Caros colegas e amigos,

Mais um ano, talvez o mais significativo na curta vida da nossa associação. Significativo graças aos projectos em que nos envolvemos, às pessoas e organizações com as quais colaborámos, ao apoio que tivemos, às novas relações que construímos e aos passos que demos no sentido de identificar e ultrapassar algumas barreiras – físicas, sociais, intelectuais – à participação cultural.

Este email de final de ano não vai servir de relatório de actividades. Servirá, em primeiro lugar, para dizermos “Obrigado” a todas as pessoas que abraçam a nossa visão e que nos apoiam de formas tão diversas; às pessoas que nos procuram, que nos convidam, que dialogam connosco, que colaboram, que analisam, que criticam e que nos desafiam.

As impressões mais fortes relacionam-se com acontecimentos mais recentes. Esta semana, concluimos os dois cursos realizados com o apoio e a colaboração do British Council e da Direcção-Geral das Artes: “Deficiência e Gestão Cultural” e “Arte e Deficiência”. Cerca de 50 profissionais ligados às artes performativas juntaram-se com o desejo de serem desafiadas, de discutir dúvidas e práticas, de partilhar experiências. Ficámos inspirados pelas colegas britânicas Jo Verrent (Unlimited) e Kaite O´Reilly (dramaturga e impulsionadora do pensamento sobre aesthetics of access) e determinados em fazer mais, nos pequenos ou grandes terrirórios da nossa actuação.



No mês de Novembro, deu-se início ao primeiro projecto europeu em que a Acesso Cultura entra como parceiro, financiado pelo programa Europa Criativa. “Every Story Matters” irá trabalhar na promoção da inclusão através da literatura para crianças e jovens. Começámos com uma conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração também da Casa Fernando Pessoa e da Fundação José Saramago. Quem esteve e quem não esteve poderá ouvir a gravação e, muito em especial, o keynote speech de Temi Odumosu, que preparou o terrreno para uma intensa reflexão sobre questões de inclusão, representatividade, (de)colonização, consciência.

A nossa conferência anual em Outubro convidou para uma reflexão sobre “O papel político das organizações culturais” e foi realizada no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa. Muito participada, muito rica na partilha de ideias e práticas, ficou também marcada pelos keynote speeches de Álvaro Laborinho Lúcio e Corinna Gardner (Victoria and Albert Museum).



Em Junho, por ocasião da Semana Acesso Cultura, fizemos o “balanço que se tornou manifesto” de seis anos de trabalho. O que mudou? O que é que se fez? O que falta fazer? O que é que cada um de nós pode fazer?

São estes alguns dos momentos mais marcantes de 2019, ano em que houve ainda vários cursos, seminários, trabalhos de diagnóstico e consultoria, debates públicos (que acontecem simultaneamente em 10 cidades diferentes) e participação em encontros e conferências. Foi intenso, foi significativo, foi rico, foi bom! O nosso profundo agradecimento a todos.