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#41 · 24/6/2020 · ver no navegador
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ilustração animada de um ursinho virando o rosto de raiva

 

Bom dia!

 

“É uma barra ficar em família 24 horas por dia.” Rosely Sayão, uma das mais conhecidas “conselheiras de pais” do Brasil, resumiu nesta frase a experiência que as crianças estão vivendo. É com ela a nossa seção “Uma pergunta para” de hoje. Colunista da rádio BandNews FM e do jornal O Estado de S. Paulo, Rosely coloca o dedo na ferida, sem melindres, para falar da relação entre pais e filhos. Às vezes, é desconcertante ouvir o que ela diz e ler o que ela escreve. Mas é sempre uma provocação para pais encararem o espelho. É ou não é uma barra esse confinamento prolongado com a família (para crianças e adultos, por mais amor que exista)?

No depoimento que selecionamos para esta edição, a psicóloga e escritora trata do isolamento social sob a perspectiva de crianças e adolescentes. E deixa um questionamento na mesa: vale a pena esse empenho dos professores e das famílias para fazer as crianças estudarem agora? “Será que a gente não está perdendo oportunidades mais ricas de aprendizado nesse contexto?”, pergunta Rosely. Confesso que penso muito sobre isso – nos dias em que preciso brigar para que meus meninos levem as aulas online a sério e nos dias em que deixo pra lá (e morro de culpa).

Segundo o psicólogo espanhol Rafael Guerrero, há três motivos que podem levar a uma explosão de raiva. Um deles é o sentimento de injustiça por violação de direitos. E é compreensível que muitas crianças entendam o ensino remoto como uma “violação de direitos”. Em uma das matérias de hoje, a repórter Heloísa Scognamiglio fala das reflexões de Guerrero sobre como ensinar aos filhos a lidar com a raiva (não só durante a quarentena, claro).

A boa notícia é que essa “violação de direitos” vai passar. Em alguma hora, as escolas vão voltar a receber seus alunos e a rotina das crianças voltará ao normal – ou ao “novo normal”. Especialistas da educação e também da saúde estão se preparando para a retomada das atividades. É o caso da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), uma das entidades que vem se dedicando a preparar pais e educadores para a próxima etapa. O alerta da SBP desta semana é sobre atividades físicas. É importante que as crianças voltem, o mais breve possível, a fazer exercícios físicos. Mas, como explica a matéria da editora Verônica Fraidenraich, depois de um confinamento prolongado, certos cuidados são necessários para que não haja risco para os pequenos.
 
E esses são apenas alguns dos destaques na edição de hoje. Boa leitura! 
 

 


 saúde 

 

Retomada das atividades físicas das crianças após a quarentena exigirá cuidados especiais

Criança praticando atividade física em um gramado
 

É importante para a saúde das crianças que elas voltem a praticar atividades físicas tão logo seja possível. Mas a retomada dos exercícios exige certos cuidados. O alerta é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que divulgou orientações para pais e educadores.“Fazer atividades de forma desregulada, após longo tempo parado, pode trazer prejuízos ao organismo”, explica o pediatra Ricardo do Rego Barros.
 

Leia a matéria »  
 

 

 comportamento 

 

3 motivos que podem levar seu filho a um ataque de raiva (e como ensiná-lo a lidar com eles)

Menino deitado no chão olhando com raiva para a câmera
 

Há três motivos que podem levar uma criança a “explodir” de raiva: o sentimento de injustiça por violação de direitos; não alcançar um objetivo; sentir fome, sede ou outras necessidades básicas. Em artigo para o jornal  “El País”, o psicólogo espanhol Rafael Guerrero dá dicas para ensinar os filhos a gerir as próprias emoções – e lidar melhor com a raiva.


Confira as dicas »
 



 tecnologia 

 

Crianças e adolescentes conectados ajudam pais a usarem internet

Menina navegando na internet no lap top com sua mãe ao fundo
 

A rotina de crianças e jovens brasileiros conectados inclui auxiliar os pais com atividades online. É o que mostra a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada ontem. O estudo também traz dados sobre o acompanhamento dos pais à vida digital dos filhos e sobre os riscos que os pequenos enfrentam na internet.

 

Veja a matéria »
 



 números para refletir 


 

Ilustração de gota de adoçante

 

24,3 milhões de crianças e adolescentes
 brasileiros (89% do total) são usuários da internet.

29% da população de 9 a 17 anos
ajuda seus pais ou responsáveis em atividades na internet todos os dias ou quase todos os dias.

28%
oferecem apoio aos pais pelo menos uma vez por semana.

Do outro lado…

80% dos pais ou responsáveis
 conversam com os filhos sobre atividades online.

77%
ensinam como usar a internet com segurança.

55%
ajudam a fazer alguma tarefa na Internet que a criança não entende.
 

Fonte: TIC Kids Online Brasil 2019
 



 artigo 

 

Lição número 1: educar as emoções do seu filho

Menino chorando em frente à mesa com brinquedos
 

Como educar uma criança para que ela se torne um adulto saudável, feliz, confiante, cheio de estima por si e empatia pelos outros? “É um caminho longo, mas se puder fazer uma boa escolha, comece pelas emoções”, escreve a psicóloga Patrícia Nolêto, em artigo para a Canguru News. “Quanto mais cedo isso for feito, mais cedo a criança terá autonomia e habilidade para regular as próprias emoções.”


Leia o artigo »
   

 

 casa 

 

10 dicas para ensinar os pequenos a manter os brinquedos organizados

brinquedos organizados em recipientes plásticos
 

Especialistas na organização de ambientes, Cris Catussato e Glauce Di Mauro dão 10 dicas para ajudar mães e pais na difícil missão de ensinar os pequenos a guardar os brinquedos após a diversão – e manter a casa em ordem, mesmo durante a quarentena. 
 

   

 

 entretenimento 

 

Uma brincadeira para ensinar as crianças a usar uma tesoura 

menina recortando personagens feitos de papel e fitas
 

Embora muitos pais tenham receio de deixar filhos pequenos usar tesouras, o manuseio é importante para o desenvolvimento de habilidades motoras. Nossa colunista Laura Ladeira, especialista na produção de brinquedos reciclados, mostra como uma brincadeira ensina as crianças a usar o objeto cortante.
 

 

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 uma pergunta para... 

 

Retrato de Rosely Sayão

Rosely Sayão

Psicóloga há mais de 40 anos, já escreveu livros como "Educação sem blá-blá-blá: como preparar seus filhos e alunos para o convívio familiar, a escola e a vida" e "Como educar meu filho"


As crianças estão em casa, mas não em férias. E agora? O que fazer?

“A única experiência que a criança conhece de estar em casa é em férias. Cognitivamente, a criança e o adolescente entendem que agora eles têm de estudar de casa. Mas o ‘global’ deles resiste a entrar nesse contexto porque não é a experiência conhecida. Isso me leva a perguntar se vale a pena esse empenho de professores e famílias em fazer com que as crianças estudem agora. Será que a gente não está perdendo oportunidades mais ricas de aprendizado nesse contexto? O tempo todo os professores precisam demandar dos alunos atenção. É natural. Porque as crianças e os adolescentes de hoje estão acostumados à multiplicidade, à diversidade de estímulos, eles são multitarefas de verdade, já nasceram nesse mundo. Se hoje, eles dizem que querem muito ir para a escola, não pensem vocês que é por causa da aprendizagem, que eles sentem falta das aulas: eles sentem muita falta é dos colegas e até dos professores. Porque em casa estão submetidos a apenas dois (ou talvez um) estilo de amar, de ficar bravo, de se irritar. E ir para a escola significava um respiro. Eles entravam em contato com outros estilos amorosos, de cuidado, de proteção, bem diferentes do estilo dos pais. É uma barra ficar em família 24 horas por dia e, vamos reconhecer, não é só para eles. Para os pais também, que podiam sair, ver os amigos. Tivemos de abrir mão disso em nome da segurança e da nossa saúde. Se pra gente é difícil, para as crianças é ainda mais porque esse convívio com a diversidade era fundamental para manutenção da saúde mental e das emoções delas.”

*Depoimento ao programa Café Filosófico, da TV Cultura.
Foto: Zanone-Fraissat - Folha-Press

 

Obrigada por nos ler!
 


Por Ivana Moreira, com Verônica Fraidenraich e Heloísa Scognamiglio
 


Ivana Moreira

Jornalista com mais de 20 anos de experiência em grandes redações. É colunista de educação do jornal Metro e tem certificação como coach parental pela The Parent Coach Academy, de Londres. É uma mãe apaixonada por seus dois meninos, Pedro e Gabriel.


 

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