Na terça-feira, 12 de setembro de 1911 foi inaugurado na cidade de São Paulo, o Teatro Municipal, um projeto do escritório do arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo. Seu estilo eclético lembra o Teatro da Ópera em Paris e o seu Salão Nobre, no primeiro andar, foi inspirado na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes da França. Este é considerado o espaço mais suntuoso do Teatro Municipal. O salão era usado para festas, bailes, concertos de câmara e banquetes. Na época, só políticos e barões do café podiam entrar.
Ocupando uma área de 240 m² e pé direito de 12 metros, é extremamente requintado e imponente, com pinturas decorativas, pedras originárias da Itália, colunas com mármore nacional, portas de jacarandá e ... enormes cristais e espelhos importados da Bélgica.
Somente em 1868, a Bélgica produziu 111.500 m² de vidro espelhado, e, trinta anos depois 15 vezes mais, ou seja, 1.690.000 m². Destes, aproximadamente 90% era para a exportação. Na época, a produção belga representou 25% da produção mundial.
Ainda hoje, a Bélgica é um grande produtor de espelhos. A cidade de Zeebrugge contém a maior fábrica de vidros espelhados do mundo, com uma produção de 7 milhões de metros quadrados de espelhos por ano... e, 90% da produção é para exportação!
Todo carro produzido na Europa contém, pelo menos, um espelho belga!
Mais fotos do Teatro Municipal:
http://www.belgianclub.com.br/pt-br/heritage/espelhos-no-salão-nobre-do-teatro-municipal-são-paulo
Marc Storms, coordenador do Patrimônio belga no Brasil, lançou recentemente “Ad. H. van Emelen: A trajetória de um artista belga em São Paulo”. Nele, revela a biografia do artista (1868 – 1943) e divulga suas obras mais significativas, produzidas tanto em seu país de origem quanto no Brasil.
