Bom dia!
Faltavam 5 minutos para o início da aula quando os alunos começaram a chegar no Google Meeting. Agora, as lições com a professora Carolina Zuquim, do Colégio Bela Vista, de São Paulo, são online. Antes de iniciar o trabalho, a “pro” deu os avisos do dia: chat não é para conversa paralela (é para tirar dúvidas) e se ela sumir da tela por mais de 5 minutos é sinal de que o sistema travou e que podem sair. Explico: na véspera, o vídeo dela travou e os meninos ficaram na plataforma de bate-papo. Rolou de tudo: fofoca, briga virtual. Normal, né? Coleguinhas de longa data reunidos numa nova “sala de aula”. Vendo a “pro” Carol na tela do computador do meu caçula, senti muita gratidão por ela: como todo mundo, está tendo de desenvolver novas habilidades – como a de controlar uma turma de pequenos alunos a distância, com a mesma firmeza de sempre. Mas se tem um assunto que está rendendo conversa (e polêmica) é o ensino remoto na educação infantil e no ensino fundamental. As escolas se viram obrigadas a oferecer aulas online diante das circunstâncias. E em alguns grupos de WhatsApp de mães (sempre eles!) já existem relatos de crianças sendo obrigadas a vestir uniforme antes de se sentar diante do computador. Mas, na outra direção, há pais que andam preocupados com o excesso de telas na vida dos filhos porque, agora, tarefa e diversão utilizam o mesmo canal digital. Não será demais? É sobre isso que fala a educadora Luciana Correa, especialista em educação tecnológica para crianças, numa das matérias da edição de hoje: ensino remoto para os pequenos. O que esperar disso?
Boa leitura!
saúde
Que lavar as mãos é fundamental para evitar o contágio pelo novo coronavírus todo mundo já sabe. Mas o que fazer para que a pele não fique ressecada? O uso em excesso de sabonete, detergente e álcool gel deixa as mãos desidratadas e tem provocado até bolhas na pele das crianças (e também de adultos). O alerta é da dermatologista Lídia Poppe, brasileira que mora na Alemanha e foi eleita uma das três melhores profissionais da área pelo Euroderm Excellence. “Nas últimas semanas, vi muitas crianças com eczema de mão porque elas lavam, lavam e não hidratam, o que acaba irritando a pele”, diz Lídia, que é mãe de três filhos pequenos. Ela dá dicas de como cuidar da pele para evitar ou reparar os danos do ressecamento com cremes e receitas caseiras.
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educação
O tema é controverso. Divide os pais e também os educadores. O ensino remoto na educação infantil e no ensino fundamental – para o qual nenhum educador ou escola estava preparado – tem provocado muito debate e reflexão. O que esperar dessa experiência durante a pandemia do coronavírus? Quais são as vantagens? E as desvantagens? Muitos especialistas em educação têm escrito sobre o assunto. Há poucas certezas, mas algumas apostas. “As soluções apresentadas para dar continuidade às aulas escolares em casa são fruto da improvisação do ensino e colocam em risco a saúde mental e emocional dos alunos”, alerta a educadora Luciana E. Correa. Especialista em educação tecnológica, Luciana voltou há pouco de uma temporada de estudos na Universidade de Pittsburgh (EUA) e é considerada uma das referências no Brasil quando o assunto é letramento digital na educação infantil. Apoiada em dados científicos sobre a relação das telas com problemas de saúde, ela está entre os educadores que veem essa experiência de educação remota que está sendo oferecida às crianças brasileiras com bastante ceticismo e expõe sua visão em um artigo exclusivo para a Canguru News.
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comportamento
É possível que o ensino remoto não seja tão eficiente quanto o presencial e que seu filho não consiga apreender da mesma forma os conteúdos curriculares? Sim, é possível. Mas você não deve se preocupar tanto com isso. A pandemia do coronavírus e a necessidade de isolamento social vão ensinar aos pequenos outros aprendizados igualmente valiosos para a vida. Autonomia, senso de responsabilidade, pensamento matemático e gerenciamento de emoções são exemplos de habilidades que eles vão aprender com a nova dinâmica da família – com o fato, por exemplo, de colaborar com as tarefas domésticas enquanto os pais trabalham de casa. “Esse momento diferente que todos nós estamos vivendo é um tempo de aprendizados para todo mundo, inclusive, para as crianças”, lembra a psicóloga infantil Patrícia Noleto, uma das idealizadoras do workshop Treinamento de Pais.
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tecnologia
4% das crianças brasileiras, entre 7 e 18 anos, passam ao menos três horas por dia nos games
53% dessas crianças jogam na companhia de outras pessoas, sejam conhecidas ou não
84% dos pais limitam o tempo de uso da internet como forma de proteção das crianças
57% deles orientam os filhos dos perigos de ciberataques
53% acessam o histórico de navegação dos filhos
32% controlam os filhos enquanto eles navegam
29% dos pais usam programas de controle parental nos computadores de seus filhos
Fonte: Estudo realizado pela empresa de cibersegurança Kaspersky em parceria com a pesquisa de mercado Corpa. Foram ouvidos 2.294 pais e mães, entre 25 e 60 anos, que têm filhos entre 0 e 18 anos, em seis países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru).
entretenimento
Aproveite que hoje é sábado – e que a família inteira continuará em casa – para assistir às animações do Takorama: Festival Internacional de Filmes para Crianças. São 15 curta-metragens disponíveis desde ontem, dia 1º, na internet. De alguma forma, todos os vídeos falam de solidariedade e estão divididos por idade: para crianças de 3 anos até adolescentes a partir dos 15 anos. O objetivo dos organizadores é estimular que as crianças e os jovens descubram novas histórias e novos universos visuais através dos filmes e, depois, dêem sua opinião, votando em seu filme favorito. Os curtas fazem parte do catálogo da Associação Films pour Enfants (Filmes para Crianças), que é patrocinada pela Comissão Nacional Francesa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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entretenimento
Quer saber quais são as novidades no cardápio infantil da Netflix? Ontem, dia 1º, entrou no catálogo uma nova história da série Go! Go! Cory Carson, que conta as aventuras de um simpático carro-criança e sua família. Tem também novos capítulos dos heróis de pijama PJ Masks e muitas outras estreias previstas ao longo do mês.
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uma pergunta para...
Antônio Prata
Escritor e colunista da Folha de São Paulo. Pai de Olívia, 6 anos, e Daniel, 5 anos
Como está sendo a experiência da escola para a sua família?
“Muito traumatica para os pais. É um trampo porque infelizmente a escola dos meus filhos é boa. Eles mandam uma carga de atividades todo dia e nao rola das crianças fazerem sozinhas, porque tem que ficar clicando em link, botando senhas e tem várias coisas para imprimir e recortar, mas a gente faz quando pode, porque eu e a Júlia (esposa) estamos trabalhando, e nem sempre temos quatro horas por dia para acompanhar as aulas. Tem dias que a gente faz e tem dias que a gente desencana. Mas eles gostam, é bonitinho de ver como eles aprendem, e como é o seu filho na escola, essa é uma experiência que você não tem como pai. Eles ficam concentrados, nervosos para entender, aprender e fazer certo. Às vezes, têm pitis porque está dando errado, porque não sabem que o 44 vem depois do 43 ou antes do 45. Meu filho de 5 anos tem lição que é para pegar roupa com botão e ficar botando e tirando o botão da casa, que é para criar a habilidade manual para a escrita. Eu não tinha a menor ideia de que a alfabetização passa por isso, mas é óbvio que passa. Tem também o dever do caracol que ele tem que colocar o dedo no meio do caracol e ir pra fora, depois tem que colocar fora do caracol e ir para dentro. Tem sido interessante isso.”
Trecho retirado de live para o suplemento Folhinha, da Folha de SP
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