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Canguru News #4 | Sábado, 14/3/2020
Por Ivana Moreira*

Bom dia!

Meu filho chegou ontem da escola com uma novidade. Sua melhor amiga está indo para a aula usando uma máscara. Levei um susto. Sou o extremo oposto da mãe hipocondríaca e jogo quase sempre no time do “não é pra tanto”. Mas conheço a mãe dessa coleguinha, sei o quanto ela é esclarecida – e ponderada. Por isso, me soou como um alerta vermelho a notícia que Gabriel me trouxe. É hora de entender bem que riscos existem, de fato, para as crianças nas escolas com a expansão dos casos de coronavírus no país – e quais medidas são realmente adequadas. Não quero (e não vou) alimentar pânico desnecessário entre mães e pais. Mas o momento exige que estejamos todos bem informados. A prevenção é sempre o melhor remédio. Por isso, abrimos uma seção especial de cobertura do coronavírus na Canguru News. Além das informações que estão nesta edição de hoje, vamos produzir conteúdo específico sempre que novas informações possam ajudar você a manter seu filho longe do perigo. A propósito: segundo os especialistas, as máscaras só são indicadas para quem estiver infectado. Não funcionam para prevenção.

Boa leitura!
 linguagem 

Você fala como se fosse um bebê quando conversa com seu filho? Não deveria. Veja por que

Você já se pegou forçando uma voz fina, como se fosse um bebê, quando fala com seu pequeno? Quem nunca, não é?  É um impulso natural querer imitar as crianças enquanto falamos com elas, talvez, por achar que dessa forma elas vão nos entender melhor. Mas não é bem assim – pelo contrário. 

Muitos especialistas discordam dessa prática, conhecida como “baby talk”, quando os pais falam de forma infantilizada, por alegar que ela limita o aprendizado da criança, ao apresentar um vocabulário reduzido e mesmo a pronúncia incorreta das palavras. 

Mas tem outro jeito de se comunicar com os pequenos, que conta com a aprovação dos acadêmicos: é o “parentese” (relativo a “pais”, em inglês). A prática consiste em  falar em um ritmo mais lento, de forma pausada e com uma entonação exagerada para atrair a atenção do bebê. No passado, esse método era conhecido como “motherese” (ou “manhês” em português), mas foi renomeado para incluir os pais.

Quer ver um exemplo do “parentese” na prática? Quando a mãe segura o bebê com os braços, beija o seu umbigo e diz: “Eu 'peguei' o seu umbigo”, “Eu 'peguei' o seu umbigo”, “Eu te amo”. Em geral, são falas com frases curtas, repetição de expressões e tom melodioso.

Uma pesquisa do Instituto de Aprendizagem e Ciências do Cérebro (I-Labs, na sigla em inglês), da Universidade de Washington (EUA), divulgado no mês passado, comprovou que o “parentese” motiva o bebê a responder, favorecendo o desenvolvimento da fala e da linguagem. Clique aqui para conferir a matéria com detalhes sobre o estudo e um vídeo com mais exemplos dessas conversas preciosas.
 saúde 

Coronavírus: não entre em pânico, mas não descuide da prevenção

Impossível ignorar o assunto “coronavírus”, né? As notícias sobre a pandemia estão em todos os veículos de comunicação, em todos os grupos de WhatsApp. É muito natural que os pais estejam preocupados com o risco de os filhos contraírem essa infecção respiratória. Felizmente, os registros de pessoas infectadas mostram que as crianças – pelo menos, até agora – não são as mais suscetíveis à doença. 

Ainda assim, é preciso conversar com os pequenos sobre o vírus e orientá-los quanto às questões de higiene, para reduzir as chances de contágio. Ouvimos vários especialistas e reunimos as informações mais importantes que os pais precisam saber:

Grupos mais suscetíveis ao vírus? Os idosos.

Como proteger as crianças? Mantendo ambientes limpos e arejados.

O que fazer se o filho apresenta os sintomas da doença? Procure atendimento médico o mais rápido possível.

Qual a orientação quanto à frequência à escola? Só deixe de levar seu filho às aulas se ele tiver sinais relacionados à infecção.

Como tratar o assunto em casa? Converse sobre os cuidados necessários. Pergunte o que seu filho sabe, o que ouviu dos coleguinhas. É hora de combater fake news.

Apesar do clima de apreensão (e atenção redobrada), ainda não é o caso, segundo os especialistas, de suspender aulas nos colégios brasileiros. Confira aqui quais são as recomendações para as instituições de ensino. Pelo menos por enquanto, seu filho só deve ficar em casa se apresentar sintomas de infecção.
 
 carreira 

Amigos da Primeira Infância S.A.

A empresa em que você trabalha pode ser chamada de “amigável” se o assunto for respeito ao fato de você ter filhos pequenos? Nenhuma das companhias pelas quais passei poderiam ser enquadradas nesta categoria – e é provável que sua resposta também seja “não”. Ainda falta entendimento no mundo corporativo de que a proteção à primeira infância é dever de toda a sociedade. Felizmente, porém, já encontramos bons exemplos. 

O instituto Great Place to Work (GPTW), maior autoridade mundial em avaliar a qualidade do ambiente de trabalho, em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e a United Way Brasil, mediu no ano passado, pela primeira vez, quão amigáveis as empresas brasileiras são com a primeira infância. 

A pesquisa apontou seis organizações que de fato estão fazendo diferente, colocando em primeiro lugar o bem-estar das crianças e das famílias ao proporcionar condições para que seus colaboradores possam focar em criar seus filhos com tempo, amor e dedicação. Confira como ficou o ranking 2019:

  Johnson & Johnson
  Takeda
  Whirpool
  Cisco
  IBM
  Santander

Tomara que essas companhias se tornem inspiração para a empresa onde você trabalha. Já estou ansiosa para saber como vai ficar o ranking de 2020.
 desenvolvimento 

3 a 4 palavras
é o que o bebê costuma pronunciar por volta dos 12 meses. Nessa fase, ele compreende entre 30 e 40 palavras.
 
6.000 palavras
é a média de vocabulário usado por crianças de 6 anos.
 
25.000 palavras
é a média de vocabulário que os adultos costumam usar.
 
Fonte: George Boeree, professor aposentado do Departamento de Psicologia da Universidade de Shippensburg, na Pensilvânia (EUA).
 uma pergunta para... 

Marcos Piangers

Autor dos livros “O Papai é Pop” e “O Papai é Pop 2”
 
Você costuma dizer que os homens devem aprender com as mulheres. O que as mães devem ensinar aos pais?
“Os nove meses da gravidez preparam a criança, mas também preparam o pai e a mãe. Quanto mais envolvido o pai for, antes mesmo da criança chegar, mais fácil será a transição do casal para uma vida com filhos. Um homem deve ouvir sua esposa e aprender com ela, mas é importante também que a mãe dê oportunidades para o pai participar. Para que troque a fralda, dê banho, leve na creche, no pediatra e saiba o nome dos amigos e do professor. Assim, a mãe vai poder ter uma vida mais equilibrada e a chance de se realizar profissionalmente e ter mais tempo para lazer. É importante que no coração da mãe não exista culpa porque, ao participar, o pai faz um bem para o filho, ao lhe dar um referencial, e para si mesmo.” 

*Com Verônica Fraidenraich e Heloísa Scognamiglio
 
Ivana Moreira

Jornalista com mais de 20 anos de experiência em grandes redações. É colunista de educação do jornal Metro e tem certificação de coach parental pela The Parent Coach Academy, de Londres. É uma mãe apaixonada por dois meninos, Pedro e Gabriel.
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