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#15 | Quarta-feira, 1/4/2020

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Por Ivana Moreira*
 

Bom dia!

Você já pensou como será a vida da sua família após a quarentena? Vivo pensando nisso. O isolamento social me obrigou a rever não apenas planos profissionais. Talvez as maiores mudanças venham na vida pessoal. Quando tivemos de ficar todos juntos, isolados no nosso mundinho particular, encontramos espaço para conversas (difíceis) que estavam adiadas para sabe-se lá quando. E encarar essas conversas tem sido muito bom. Provavelmente elas vão mudar o rumo de algumas coisas lá em casa – e tenho certeza que vai ser para um rumo melhor. Foi justamente sobre isso que Atila Iamarinho, um biólogo especialista em epidemias, falou na última segunda (dia 30), quando foi entrevistado no programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Pais e mães convivendo com os seus filhos como já não conviviam mais. O que mudará na vida de todos eles? Numa das notas desta edição, repercutimos as reflexões do pesquisador para te fazer pensar: o que esperar da sua família pós-coronavírus.

Boa leitura! 
 

 


 

 comportamento 

Os amigos que só as crianças veem

Ilustração de menino e seu ursinho de pelúcia brincando na areia


Seu filho conversa sozinho ou com bichos de pelúcia? Pode ser que sim e isso não quer dizer, de jeito nenhum, que ele anda meio maluco. Ter um amigo imaginário ou invisível é bastante comum por volta dos 4 ou 5 anos de idade, e pode aparecer nas mais variadas formas: crianças, monstros e até animais. Por mais que isso deixe alguns pais e mães apreensivos, não é motivo para se preocupar.


Trata-se de uma situação tão comum que já foi retratada nas tirinhas de Calvin e Haroldo (de BIll Waterson) e em desenhos animados como Meu Amigãozão (Discovery Kids) e A Mansão Foster para Amigos Imaginários, do (Cartoon Network). São todos desenhos em que um ou mais personagens têm amigos imaginários.

“Os anos iniciais da vida de uma criança são marcados pela inventividade”, afirma a psicóloga especializada em desenvolvimento infantil Luciana Barros. “Especialmente após a aquisição da linguagem verbal podemos observar quão criativa ela pode ser.” Luciana explica que os amigos imaginários permitem à criança reproduzir diversos papéis e resolver conflitos internos. 

Para escrever a dissertação de mestrado “A Criação de Amigos Imaginários: um Estudo com Crianças Brasileiras”, a psicóloga Natália Benincasa Velludo selecionou quarenta crianças entre 6 e 7 anos e as dividiu em dois grupos. Um com aquelas que relatavam ter (ou ter tido) amigos imaginários. Outro com as que nunca usaram esse artifício. Após a aplicação de uma série de testes, Natália chegou à conclusão de que a criação dos amigos imaginários pelas crianças, além de não ser correlacionada a déficits de desenvolvimento, ainda pode mostrar-se positiva para habilidades como a criatividade e o vocabulário.

“Com o tempo, a criança cresce e desenvolve a percepção de que aquilo não é real”, afirma a psicóloga infantil Fernanda Leal. “O amigo imaginário é um recurso para o desenvolvimento da criança, facilitando a elaboração de questões inerentes à vida, como perdas, frustrações, limites, regras e convivência social”, complementa a psicóloga.

Conheça dois livros infantis que ajudam a desenvolver a fantasia e a imaginação da criança.
 


 

 especial coronavírus 

Quando ir ao pronto-socorro?

Foto mostrnado mão segurando um termômetro com criança deitada ao fundo.


A chegada do outono e as mudanças de temperaturas podem aumentar as chances de doenças respiratórias – que não deixam de acontecer só por que existe um novo vírus circulando. É importante manter a vacinação em dia e reforçar as rotinas de higienização da casa e das pessoas para evitar a contaminação com outros germes. Mas, se a criança adoecer, o que fazer? É natural que os pais não se sintam confortáveis em levar os filhos a um serviço de emergência em plena pandemia.

Coordenadora de Pediatria do Hospital Leforte, em São Paulo, a médica Talita Rizzini, lista os principais sintomas que podem exigir a ida ao pronto-socorro, mesmo em tempos de isolamento social. Confira. 

  • Febre: febres de duração maior que 72 horas, e que não se tornam mais esparsas entre os picos, devem ser avaliadas. É normal que a criança fique prostrada durante o pico febril. Mas se ela seguir assim mesmo após o controle da temperatura, é preciso ir a um pronto-atendimento.
  • Dificuldade para respirar: tosse, corizas e espirros, em geral, podem ser manejados em casa. No entanto, quando há dificuldade importante para a respiração, a ida ao hospital está justificada.
  • Diarreia e vômitos: o grande vilão nesses casos é a desidratação. Todas as perdas devem ser repostas com líquidos (água, água de coco, soros de reidratação oral). Se isso não for possível, devido ao grande número de episódios de diarreia ou vômitos em jato com irritabilidade e queda do estado geral, é importante procurar avaliação médica.
  • Alergias: alergias de pele, em geral, podem ser manejadas em casa. Exceto se acompanhadas de tosse e desconforto para respirar, dor abdominal intensa e acometimento de grande extensão da pele.
  • Acidentes e intoxicações: ferimentos que custam a estancar, que sejam profundos ou em grande superfície, pedem avaliação médica. Quanto às intoxicações, vale contatar centros de assistência toxicológicas como o Ceatox (0800-0148110), em São Paulo, que consegue fazer por telefone as primeiras orientações e avaliar a necessidade de busca hospitalar.
Segundo Talita, é importante manter contato com o pediatra do seu filho e evitar ao máximo a ida desnecessária ao hospital. “O sistema de saúde se prepara para receber o aumento de demanda pelo coronavírus, precisamos da colaboração de todos.”


Grávidas e mães que amamentam: quais são as recomendações para evitar o coronavírus

Crianças e bebês: saiba mais sobre contato com amiguinhos e avós e higienização dos brinquedos durante a quarentena.

Tudo sobre o coronavírus para a família: nossa página especial com informações de especialistas do Hospital Leforte sobre a doença que se espalhou pelo mundo.

 


 

 literatura 

10 contos clássicos para ouvir com os pequenos durante a quarentena

Foto de menina deitada no chão com fone de ouvidos olhando para seu smartphone


Quem já passou dos 40 anos vai saber do que estou falando. Sabe aqueles discos coloridos de vinil, com contos clássicos da literatura infantil gravados? A gente colocava no toca-discos e era quase como transformar a sala, o quarto, num teatro: os personagens ganhavam vida nas vozes de diferentes narradores. É claro que você não tem mais um toca-discos desse em casa. Mas dá para repetir aquela magia toda para os filhos.

A plataforma de audiolivros Auti Books oferece gratuitamente dez de seus títulos clássicos de maior sucesso para ajudar a entreter as famílias nesses tempos de coronavírus. As crianças vão adorar ouvir essas histórias juntinho com você nesta quarentena. Para acessar os conteúdos, entre no site da Auti Books ou no aplicativo para Android e IOS, escolha o livro e adicione o cupom “vamosajudar” na hora da finalização. 

Olha o que você vai encontrar por lá:

  • “O Gato de Botas” 
  • “Chapeuzinho Vermelho” 
  • “Pinóquio” 
  • “Os Três Porquinhos” 
  • “Ali Babá e os Quarenta Ladrões” 
  • “O Patinho Feio” 
  • “A Festa no Céu” 
  • “João e Maria” 
  • “O Pequeno Polegar” 
  • “O Soldadinho de Chumbo”

Clássicos infantis, a gente sabe, não saem de moda nunca. Não à toa, o segmento de livros destinados às crianças lidera o top 5 da produção de obras nacionais, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), divulgada em reportagem no Metro Jornal.
 


 

 uma pergunta para... 

Retrato de Atila Iamarino

Atila Iamarino

Biólogo e pesquisador, especialista em vírus e epidemias

 

O que esperar do mundo pós-coronavírus?

“A gente não vai poder voltar para o mesmo mundo que tínhamos antes. Nesse meio tempo, as pessoas vão mudar. Hoje, tem pais e mães convivendo muito mais com os filhos em casa, já que, geralmente, são outras pessoas que cuidam dos filhos enquantos os pais trabalham. Eu renovei o contato com todo mundo porque agora quero saber se meus pais estão bem, se meus sogros estão bem, como está a família, mesmo de forma virtual, é uma constância de conversa muito maior do que se tinha antes. Tem um monte de gente descobrindo que o trabalho poderia ser feito remotamente e que pode estar trabalhando de casa. Involuntariamente, as escolas estão experimentando o ensino a distância e que talvez seja mais adotado daqui pra frente. A gente vai ter que trazer as vidas mais pra junto sim, vai ser um mundo diferente, mas vai ser um mundo mais unido.”

*Declaração durante o programa “Roda Vida”, da TV Cultura, na última segunda (30 de março).
 


Foto da fundadora da Canguru News, Ivana Moreira

Ivana Moreira

Jornalista com mais de 20 anos de experiência em grandes redações. É colunista de educação do jornal Metro e tem certificação como coach parental pela The Parent Coach Academy, de Londres. É uma mãe apaixonada por seus dois meninos, Pedro e Gabriel.


 

*Com Verônica Fraidenraich e Heloísa Scognamiglio

 

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