coisas bonitas diretamente de seu centro cultural de confiança
per chi viaggia in direzione ostinata e contraria
col suo marchio speciale di speciale disperazione
e tra il vomito dei respinti muove gli ultimi passi
per consegnare alla morte una goccia di splendore
di umanità di verità
imagem: óleo sobre tela de Amedeo Modigliani, 1917
[nota de abertura -> sem tempo? no fim tem um breve resumo com todas as atividades]
Caras amigas e amigos,
bem vindas à mais uma newsletter de seu centro cultural de confiança.
Amanhecemos com a triste, porém esperada, notícia do congelamento dos fundos da Capes. Nada de novo sob o sol, mas nos lembra quanto seja importante o trabalho de fortalecimento dos espaços culturais independentes em nossas comunidades. Enquanto o Estado não cumpre sua missão educativa, dobraremos nosso trabalho de formiguinhas na difusão de pensamento e cultura, com fogo nos olhos e sorriso na boca.
E então, o que estamos fazendo? Vamos lá:
Nos despedimos do curso de curadoria com a aula da monumental Aracy Amaral. Apresentou seu trabalho de mais de cinquenta anos, começando pelos cafés com Tarsila e chegando à homenagem que recebeu poucos anos atrás pelo Itaú Cultural (“vocês querem me homenagear? mas eu ainda tô viva!”). Descobrimos que Aracy está com quatro projetos não realizados na gaveta: sorte nossa.
Arrivederci curso de curadoria, nos vemos no ano que vem com a quinta edição!
Aracy Amaral, na poltrona vermelha, dando show.
Nas últimas duas terças, no Cineclube, assistimos os primeiros filmes do ciclo “Brasil Contemporâneo”, dedicado à recente produção nacional. Projetamos “Temporada” de André Novais Oliveira e “Baronesa” de Juliana Antunes – crias de Minas Gerais. O primeiro ganhou melhor filme no Festival de Brasília, enquanto o segundo foi o grande vencedor de Tiradentes em 2017. O filme de André é lindíssimo, está na Netflix para quem não assistiu e recomendo muito. Já havia visto o filme de Juliana em Tiradentes e, novamente, fiquei entusiasmado. O debate que seguiu foi caloroso, com a sala dividida entre quem achou a exposição das crianças excessiva e antiética e quem simplesmente achou maravilhoso. Eu me incluo no segundo grupo, mas entendo as críticas. Pena que poucas pessoas vieram para ajudar a discutir. Vou ser sincero: pensei que a mostra atrairia muito mais público. Afinal, assistimos a um filme de Chantal Ackerman de três horas e meia, em francês, que se passa quase inteiramente dentro de um mini apartamento e a sala estava cheia, lotada. Para assistir cinema nacional precisamos convidar gringos?
cena do filme "Era o Hotel Cambridge"
De todo modo, semana que vem continuamos, esperançosos, com “Era o Hotel Cambridge” de Eliane Caffé. No filme, refugiados recém-chegados ao Brasil dividem com um grupo de sem-teto um velho edifício abandonado no centro de São Paulo. Além da tensão diária que a ameaça de despejo causa, os novos moradores do prédio terão que lidar com seus dramas pessoais e aprender a conviver com pessoas que, apesar de diferentes, enfrentam juntos a vida nas ruas. É um híbrido entre ficção e documentário e a protagonista, Carmen Silva, é um dos seres humanos mais indomáveis que caminham por esse mundão.
A mostra termina no dia 21.05 com o sensacional “Então Morri”, de Bia Lessa. Conhecemos o filme graças à nossa querida Magaly (cinecluber da primeira hora, agora ausente, fazendo sua pós graduação). É um filme tocante, intenso, que narra a vida de uma mulher, desde seu nascimento até sua morte. O mistério do nascimento, as celebrações de nossa cultura, o crescimento e degeneração do corpo, a morte e as questões que envolvem herança de conhecimento estão ao centro do filme que, em sua essência, é profundamente humano.
frame de "Então Morri"
Agora, uma boa notícia: conseguimos alcançar o número mínimo de participantes para o curso “Arte e cultura no mundo pós-contemporâneo”, realizado em parceria com a revista Bravo. Temos doze inscrições e agora podemos dizer com certeza: vai estar acontecendo (parafraseando o SAC da Vivo). O curso acontece quartas e quintas, de 22.05 a 06.06, e abordará questões a meu ver essenciais para o desenvolvimento do pensamento e da arte do futuro. Vale a pena conferir o conteúdo aqui e, logo em seguida, se inscrever para garantir sua vaga!
Outra boa notícia: abrimos vagas para a segunda edição do curso “Quatro arquitetos”. Vamos encontrar quatro excelentes profissionais da arquitetura, que irão apresentar três projetos exemplares de suas trajetórias. Começamos com a aula de Cristiane Muniz (Una Arquitetos) com os projetos Terminal Pirituba (São Paulo SP, 2002), Café Estação Ciência (São Paulo SP, 2008), Residencial Huma Klabin (São Paulo SP, 2012). Seguimos com Marta Moreira (MMBB) que irá apresentar Garagem Trianon Park (São Paulo SP, 1996), Conjunto Habitacional do Jardim Edite (São Paulo SP, 2013, com Hereñú + Ferroni Arquitetos), Sesc 24 de Maio (São Paulo SP, 2017, com Paulo Mendes da Rocha). Continua o ciclo o arquiteto Marcos Boldarini (Boldarini Arquitetos Associados), autor do Complexo Cantinho do Céu (São Paulo SP, 2008-2012), Residencial Corruíras (São Paulo SP, 2010-2013); Urbanização do assentamento Silvina Audi (São Bernardo do Campo, 2011-2019). Por fim, e com grande prazer, recebemos Marcelo Barbosa (Bacco Arquitetos Associados), ativo participante do Marieta desde o começo, que irá abrir portas dos projetos Conjunto Habitacional Pedro Fracchini (São Paulo SP, 2012), Fábrica de cervejas da Ambev (Ponta Grossa PR, 2016), Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins MG, 2017).
Sesc 24 de maio, MMBB + Paulo Mendes da Rocha, por Nelson Kon
Temos muito carinho por esse ciclo de encontros, pois é uma ocasião única para entrar em profundidade dentro do processo de criação da arquitetura, a partir do relato de quem projetou. Para citar o nosso texto de apresentação: “O curso proposto abordará os vários aspectos envolvidos em um projeto de arquitetura: a encomenda feita pelo cliente, o sítio de implantação, o programa proposto, o conceito do projeto, a relação com as preexistências, o diálogo com a tradição e com a contemporaneidade, as opções técnicas e de uso de materiais, disposição espacial e agenciamento programático, a síntese formal, a construção, os problemas enfrentados, a ocupação e apropriação do projeto finalizado.” Informações e inscrições aqui!
Daqui à quinze dias, na próxima newsletter, teremos uma novidade especialíssima, que por enquanto não podemos divulgar. Para quem passar por aqui durante esses dias, sussurramos no ouvido, em secreto.
Como sempre, encerramos com algumas indicações de bons alimentos para a alma:
o inesquecível “Girl with curious hair” de David Foster Wallace (seu livro mais acessível);
o primeiro single de Sessa: Flor do Real. Uma minha paixão que não tinha ainda como compartilhar e agora pode. Tem clipe também. O disco é bonito, mas ainda não tem como ouvir, vai ter que esperar mais um mês;
a versão d’O Terno da música “Eu Vou” de Tim Bernardes, já cantada por Paulo Miklos, mas essa é mais emocionante, creio eu.
14.05_Era o Hotel Cambridge (2016), 99' dir. Eliane Caffé (SP)
21.05_Então Morri (2016), 85' dir. Bia Lessa (RJ)
curso: arte e cultura no mundo pós-contemporâneo
parceria com revista Bravo! de 22.05 a 06.06, quartas e quintas
19h30-21h30
R$ 360,00 (inteira)*
R$ 288,00 (reduzida)**
com Almir de Freitas, Guilherme Werneck e Helena Bagnoli curso: a jornada do roteirista de 25.05 a 03.07, quartas e quintas
19h-22h
3 X R$ 420,00 (inteira)*
3 X R$ 330,00 (reduzida)**
*a partir de 2019 o Marieta reserva 10% das vagas em seus cursos para bolsas integrais, dedicadas à pessoas de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade. Para apresentar sua candidatura, envie seu curriculum e breve carta de intenções para contato@projetomarieta.com.br
**redução para estudantes, professores da rede pública, idosos, ex-alunos Marieta 2019
***é possivel a participação virtual aos curtos, através de streaming online, para pessoas com mobilidade reduzida ou residentes fora de SP
marieta
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rua Maria Paula, 96, ap2, centro, SP
