Copy
#193 · 20/5/2022 · ver no navegador

 

Mãe e filho sorrindo de mãos dadas e segurando sacolas de presentes


Videogame aumenta inteligência das crianças. Será? 

Por Ivana Moreira · Fundadora da Canguru News


Vira e mexe aparece um novo estudo sobre o uso de telas pelas crianças. Um dos mais recentes, divulgado na revista Scientific Reports, disse que jogar videogame por mais de uma hora por dia pode aumentar a inteligência dos pequenos. Seria uma boa notícia para pais e mães que já não sabem mais o que fazer para tirar os filhos dessa vida eletrônica intensa. Mas é preciso ler a pesquisa com lupa. Faltou, por exemplo, comparar o tempo de videogame com atividades offline, alertam as especialistas ouvidas para essa reportagem. Para além dos prós e contras do estudo, os cuidados com os riscos do mundo virtual seguem os mesmos e os pais não devem baixar a guarda.
 


 

As 5 +

Nossa seleção para você

Especialistas veem com ressalva estudo que relaciona uso do videogame a QI mais alto

Uma pesquisa recém-divulgada trouxe um alívio para pais e mães preocupados com o tempo de videogame dos filhos: o jogo pode aumentar a inteligência das crianças. Mas há quem faça ressalvas às conclusões. “Os resultados não justificam o abuso dos dispositivos”, diz a pediatra Luiza Menezes. 

Asma e rinite: saiba como diferenciar as alergias respiratórias em crianças

Nariz entupido, coceira, coriza, chiado no peito… O clima frio favorece o surgimento de alergias respiratórias nas crianças. Especialistas dão orientações quanto aos sintomas, cuidados e formas de tratamento.
 

Xarope para tosse: cuidado, ele não é inofensivo

Médicos alertam para uso do medicamento sem prescrição, o que pode provocar efeitos colaterais indesejados. Mais indicado é realizar a lavagem nasal com frequência e manter o corpo bem hidratado. Soluções caseiras de mel com limão também podem funcionar. 
 

Violência sexual: um problema que não é visto nem falado

A subnotificação de casos de violência sexual é altíssima: somente 10% das ocorrências são registradas. À Canguru News, Eva Dengler, da ONG Childhood Brasil, explica que o abuso sexual atinge crianças de diferentes condições socioeconômicas.
 

Maternidade não é Olimpíada

Ser mãe nos tempos modernos tornou-se uma competição, com exigências de alta performance, mas não é por aí, ressalta a mestre em psicologia positiva Adriana Drulla. Em coluna desta semana, ela fala sobre as cobranças da maternidade e das relações imperfeitas e reais que devem servir de norte às famílias.  


Curadoria Canguru

Para ouvir
Dica do Bruno Penteado: O podcast Contos da Capivara é uma excelente e criativa ideia de podcast para falar de meio ambiente com as crianças. O programa reúne um cenário lúdico e fofo com ações e ideais importantes para o cuidado com a natureza. Para pais interessados em trazer questões da sustentabilidade para dentro de casa, vale ouvir com as crianças os episódios disponíveis. 

 
Para ler
Dica da Bebel Soares: “A geração do quarto”, de Hugo Monteiro Ferreira, fala de um grupo de meninas e meninos, de 11 a 18 anos, que passam horas isolados em seus quartos e "são frágeis emocionalmente", "têm dificuldade de dizer o que sentem e um potencial de violência contra si ou contra o outro intenso". Esse é um livro extremamente necessário. Todos nós, adultos, precisamos refletir sobre como a forma como vivemos leva à condição de fragilidade das crianças e dos adolescentes. Será que estamos ouvindo nossos filhos?  


Canguru Recomenda

É consenso entre especialistas que as crianças devem ajudar nas tarefas domésticas, com demandas adequadas a cada idade. Crianças de 2 e 3 anos podem guardar brinquedos, e as de 4 e 5, arrumar a cama, por exemplo. No Japão, porém, as demandas podem ser mais complexas. É o que mostra o reality show “Crescidinhos”. Matéria do Uol conta que num dos episódios, um menino de dois anos e nove meses recebe a tarefa de ir ao mercado comprar flores, curry doce e bolinhos de peixes. Ainda que as crianças sejam supervisionadas no trajeto, a série criada em 2013 e com 20 episódios disponíveis na Netflix do Brasil, tem dado o que falar.

Um interessante artigo sobre pais intensivos ou paternidade intensiva foi publicado pela especialista em políticas para a primeira infância Elliot Haspel no jornal americano The Atlantic. Elliot explica que esse tipo de pai se aproxima daquele definido como “pai helicóptero”, que tem atitudes como “resolver o problema (não sério) do seu filho para eles" e acreditar que as crianças enfrentam enormes perigos físicos fora de casa, o que muitas vezes não reflete a realidade. Ela resgata conceitos como o de parentalidade “suficientemente boa”, do pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott, e dá sugestões de como se afastar do culto a esse tipo de paternidade. 

Há um discurso vigente que estabelece a felicidade individual como meta suprema de vida em todos os âmbitos - pessoal, profissional e social. Mas a que custo? Metodologias e abordagens como a psicologia positiva teriam influenciado essa tendência no ambiente corporativo, segundo explica matéria da BCC News Brasil, que traz uma entrevista com o psicólogo espanhol Edgar Cabanas e a socióloga marroquina Eva Illouz, autores do livro Happycracia: fabricando cidadãos felizes, recém-lançado no Brasil. No texto, eles dizem que a felicidade é de fato um direito fundamental, mas tornar sua busca como o objetivo maior a ser perseguido na vida é negligenciar outros valores igualmente importantes, como igualdade, solidariedade e justiça.
Obrigada por seu tempo. Até a próxima semana!

 

Gostou da nossa newsletter?

Compartilhe pelo WhatsApp

Quer sugerir uma pauta?

Fale com a gente
Facebook
Instagram
Twitter
YouTube
Copyright © 2022 Canguru News, Todos os direitos reservados.



Coloque nosso e-mail na sua agenda de contatos