diz a pedagoga Iolene Lima, ex-secretária executiva do Ministério de Educação (MEC). “Muito se tem perguntando, mas poucos estão se aventurando a dar afirmações sobre o assunto.” Por quê? O tema é inusitado, não foi pensado e nunca vivido. Um desafio e tanto para escolas, professores e familiares. E que precisa ser equacionado rapidamente.
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especial coronavírus

Seu filho já recriminou você por não seguir as indicações do trânsito ao dirigir? É certeiro: assim que as crianças aprendem o significado das placas nas ruas, passam a recriminar os pais cada vez que estes cometem alguma imprudência. Para os pequenos, não tem meio termo. Se eles aprendem que é para respeitar a faixa de pedestres, eles passam a fazer isso com rigor. Se eles entendem que é para usar o cinto de segurança, eles usam – e ai de quem não colocar o cinto ao entrar no carro. É com base nesse raciocínio que o renomado médico Drauzio Varella ressalta a importância das crianças usarem máscaras de proteção contra o coronavírus. (Lembrando que essa recomendação não se aplica a bebês de até dois anos.) Prestes a completar 77 anos e parte do grupo de risco para a Covid-19, o oncologista diz acreditar que o coronavírus ficará um bom tempo entre nós. Vale a pena ler suas declarações.
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saúde

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é assunto delicado que divide opiniões por dois motivos: dificuldade de diagnóstico e o (polêmico) uso de medicamentos no seu tratamento. Condição neurobiológica de influências genéticas e ambientais, o transtorno pode surgir quando o bebê ainda está na barriga da mãe e se caracteriza por um comportamento que chega ao extremo da desatenção, da inquietude e da impulsividade. A respeitada revista científica The Lancet fez uma revisão ampla de artigos sobre o TDAH e destacou as descobertas mais recentes dos cientistas, como a necessidade de novas abordagens diagnósticas e terapêuticas, os diferentes perfis da doença; a questão genética, que predispõe a outros problemas psiquiátricos; e a eficácia das medicações para sintomas específicos.
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infância
5,3% de crianças e adolescentes têm TDAH no mundo
2,5% de adultos apresentam o transtorno.
4 anos é a idade em que especialistas com bom treinamento conseguem identificar o transtorno
18 sintomas (9 de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade) são usados para diagnosticar o problema, com base em uma classificação da Associação Americana de Psiquiatria.
6 sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade e impulsividade precisam ser identificados na criança, no mínimo, para confirmar o diagnóstico.
uma pergunta para...

Mario Sérgio Cortella
Doutor em educação e autor de mais de 30 livros sobre ensino, filosofia, teologia e carreira.
É um erro os pais repetirem o modelo de educação que tiveram?
“Sim. Os pais e as mães não podem deixar de ter inspirações naquilo que uma parte do que seus pais fizeram carrega, mas deixando de lado aquilo que era entendido como correto naquele momento – e que era um mero exagero. Por exemplo, a autoridade é necessária; o autoritarismo, não. Diálogo é importante, submissão não é. O diálogo não pode ser entendido como uma relação de igualdade de autoridade com os filhos. Como eu costumo dizer, uma família não é uma democracia. Democracia pressupõe direitos e deveres iguais. Numa família, existem responsáveis aos quais as crianças e os jovens são “sub-ordinados”, estão sob as ordens deles. Nesse sentido, uma família pode ser participativa – e deve sê-lo, enquanto no passado não o era. Uma família deve ser convivente, como foi em outro momento. Alguns dizem que a fratura de alguns valores das crianças e dos jovens se deve ao fato de que falta aquilo que se fazia no passado, que era poder bater, deixar de castigo etc. Esse tipo de modelo não é necessário. É possível fazer uma educação sem recorrer a metodologias de educação que são muito mais voltadas para a organização prisional do que para a estrutura familiar.”
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