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6/6/2020

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Bom dia!

União

A apresentadora Fátima Bernardes, mãe de três filhos já adultos, derramou lágrimas ao vivo, diante de milhões de telespectadores de seu programa na Rede Globo. Eu, mãe de dois meninos adolescentes, chorei sozinha no sofá da minha casa, assistindo à entrevista com Mirtes Renata de Souza. E duvido que alguma mãe que ouviu essa pernambucana tenha conseguido segurar a emoção. Empregada doméstica no Recife, ela ganhou fama nacional da forma mais cruel que pode haver para uma mãe: na última terça (2), perdeu seu filho único, Miguel Otávio, de 5 anos. O menino, que estava sob o cuidado da patroa de Mirtes, foi deixado sozinho no elevador e acabou caindo do 9º andar do edifício onde a mãe trabalhava.

Dolorosamente, crianças que morrem ao cair de edifícios não são exatamente uma raridade no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que morrem em média, por ano, 190 crianças vítimas de quedas. E este número faz parte de uma estatística pavorosa: acidentes já são a principal causa de morte de crianças no país. Metade deles são domésticos – acontecem dentro de casa. Apesar dos alertas da Sociedade Brasileira de Pediatria e de ONGs como a Criança Segura, muitas famílias parecem não ter entendido o óbvio: quando você tem uma criança em casa, a vigilância tem de ser constante. A curiosidade natural da infância é, por si mesma, um risco. E é por isso que ela precisa da tutela dos adultos.

A reportagem da editora Verônica Fraidenraich apresenta essa triste realidade dos acidentes que vitimam nossos pequenos. Esperamos que sirva de alerta para quem tem crianças em casa – sobretudo pequenas, cheias de vontade de descobrir o mundo com as próprias mãos. A cozinha é o ambiente mais perigoso da casa, segundo um ranking dos perigos domésticos elaborado com ajuda da Sociedade Brasileira de Pediatria. Mapeamos os riscos que existem em sete ambientes da sua casa.

Com a turminha presa em casa por causa da pandemia do coronavírus (enquanto nós, pais, estamos ocupados com os compromissos profissionais do home office), a atenção ao risco de acidentes domésticos precisa ser redobrada. Depois de mais de dois meses de isolamento social, é normal que o estresse esteja nas alturas. Todos na família podem ter reações inesperadas – inclusive (ou principalmente) as crianças. E esse é o tema de outra reportagem de hoje. A repórter Heloísa Scognamiglio relata o alerta dos especialistas: as necessidades emocionais dos pequenos estão sendo negligenciadas durante a pandemia. E haverá consequências disso.

É fundamental que nós, mães e pais, tenhamos um diálogo frequente com nossos filhos sobre tudo que está acontecendo. Se esse tempo de quarentena parece longo demais para nós, imagine para eles... E a quarentena deles, muito provavelmente, será bem maior que a nossa. Em junho, em julho ou agosto? Afinal, quando (e como) será a volta às aulas? Ninguém arrisca dizer neste momento – nem mesmo as autoridades da área da educação – como relata outra das matérias desta edição.

Boa leitura!


 


 educação 

 

Afinal, quando (e como) as aulas presenciais vão voltar?

Crianças emsala de aula com professora ao fundo apontando para o quadro negro
 

Está difícil prever quando as aulas presenciais serão retomadas nas escolas. Na última quinta-feira (4), autoridades ligadas à área da educação chegaram a fazer um anúncio sobre a volta em julho. Mas acabaram recuando. De acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Educação, o retorno deverá ser por faixa etária, priorizando os mais velhos – ao contrário do que o sindicato que representa as escolas particulares em São Paulo chegou a reivindicar: que era dar prioridade aos mais novos. Enquanto ninguém define quando será a volta às aulas, 10 renomados pesquisadores de educação infantil apresentam um documento de orientações sobre como ela deverá acontecer.

 

Leia a reportagem »

 


 

 educação 2 

 

O ensino remoto e as crianças com deficiência: elas foram esquecidas?

Mãe e suas duas filhas com Síndrome de Down em frente ao lap top
 

Como faz um aluno surdo para entender o que diz a professora no vídeo se não há tradução em Libras, a linguagem dos sinais? As escolas tiveram, às pressas, de oferecer ensino remoto por causa da pandemia do coronavírus. Mas a inclusão de crianças deficientes, que já não ocorria como deveria na educação brasileira (embora esteja prevista em lei), parece ter sido esquecida. A Unesco e a Academia Americana de Pediatria são exemplos de instituições que vêm alertando educadores e autoridades sobre a importância de dar atenção especial a essas crianças na volta às aulas.


Confira a matéria »
 



 artigo 

 

7 competências socioemocionais para pôr em prática em tempos de pandemia

Mulher sentada em frente ao seu lap top
 

Chegou a hora de praticar conceitos como resiliência, empatia, tolerância, responsabilidade, ousadia, entusiasmo e segurança. A observação é da pedagoga Iolene Lima. Ex-secretária executiva do Ministério da Educação e colunista da Canguru News, Iolene diz que, diante do contexto da pandemia, os educadores precisam ter um olhar diferenciado para cada aluno e cada família. Em seu último artigo, ela detalha cada uma dessas competências e dá sugestões de como aplicá-las.


Leia o artigo »


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 segurança 

 

Acidentes são a principal causa de morte de crianças no Brasil (e metade deles são domésticos)

Menina em frente à janela do apartamento
 

A história de Miguel Otávio Santana da Silva, de apenas 5 anos, que morreu na terça (2), após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife, comoveu o país. Infelizmente, ele faz parte de uma estatística pavorosa: os acidentes já são a principal causa de morte de crianças no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde – e 50% deles são domésticos. Dentre esses, as quedas de edifício não são raras. Apesar do alerta dos pediatras, muitas famílias parecem não entender que a presença de crianças em casa exige vigilância permanente.


Leia a reportagem »
  

 

 números que importam 

 

Ilustração de uma aliança de casamento


O ranking dos acidentes domésticos

 

Por ordem decrescente de risco, os ambientes mais perigosos para as crianças dentro de casa são:
 

1º Cozinha

2º Banheiro

3º Corredor

4º Escada

5º Quarto

6º Sala

7º Quintal

Clique aqui para conferir os riscos em cada ambiente

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
 


 

 saúde 

 

Necessidades emocionais das crianças estão sendo negligenciadas na pandemia, alertam especialistas

Menina cabisbaixa olhando pela janela de seu apartamento
 

Os possíveis impactos da pandemia do coronavírus na saúde emocional das crianças vêm sendo cada vez mais discutidos ao redor do mundo. Especialistas apontam que as necessidades emocionais das crianças estão sendo negligenciadas e lembram que as sequelas podem durar para o resto da vida. Mas qual o caminho para proteger o emocional das crianças? Muita conversa. “Uma vez que todo mundo começa a conversar sobre os estresses, as coisas melhoram", afirma Elizabeth Rapa, do departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
 

   

 

 literatura 

 

8  livros para te ajudar a conversar sobre a pandemia com as crianças (sim, é preciso)

Ilustração de menino preocupado com máscara descartável
 

“Não é fácil estar confinado com uma criança. Faz dois meses que minha filha pede, todo dia, pra ir à praia.” O desabafo é do comediante Gregório Dudivier, pai de Marieta, de 2 anos. A relação das crianças com o tempo é bem diferente da relação dos adultos. Se dois meses de isolamento social parecem muito para você, imagine para o seu filho... Mais do que nunca é preciso falar com os pequenos sobre a pandemia – e tentar entender como eles estão se sentindo. Mas nem sempre é fácil. Selecionamos 8 livros que vão te ajudar a puxar esse papo com os pequenos.
 

   


 uma pergunta para... 

 

Retrato de Mirtes Renata de Souza

Mirtes Renata de Souza

Empregada doméstica, mãe de Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu na última terça (2), ao cair do 9º andar de um edifício


Como você tem se sentido desde terça-feira?

“Não estou conseguindo dormir no meu quarto porque, quando eu olho para a cama do meu filho e vejo que ele não está, a dor aumenta mais ainda. Eu não vou ter mais meu neguinho comigo. Quando eu acordava, eu dava um cheiro nele. Ele era a minha vida, eu não sei o que vai ser da minha vida sem ele.”

PS: Mirtes, para uma mãe não há dor maior do que a sua. Nossa mais profunda solidariedade a você.

*Depoimento ao programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Globo
 

Obrigada por nos ler!
 


Por Ivana Moreira, com Verônica Fraidenraich e Heloísa Scognamiglio
 


Ivana Moreira

Jornalista com mais de 20 anos de experiência em grandes redações. É colunista de educação do jornal Metro e tem certificação como coach parental pela The Parent Coach Academy, de Londres. É uma mãe apaixonada por seus dois meninos, Pedro e Gabriel.


 

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