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"A gente não faz fact-check em anúncios políticos. A gente não faz isso para ajudar políticos, e sim porque a gente acha que as pessoas devem ver com seus próprios olhos o que eles estão dizendo. E se esse conteúdo é pauta de notícias, nós não vamos derrubá-lo, mesmo que esteja em conflito com os nossos padrões.

Eu sei que muitos discordam, mas, em geral, eu não acho certo que uma empresa privada possa censurar políticos ou notícias em uma democracia."

(Mark Zuckerberg, em outubro de 2019)
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Apagar ou não apagar. Mentira ou verdade. Certo ou errado. Pode ou não pode.

Como toda boa polêmica, estamos tentando decidir entre um dos lados do conflito entre a saúde dos processos democráticos e a influência do Facebook.

Mas essa questão é muito menos preto no branco do que parece.

Quando a congressista americana Alexandria Ocasio-Cortez coloca Zuckerberg contra a parede e pergunta "você vai ou não apagar mentiras em anúncios políticos na sua plataforma?", ele não está errado em dizer que não, e ela não está errada em se indignar.

Quando Zuckerberg afirma que as pessoas devem ter o direito de ver por elas mesmas as mentiras que os candidatos contam, ele não está errado em evitar se tornar dono da verdade, mas nós não estamos errados em cobrá-lo por mais responsabilidade sobre a sua plataforma.

Desde que a política é política como a conhecemos, candidatos distorcem os fatos a seu favor. Isso faz parte do processo. Mentiras em entrevistas ao vivo, mentiras em horários políticos na TV, mentiras em capas de jornal. Não é sobre mentir ou falar a verdade.

Nessa discussão, que vem se concentrando no QUE pode ou não ser dito, talvez o ponto seja outro. Talvez a gente tenha que olhar COMO e, principalmente, PARA QUEM essas coisas estão sendo ditas.

Porque enquanto certas mentiras são ditas em rede nacional, na sala de casa em que um concorda, o outro discorda e as coisas são debatidas, o Facebook permitiu uma lógica em que outras mentiras podem ser muitíssimo bem segmentadas. E pior - visíveis somente para aquele grupo específico de pessoas.

Esse foi o ponto que o CEO do Twitter, Jack Dorsey, fez essa semana ao rebater o discurso de Zuckerberg. "Estamos falando muito sobre discurso e expressão, mas não estamos falando o suficiente sobre alcance e amplificação".

A gente sabe que quanto mais controverso o conteúdo, mais comentários e mais engajamento - consequentemente, maior visibilidade ele ganha na plataforma. E a gente sabe muito bem, graças às revelações pós Cambridge Analytica, o poder de influência que uma boa estratégia de segmentação tem.

Assim, resumir esse debate a "mentiras versus verdades" só favorece o Facebook - que tem, sim, um bom ponto quando se coloca como plataforma neutra em relação ao conteúdo.

Onde ela não é nada neutra, é na sua disseminação. É ali que quem paga mais e quem mente mais leva a melhor.

E quem leva a pior é a democracia.
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“Permitir que a desinformação cívica paga seja veiculada na plataforma em seu atual estado tem o potencial de ampliar a desconfiança do público nela.

Mais além, ela passa a ideia de que nós estamos confortáveis em lucrar com campanhas deliberadas de desinformação veiculadas por aqueles que buscam posições de poder”

(Trecho da carta de funcionários do Facebook ao seu CEO, outubro de 2019)


"Nós decidimos parar com todos os anúncios políticos no Twitter, globalmente. Acreditamos que o alcance de uma mensagem política deve ser conquistado, e não comprado.

Uma mensagem política conquista seu alcance quando as pessoas escolhem seguir ou retuitar. Pagar por alcance elimina essa escolha, impondo mensagens políticas altamente otimizadas e segmentadas às pessoas. Nós acreditamos que essa escolha não deve ser comprometida por dinheiro."

(Jack Dorsey, ontem mesmo, jogando mais lenha nessa fogueira)
Para você que quer se aprofundar mais nesse assunto, recomendo:
- O vídeo da AOC questionando Mark Zuckerberg no Congresso
- O documentário Privacidade Hackeada, disponível na Netflix
- Esse tweet, simples mas que dá a dimensão do impacto de anúncios segmentados
- Essa edição da newsletter The Interface, do Casey Newton

Leia, assista, reflita e me conta o que você tá achando disso tudo.
- Beatriz
~ refletir é preciso ~

não dá pra ficar só apontando dedos, ou vendo as coisas em preto e branco
tem muito (mas MUITO) em jogo em meio a likes e retweets
2020 está aí. estaremos de olho.
encaminhe e compartilhe essa newsletter e fortaleça essa discussão
Bora estudar branding?
Na edição de semana passada, falamos longamente sobre a importância do conteúdo complexo e de cursos e metodologias quando o assunto é branding. A Rock University, plataforma de educação da Rock Content, está com um novo curso de branding e eu queria reforçar o convite. O cupom BITSTOBRANDS25 dá direito a 25% de desconto e um material exclusivo com base no curso.

Uma entrevista com o fundador do Waze
Sobre inovação, mobilidade e sociedade. E sobre como ele achava que o Waze resolveria todos os nossos problemas, e se enganou.
 
O mundo precisa mesmo de novos celulares todo ano?
É o questionamento desse artigo da FastCompany, que faz um ponto ótimo sobre o pouco tempo para trazer grandes inovações, sustentabilidade e consumismo. Sou suspeita para falar porque num mundo em que o iPhone está no 11, sigo firme com o meu 7.
Chefe: A gente precisa fazer algo tão inovador que nenhuma marca vai ter feito nada parecido antes
Também o chefe: Parece arriscado. Vocês podem dar exemplos de outras marcas que já fizeram isso?
Das dicas práticas como uso de imagens e preparação de roteiro, às mais profundas como não questionar a sua capacidade de estar em cima de um palco, esse livro é muito útil.

Para quem faz apresentações em salas pequenas no dia a dia de trabalho, ou quem está se arriscando no universo das palestras (como eu), recomendo demais a leitura.

"Ted Talks" foi uma ótima surpresa.
UMA PAUSA PARA:
SEMANA QUE VEM TEM BITS TO BRANDS NO RD SUMMIT!

Nervosa, eu? Que é isso, nervosos tão vocês.. hehehe
Estou finalizando os slides, rumo a um fim de semana de muito ensaio, para espalhar a palavra da newsletter no maior evento de marketing digital e vendas da América Latina (!!!)

A minha palestra será na próxima quinta-feira, dia 7 de novembro, às 11:35. Não tem local certo ainda porque ele vai depender de quantas pessoas demonstrarem interesse. Quanto mais gente, maior a sala (!!!)

Então, queria pedir a você que vai ao RD Summit: no aplicativo do evento, adicione a minha palestra à sua agenda. E, claro, apareça lá para mandar aquela energia boa e aprender a usar estrategicamente esse formato que a gente ama. Nos vemos lá? :)
Amazon Prime + New York Times + elenco maravilhoso.

Não tem muito como errar ao contar histórias com esse apoio. Mas Modern Love acerta muito.

A série não tem continuidade - cada episódio conta uma história totalmente diferente da outra. E ao se deixar levar pela trilha sonora, pelas imagens de Nova York, pelos diálogos e atuações incríveis, você acha que está assistindo a mais um romance bem produzido. Até que do nada é atingido pelo fato de que pessoas reais viveram aquilo.

Para quem ainda não assistiu, tem 30 dias grátis de Amazon Prime aqui
Para quem já assistiu, eis esse link do New York Times com as histórias originais que inspiraram cada episódio da série.


PS: Um pouco de leveza para equilibrar o tema de hoje. Enjoy :)

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