#1 Na semana passada, enquanto preparava a primeira conversa com os alunos do seminário de Questões Contemporâneas do Jornalismo, do mestrado em Jornalismo, pensei em várias formas de os convencer sobre a importância do jornalismo na sociedade, mas acabei por regressar àquela em que realmente acredito. Um jornalista não vende nada, como um talhante vende carne ou um peixeiro vende peixe. Nós não precisamos de carne para viver, mas necessitamos do serviço do jornalismo, tal como precisamos do serviço do médico ou de um professor. Para quê? Para tomarmos as melhores decisões sobre as nossas vidas, os nossos governos e as nossas sociedades (citando Kovach e Rosenstiel). Para sermos livres. No final da aula, nesta quarta-feira, pensei que afinal não tinha de convencer os alunos, mas sim os próprios jornalistas de que o seu serviço é essencial e que, por isso, também têm de tomar - todos os dias - as melhores decisões sobre as suas escolhas editoriais. Já estive numa redação e não é nada fácil decidir a cada minuto, mas acredito que, para isso, a investigação que se faz na academia sobre os desafios do jornalismo hoje também poderá ajudar. Portanto, que tal começarmos a pensar juntos nisto?
#2 A vida académica é repleta de mitos e o maior de todos será talvez o de que os professores universitários só trabalham quando há aulas. Até os meus pais - que dizem sempre que deveria trabalhar menos – soltam um “agora podes descansar” quando um semestre termina. Só que não. Para a semana, volto a esta conversa.
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