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"ando onde há espaço:
— meu tempo é quando"

 
(vinicius de moraes)


baby, vamos sequestrar o tempo



uma das coisas que mais tenho gostado deste novo período que nos foi imposto é o privilégio de subverter o ócio e poder ser (ainda) mais espontânea em relação ao uso do tempo que tenho a meu dispor. apesar de trabalhar de casa há muitos anos e sempre tirar o máximo proveito possível de ter uma agenda razoavelmente flexível a meu favor; agora a ausência dos montes de compromissos a inundar o calendário me permite uma liberdade ainda maior para ser mais criativa, lúdica (e até preguiçosa) para entender melhor o que fazer com aquele presente que acabamos de ganhar e podemos desembrulhar:



“Quem me ensinou a amar Gal Costa foi minha avó. Quando eu era criança, na época do horário de verão, ela me buscava na escola, me levava pra casa dela, colocava um colchão velho no quintal e nós ficávamos deitadas vendo desenhos nas nuvens e ouvindo Gal. "Baby" já era a música que eu mais gostava. Ela não precisava fazer isso, mas não seria ela – e não seria eu – se não tivesse feito. Com isso eu aprendi que a gente pode sequestrar o tempo e fazer dele todo nosso, nem que seja só até a última bolha de sabão se dissolver na água, agora já não mais tão quente, com o vapor condensado escorrendo em gotas no vidro como quem diz que é hora de sair. É uma pausa para fazer do nosso pequeno mundo um lugar melhor, mais confortável, nos dando a oportunidade de fazer necessárias as coisas menores, já que as grandes não parecem vir de nós, nunca estiveram tão distantes e mais esmagam do que nos salvam.

Uma pausa. Um sorvete. Um sonho. É disso que a gente precisa.”

(Anna Vitória Rocha em "Você precisa saber piscina")



apesar de já vir fazendo isso com certa frequência (principalmente durante os fins de semana) desde que iniciamos este período de quarentena para escrever, bordar, assar pão, ver série, ler, assistir filme, tirar cochilo, ficar vendo o céu, limpar a casa, ouvir o canto dos pássaros, seguir o movimento da luz pela sala, (entre outras atividades recém-descobertas :), eu adorei como a anna colocou este conceito de "sequestrar o tempo", porque ele o transforma numa coisa inteiramente nova e nossa.

esta "apropriação" de um bem à disposição me dá a sensação de que temos um pouco mais de autonomia em meio a uma situação em que, por si só, acabamos nos sentindo muito abandonados e à mercê dos fatos. limitados em nossos próprios espaços e ações, mesmo com fronteiras (literais e figuradas) reduzidas e aguardando a imunidade, o apocalipse ou uma vacina; podemos, por alguns períodos, nos sentirmos capazes de fazer o que a gente quiser.

e, quando tudo tudo ao redor parece tão distante do nosso alcance, às vezes o que a gente precisa mesmo é, por um par de horas, se sentir com um pouco mais de conforto, autonomia e leveza. nem que seja de uma bolha de sabão. 


um forte abraço,
com amor



(as imagens para ilustrar cada drops são sempre escolhidas com muito carinho e cuidado, algumas de minha própria autoria e outras que encontrei por aí. todas estão sempre linkadas na própria imagem - caso queira saber mais, é só clicar ;)
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