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Canguru News #3 | Quarta-feira, 11/3/2020
Por Ivana Moreira*

Bom dia!

Laurie Kramer, vice-reitora da Universidade de Illinois (EUA), tinha como meta fazer irmãos serem mais amáveis uns com os outros. E só entendeu o tamanho real do desafio quando se reuniu com os pais que inscreveram suas crianças no seu programa “Mais Diversão entre Irmãos e Irmãs”. As intermináveis disputas entre os filhos foram descritas como “as experiências mais difíceis enfrentadas na vida” por uma das mães do grupo, uma psiquiatra especializada no atendimento a veteranos feridos em guerra. O relato está no livro “Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças”, que tem um capítulo dedicado ao tema briga entre irmãos. Se você tem mais de um filho, com certeza consegue compreender o sentimento dessa psiquiatra americana. Eu tenho dois meninos e posso dizer: é de enlouquecer. Mas os especialistas garantem: além de naturais, os conflitos entre irmãos têm muito a ensinar aos pequenos. Confie neles e relaxe.

Boa leitura!
 comportamento 

3,5 brigas por hora: é normal (e saudável)!

Seus filhos brigam por causa de um brinquedo ou do tamanho do pedaço do bolo? Não se desespere se a casa às vezes parece um ringue. Brigas frequentes entre irmãos são absolutamente normais. Filhos entre 3 e 7 anos de idade entram em conflito 3,5 vezes por hora, em média. Você leu direito, sim... por hora!  

Foi o que mostrou uma pesquisa realizada na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Em muitos relacionamentos fraternos, a frequência dos conflitos pode ser grande, mas os momentos de diversão no quarto ou no quintal servem de compensação. Esse saldo positivo é que leva a um bom relacionamento quando adultos. “Freud estava enganado. Shakespeare, certo. Os irmãos brigam”, resume a educadora americana Ashley Merryman, referindo-se aos pensamentos do pai da psicanálise e do dramaturgo inglês sobre relações entre irmãos.

Quando as emoções vêm à flor da pele das crianças, a raiva pode ser manifestada com tapas e gritos. É comum e saudável também. Quem afirma isso é a especialista em disciplina positiva Bete P. Rodrigues. Em artigo para a Canguru News, Bete diz que as brigas são uma oportunidade para que as crianças desenvolvam habilidades socioemocionais como:

>  cooperação
>  comunicação respeitosa
>  autoconhecimento e autorregulação.

Por mais difícil que possa parecer, você não deve se intrometer na confusão: são as crianças que têm que se entender. “Só tem um jeito dos seus filhos aprenderem a resolver conflitos: resolvendo”, explica Bete. O que você não deve fazer nessa hora:

>  comparar os filhos, dizendo frases como “por que você não é como o seu irmão?”
>  tomar partido nas brigas 
>  agir como juiz, para decidir quem está certo e quem está errado. 

Segundo Bete, a disciplina positiva oferece várias ferramentas para ajudar pais a mediar o conflito (mas sem tentar resolver pelos filhos). Se as brigas aí na sua casa estão tirando toda a família do eixo, vale a pena a leitura. Vocês vão, no mínimo, aprender a enfrentar a situação com mais tranquilidade.
 saúde 

Seu filho dorme mal e você não está percebendo?

Foto: Freepik
Deita, rola, levanta, deita de novo e, quando se vê, já está amanhecendo. Essa é a realidade de muitos adultos que sofrem de insônia ou algum tipo de distúrbio do sono. E os pequenos também podem ter suas noites de descanso atrapalhadas por motivos que exigem atenção dos pais, mas podem passar despercebidos.
 
Mesmo que seu filho não apresente sinais durante a noite que sejam suficientes para te acordar, alguns aspectos do comportamento dele durante o dia podem ser características de noites mal dormidas. Preste atenção a estes sinais: desatenção e indisposição; olheiras e cansaço aparente; dificuldade de aprendizado; dificuldade para se alimentar; agitação, mau humor e resistência a fazer as tarefas escolares. 

Confira as médias de sono de cada fase da infância:

até 3 meses: de 16 a 20 horas por dia
de 12 meses a 3 anos: entre 9,5 e 10,5 horas por dia
de 3 a 6 anos: sono noturno de 9 a 10 horas, com cochilos diurnos
de 6 a 12 anos: 9 e 10 horas se sono, sem cochilos.

De todas as etapas relacionadas ao sono da criança na infância, a mais difícil para os pais costuma ser até os seis meses de vida do bebê. Para quem tem filhos recém-nascidos, preparamos seis dicas que podem ajudar na qualidade do sono para eles (e para a família toda).
 alimentação 

Uma cor para cada benefício

Você saberia dizer quais são as propriedades do chuchu? Da cenoura? Da melancia? De um ou outro alimento, a gente até arrisca dizer, né? Mas é difícil saber que nutrientes e benefícios cada alimento possui. Um fato, porém, é certo: para seguir uma alimentação saudável, quanto mais colorido for o prato, melhor. Isso porque o colorido indica maior variedade de vitaminas, minerais e substâncias bioativas e antioxidantes (ligados à prevenção de doenças) consumidos naquela refeição.

Abaixo, saiba o que cada cor de alimento representa e monte um prato completo para os filhotes: 

Vermelho e alaranjado: indicam alimentos com carotenoides, que possuem ação antioxidante e estão relacionados à saúde ocular e ao sistema imunológico. Auxiliam na cicatrização. Exemplos: tomate, cenoura, abóbora e mamão. 

Verde-escuro e branco: são alimentos que contêm glucosinolatos, que possuem ação antioxidante e são ricos em substâncias que agem na prevenção do câncer. Exemplos: brócolis, couve-de-bruxelas, repolho e couve. 

Roxo: encontrado em alimentos que contêm as antocianinas, outro tipo de antioxidante com função anti-inflamatória, e são ricos em magnésio. Exemplos: berinjela, repolho roxo e uva. 

Marrom: próprio de alimentos ricos em fibras alimentares e vitaminas do complexo B. Exemplos: cereais integrais como aveia e sementes, como nozes e castanhas. 

Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO).
 sociedade 

1 milhão por segundo
é a velocidade da formação de conexões neurais, entre os 0 e 6 anos de idade, no cérebro da criança que tem...
 
80%
do tamanho de um cérebro adulto aos 3 anos de idade e é capaz de realizar...
 
40%
das habilidades mentais das pessoas adultas
 
Os estudos da neurociência já comprovaram: a qualidade das experiências vividas por uma criança durante os seis primeiros anos de vida é fundamental para que ela alcance o desenvolvimento pleno. Um bebê precisa de interações efetivas com os adultos, em que possa se manifestar e ser acolhido por eles, estimulando assim o seu aprendizado. 

Fonte: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
 comprinhas 

Pés com muito estilo

Foto: Reprodução/Cantarola
Já se foi o tempo em que dar meias de presente era visto como algo sem graça. Meias coloridas e divertidas fazem o maior sucesso com a garotada. As da Cantarola, por exemplo, capricham nas estampas e têm opções como 'leopardo', 'neon', 'rosquinhas' e 'caras e bocas'. Os preços variam entre R$ 14,90 e R$ 29,90 (tamanho ¾). Difícil é escolher uma só! A marca tem sede em Araraquara, interior de São Paulo, mas entrega em todo o Brasil.  
 uma pergunta para... 

Daniel Becker

pediatra no Rio de Janeiro e autor da peça “Nossos filhos no século XXI”
 
No seu “manual de sobrevivência para pais do século XXI”, qual sua principal dica?
"Há uma frase da qual gosto muito que diz o seguinte: ‘o mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende dos filhos que vamos deixar para esse mundo'. Afinal, quem vai construir o mundo no futuro são os adultos do futuro, ou as crianças de hoje. Precisamos educar nossos filhos para serem pessoas boas, pessoas preocupadas com o outro, que escutem o outro, que cuidem do meio ambiente, da natureza, que compreendam os grandes problemas sociais e ambientais dos nossos tempos. Isso é o fundamental.”

*Com Verônica Fraidenraich e Heloísa Scognamiglio
 
Ivana Moreira
Jornalista com mais de 20 anos de experiência em grandes redações, passou pelos veículos O Estado de São Paulo, Valor Econômico, BandNews FM, Band Minas, Metro e Veja BH.  É colunista de educação do jornal Metro e tem certificação como coach parental pela The Parent Coach Academy, de Londres. É uma mãe apaixonada por dois meninos, Pedro e Gabriel.
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