Bom dia!
Estávamos no meio de uma reunião de pauta quando a voz do Sonic – o ouriço azul que corre em alta velocidade e faz o maior sucesso com os pequenos – invadiu nossa videoconferência. A editora Verônica Fraidenraich não teve dúvida. Girou na cadeira e disse para o menino sentado atrás dela: “Martim, abaixa o volume; está atrapalhando!” Do alto de seus 6 anos recém-completados, com os olhinhos vidrados na tela, o rapazinho respondeu: “Mãe, não dá, não...”. Quem não passou por situação assim nesses dias de home office? Será que as crianças não conseguem entender quando estamos trabalhando??? Não, nem sempre. E elas não estão erradas por isso. Quem deve ceder somos nós, os pais. Se tiver de acabar com uma videoconferência de trabalho para atender ao chamado do seu filho, faça isso sem culpa (e não se sinta na obrigação de pedir desculpas pelo comportamento do pequeno). Dar atenção agora, no momento que ele precisa, pode evitar que seu filho desenvolva problemas de saúde no longo prazo, pós-pandemia. É o que nos diz o neurocientista Philip Fisher, do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard (EUA). Em parceria com outros cientistas, ele trabalha na construção de uma base estatística para mapear os impactos do coronavírus nas famílias. Em matéria na edição de hoje, Fischer explica como o estresse tóxico causado pelo coronavírus pode afetar o ainda imaturo sistema biológico das crianças e como os pais devem agir para evitar que isso ocorra.
Boa leitura!
educação

A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), que representa cerca de 42 mil instituições privadas de todo o país, divulgou na última segunda-feira um plano com orientações de segurança para o retorno gradativo às escolas. O documento relaciona 17 medidas sanitárias, além de protocolos pedagógico e jurídico, que deverão ser adotados pelas escolas. Entre as ações previstas estão:
- o uso obrigatório de máscara de pano por alunos, professores e colaboradores.
- a troca da máscara a cada três horas.
- a aferição da temperatura em todo o público que frequentar a escola, no momento da entrada.
- recomendação para que alunos e profissionais levem par adicional de calçados limpo para utilização exclusiva dentro de sala de aula.
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saúde

Os estudos científicos mostram que as crianças são o grupo menos propenso a contrair a covid-19. No entanto, elas podem ser as mais afetadas pela doença no longo prazo, no decorrer dos anos. É que o estresse provocado pela pandemia tem potencial para desgastar o sistema biológico dos pequenos, de modo a aumentar a incidência de futuras doenças, como diabete, problemas cardiovasculares e de saúde mental. Quem explica é o pesquisador americano Philip Fisher, diretor do Centro de Neurociência Translacional da Universidade de Oregon (EUA) e membro do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard (EUA). “O corpo sente que tem de ficar em alerta o tempo todo”, explica o neurocientista. E isso não é bom para o organismo. Nas crianças, que têm um sistema biológico ainda imaturo, isso pode levar ao estresse tóxico, provocando mudanças químicas que podem desencadear problemas de saúde no longo prazo. E como evitar isso? Segundo Fisher, pais precisam compreender que atender as crianças no curto prazo pode ter impacto no longo prazo.
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quarentena

Já que estamos todos em casa, é de casa mesmo que partem as fotos do projeto #VoguePostcardsfromHome. A mais famosa revista de moda feminina quer mostrar como a sua própria equipe (designers, fotógrafos e editores) e artistas, modelos e celebridades convidados estão vivendo na quarentena, junto com os filhos e familiares. A modelo brasileira Caroline Trentini vai aparecer em foto com seus dois filhos, em meio a brinquedos e sapatos. “Observar meus filhos de perto tem sido a parte boa (se houver) disso tudo. Nós quatro nunca estivemos mais perto”, disse ela. A socialite Kim Kardashian é outra que topou a proposta e aparecerá com os quatro filhos na sala de TV. Os registros serão publicados na edição especial de junho/julho da revista.
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maternidade

87% das mães se sentem culpadas em algum momento da maternidade, ao pensar que dedicam pouco tempo aos filhos ou demonstrar pouca paciência para com eles
21% delas se sentem assim na maior parte do tempo
72% das mães sentem que prejudicam o comportamento dos filhos ao olhar o celular
Fonte: Pesquisa realizada pela empresa de produtos para bebês NUK.
comportamento

Isoladas em suas próprias casas, muitas famílias não estão dando conta do equilíbrio emocional que o momento pede. A fonte do conflito e da ansiedade dos pais está, em grande parte, ligada às demandas dos filhos. “Ora porque são pequenos, ora porque precisam de apoio escolar, ora porque não cooperam, ora porque não dormem e, por isso, ninguém descansa”, diz a educadora portuguesa Magda Gomes Dias, fundadora da Escola da Parentalidade e Educação Positivas. E há também as tarefas domésticas e a necessidade de responder aos emails que continuam a chegar. “A angústia, a ansiedade e a frustração aumentam numa escala desmedida e o cocktail tem tudo para explodir.” Segundo ela, é preciso agir rápido para que as explosões não provoquem grandes danos. Como? Ela explica em artigo exclusivo para a Canguru News.
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alimentação

A essa altura da quarentena é possível que você e sua família já tenham enjoado do cardápio doméstico. É preciso mesmo muita criatividade (e dedicação) para conseguir variar o menu do isolamento. E a Turma da Mônica (que recentemente lançou uma cartilha sobre higienização de alimentos sobre a qual a gente já falou aqui na newsletter) resolveu dar uma ajudinha. Está publicando em suas redes sociais dicas de receitas saudáveis com alto potencial de sucesso entre as crianças. Tem pãozinho caseiro, torta integral salgada, cookie de aveia. Hummm... Vale a pena testar algumas.
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uma pergunta para...

Lua Barros
Educadora parental, especialista em equilíbrio emocional, mãe de João 11, Irene 7, Teresa, 6, e Joaquim quase 3
Você já deve, em algum momento, ter se sentido a pior mãe do mundo. Acontece com todas, não? O que dizer a uma mulher que se sente assim?
“A gente constrói um ideal sobre a maternidade, sobre o exercício do maternar, em que a gente não vai falhar, vai conseguir dar conta de tudo, não só fisicamente, mas também emocionalmente. E aí é uma armadilha, né? Porque não existe esse dar conta de tudo. É uma fantasia que a gente cria e vive nela até que isso não se sustenta mais. Quando a gente erra com os nossos filhos, ao invés da gente se humanizar e entender que esse erro faz parte do crescimento, a gente se chicoteia porque carrega essa imagem imaculada da mãe que não erra. O que quero dizer para uma mãe que se sente assim é que ela precisa buscar dentro dela a certeza de que está fazendo o melhor que pode, com o que ela tem, e que isso já é muito. Esse se dar para a relação com os filhos precisa ser menos idealizado e mais próximo do real. Menos perfeito e mais possível.”
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