1º Encontro Nacional da Lista Vermelha de Invertebrados
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Nos dias 11 e 12 de outubro decorreu na Lousã, nas instalações do Centro de Operações e Técnicas Florestais, o 1º Encontro Nacional da Lista Vermelha de Invertebrados que reuniu cerca de 40 investigadores envolvidos no projeto para discutir o trabalho realizado até ao momento e planear as próximas etapas do processo de avaliação do risco de extinção das espécies alvo de invertebrados. No dia 12 a sessão foi aberta ao público e contou com cerca de 50 participantes entre os quais representantes da Câmara Municipal da Lousã, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, da FCiências.ID e do Centro de Ecologia Evolução e Alterações Ambientais. Ao longo do dia foi apresentado o projeto e os seus objetivos, o estado de conhecimento dos diferentes grupos de invertebrados alvo, entre eles as 15 espécies listadas nos anexos da Diretiva Habitats, e alguns dos principais resultados obtidos até ao momento.
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Sessão de abertura com Teresa Fidélis (ICNF), Cristina Máguas (cE3c), Ricardo Fernandes (Câmara Municipal da Lousã), Lívia Moreira (FCiencias.ID) e Mário Boieiro (cE3c – coordenação do projeto LVI).
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Joaquim Reis apresentou a biodiversidade de bivalves e moluscos aquáticos e as principais ameaças que enfrentam no nosso país.
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Gonçalo Calado falou sobre a diversidade de moluscos terrestres
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Maria José Caramujo apresentou a diversidade de crustáceos, os habitats onde ocorrem e a sua importância para a conservação.
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Populações de bivalves de água doce da Diretiva Habitats a diminuir em Portugal
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As campanhas de campo focadas nas áreas de ocorrência das espécies de bivalves de água doce incluídas no anexo II da Diretiva Habitats (Margaritifera margaritifera e Unio tumidiformis), assim como em locais para os quais existe pouca informação, como a região a norte de Lisboa e a beira interior, revelaram o desaparecimento de várias populações de ambas as espécies devido ao mau estado do habitat, em particular pela escassez de água, pela construção de novas barragens e pela poluição, não tendo sido possível localizar exemplares vivos em 3 das 9 populações conhecidas de M. margaritifera e em 9 das 17 populações conhecidas de U. tumidiformis.
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Poluição e seca são duas das principais ameaças enfrentadas pelos bivalves de água doce em Portugal.
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Coleções de insetos no laboratório da FCUL
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Após o intenso trabalho de amostragem realizado nos Sítios de Importância Comunitária (SIC) da Rede Natura 2000, é hora de tratar as amostras em laboratório para poder efetuar listas de espécies e determinar a abundância de indivíduos de cada espécie. São milhares de amostras a tratar: 1084 provenientes dos varrimentos da vegetação; 1000 de batimentos em árvores e arbustos, 1005 de armadilhas coloridas, 64 da luminosa, 120 amostras de armadilha de queda e 12 de interseção de voo. O material capturado nas pesquisas aleatórias, que já contabiliza centenas de indivíduos, está a ser agora preparado. Pretende-se concluir a fase de construção de coleções biológicas e da base de dados de registos até ao final de 2019. Encontram-se a colaborar nesta tarefa doze investigadores: Albano Soares, Cândida Ramos, Renata Santos, Ricardo Ramirez, Rita Morais, Rui Félix e Sandra Antunes, a tempo inteiro; com o apoio de Eva Monteiro, Sílvia Pina e dos estudantes Patrícia Nascimento, Oskar Álvarez, Rui Saraiva, Miguel Berkemeier.
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Investigadores do projeto no laboratório da FCUL
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Triagem de amostras de varrimento e organização por ordem taxonómica
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Coleção em álcool do projeto LVI
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Coleção seca do projeto LVI
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Espécies ameaçadas de aranhas
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Até à data de início do projeto LVI apenas uma espécie de aranha endémica de Portugal tinha sido avaliada de acordo com os critérios da IUCN, a espécie cavernícola Anapistula ataecina que ocorre em grutas da Arrábida e que foi considerada criticamente ameaçada. A avaliação do risco de extinção das restantes 41 espécies endémicas de Portugal Continental levada a cabo pela equipa LVI revelou mais duas espécies ameaçadas: Harpactea stalitoides (cavernícola) e Zodarion viduum (ocorre em zonas de duna). Além destas as espécies Nemesia fagei e Domitius lusitanicus foram consideradas quase ameaçadas, sendo necessária a sua monitorização para detetar eventuais alterações no seu estatuto de ameaça. Para 59,5% das espécies não foi possível reunir informação suficiente que permita determinar o seu risco de extinção de acordo com os critérios da IUCN, sendo necessário recolher mais dados sobre a sua ecologia e distribuição no nosso país.
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Anapistula ataecina espécie cavernícola, criticamente ameaçada que ocorre em grutas da Arrábida. © Pedro Cardoso
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Nemesia fagei espécie quase ameaçada que ocorre no Algarve. © Pedro Cardoso
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A Lista Vermelha dos Invertebrados marcou presença na Noite Europeia dos Investigadores 2019
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O projeto LVI participou na Noite Europeia dos Investigadores que decorreu a 27 de Setembro no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa. Ao longo das seis horas do evento cerca de 300 pessoas passaram pelo stand LVI tendo tido a oportunidade de fazer perguntas, ver exemplos de algumas espécies de invertebrados que ocorrem em Portugal e aprender um pouco mais sobre a sua importância e sobre a necessidade de as conservar.
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Atividade Invertebrados procuram-se! no Festival de Sagres
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O projeto LVI esteve representado na edição deste ano do Festival de Observação de Aves e Atividades da Natureza de Sagres com duas sessões dedicadas aos invertebrados que decorreram a 13 de Outubro na Estação da Biodiversidade de Boca do Rio, contando com uma excelente participação de 35 pessoas de todas as idades, desde bebés de colo, crianças, jovens, pais e avós. Foram dois grupos de participantes extremamente interessados em saber mais sobre o trabalho da lista vermelha e conhecer melhor a diversidade de insetos, aranhas, crustáceos, caracóis e lesmas.
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