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semibreve
por dora guerra 
edição 111 ✶ enviada em 07-06-2022
bem vindos à semibreve 111, a primeira com três números repetidos, abrindo um portal para uma realidade em que kate bush é hit contemporâneo.

eu fiquei até com dificuldade de selecionar assuntos porque parece que música tá muito in: tem a continuação da CPI dos sertanejos, mais e mais festivais e shows sendo anunciados, novos hits a todo momento. mas sinceramente, se eu puder te recomendar uma coisinha a mais, seria ouvir a laula cantando a baleia pra começar o dia de hoje (obrigada @jalf).

uma vez testemunhados o vozeirão e a impostação de laula, vamos lá.


nesta semibreve vocês irão encontrar: cpi do coldplay, playlist romântica, guia definitivo do tororó da anitta
semana passada pedi:
agradecimentos a amigos que te indicaram bons artistas
 iara vidal agradece sua amiga dora (que não sou eu!) por indicar bersarin quartett;
 vitor barbosa agradece sua amiga stephanie por indicar o drama, da erika de casier;
 flávio chubes agradece o amigo marcelo de holanda por apresentá-lo a mac demarco;
 e minha mãe me agradeceu por apresentá-la a "kings of convenience, marina sena, c. tangana e quase tudo de novo que ela conhece". fofa.
o que tá rolando
– notícias do mundo musical em tempo quase real
✶ o MECAinhotim anunciou mais algumas atrações do lineup e não tá ruim não, viu? vai ter caetano, boogarins canta clube da esquina, bala desejo, vhoor e por aí vai. fora a vibe do inhotim né, garotas. o festival vai rolar de 12 a 14 de agosto e já dá pra comprar por aqui.

✶ falando em festival, o rock the mountain também anunciou seu lineup quase completo, faltando um nome que, se for o dos rumores, eu vou infartar. vai ter gil, gloria groove, chico césar e geraldo azevedo, furacão 2000 e outros nomes interessantíssimos. e a vibe das montanhas né, garotas. são dois findes de novembro e dá pra comprar acá.

✶ e tá rolando o primavera sound barcelona, o que explica seu instagram inteiro dando um rolezinho na europa. explica em parte, né, porque a outra parte seria uma hipotética promoção maluca nas passagens que eu por acaso perdi.

✶ caso você esteja um pouco por fora do mundo ultimamente: a série stranger things estreou e tem uma cena fodona incluindo nada mais, nada menos que running up that hill, da kate bush. isso fez com que a cantora, que lançou a faixa lá em 1985, esteja pegando os topos das paradas... hoje... em 2022. eu achei foi chiquérrimo.
✶ e se você tiver muito afim de ver um show do coldplay, talvez um dos 6 shows em são paulo, 2 shows no rio, um no rock in rio ou um dos 10 shows em buenos aires resolva seu problema. sinceramente, nem existe tanta gente no brasil pra encher 6 estádios. existe? isso aí é lavagem de dinheiro. #CPIdocoldplay
semiagenda

shows e festivais:
✶ do dia 16 a 19, vai rolar o festival forró da lua cheia, no interior de SP;
✶ pra quem é rocker (ou fã de rap, pelo visto), tem lá o joão rock no dia 11;

e eu espero que rolem MUITAS festas juninas.

lançamentos que vem aí:
álbum póstumo do xxxtentacion / kelly clarkson / of monsters and men / BTS / tim bernardes / alanis morissette / demi lovato
você não perguntou, mas eu te recomendo:
pra transcender rapidinho:
  • direto de sampa, BIA DOXUM tem uma voz deliciosa, daquelas que desliza. ela pende mais ao r&b, hip-hop e neosoul, mas destaca suas influências no ijexá; dá pra sentir esse pézinho na ancestralidade e espiritualidade pelas letras e, principalmente, pelas harmonias vocais. ouça balaio de amor e molinha pra começar.
  • a pianista cheeky foi caçar suas influências no eletrônico/alt-pop, no animal collective e na björk; o resultado é o álbum the star, uma coisa meio aérea, etérea e delicada. viaje bem ouvindo euphoric motion e your name.
quer deixar uma indicação pra semibreve? manda pra cá!
recomendação muitobreve,
por amélia do carmo
 
death of a party girl
- tv girl
"a vida é uma festa de indie pop e muita coisa cabe em batidinhas alegres, inclusive gente triste – a garota festeira não morreu, mas dança com cara de morta"
 
 
as músicas dessa seção e outras recomendações do mês estarão na playlist jun2022. desculpa, tá no spotify a playlist... mas se você tiver spotify, segue lá. 
 

amor i love you: em comemoração ao dia que lá vem, atualizei a playlist que fiz no ano passado pro dia dos namorados. você pode ouvi-la estando sozinho ou comprometido, apaixonado ou nem perto (vale lembrar que a playlist vira e mexe esbarra na breguice – mas se você for meio meloso como yo, vai saber apreciar). e claro, fique à vontade pra sugerir sua contribuição com Aquela Bem Romântica.
seção fiona apple
– a "palestrinha"

segue um guia sobre todo o efeito borboleta do c* da anitta, pra você se localizar e poder explicar pro seu tio bolsominion que não perguntou, nem vai te ouvir (mas você vai tentar).

prólogo: 
algum dia em 2020 ou 2021. a anitta tatua o c*. 
anota aí, isso vai ser importante pro resto da história.

 

ato I. 13 de maio de 2022. no meio de um show, zé neto, da bem sucedidíssima dupla zé neto & cristiano, aproveita seu palco para emitir duas opiniões de suma importância:

1) "a gente não precisa fazer tatuagem no toba".
2) "nós somos artistas que não dependem da lei rouanet; nosso cachê quem paga é o povo".
(essas falas têm um valor moral interessante, bem analisado aqui).

ato II. a provocação à anitta, artista que estava ocupada ganhando estátua de cera no madame tussauds, não saiu ilesa. além da repercussão por parte de fãs de cantora – o que era esperado –, polêmicas envolvendo zé neto foram ressurgindo. não vou citá-las, mas você pode conferir por aí.

ato III (clímax). o tal evento começa a envolver jornalistas e começa a ficar sério. na verdade, o c* de anitta foi um mero instrumento para uma movimentação muito maior, que não se restringiu somente a zé neto e cristiano; foi o comentário sobre a lei rouanet e o tal "cachê pago pelo povo" que suscitou o maior estrago. que cachê é esse que o povo está pagando?

é mais ou menos esse aqui:

- a prefeita de teolândia (BA), cidade em recuperação das fortes chuvas, paga 704 mil reais por um show de gusttavo lima porque sonhava conhecê-lo.

- mar vermelho (AL), cidade com 3.474 habitantes e com uma das menores rendas do país, contrata luan santana para o festival de inverno.

- são luiz (RR), cidade com 8.232 habitantes e menos da metade da população com tratamento de esgoto adequado, fecha um show do gusttavo lima por 800 mil reais. (levantamentos do estadão)

eis que começa a discussão real, no cerne do negócio: tá rolando show por aí que a cidade não tem como bancar, com critérios questionáveis. gerando contas que ninguém tava observando até então. em lugares que as pessoas não têm o básico pra viver. em ano de eleição.


então, a culpa é de quem?
dos prefeitos e governadores envolvidos, principalmente. como a matéria do estadão muito bem lembra, são administradores do dinheiro público, não donos do dinheiro. uma cidade brasileira cuja população total é de cerca de 5 pessoas e 1 cachorro tende a não conseguir bancar um show do gusttavo lima; não significa que não possa bancar, à sua forma, um evento cultural que faça bem para a cidade – sem que isso custe às 5 pessoas e 1 cachorro. 

(e é importante que sejam contemplados os artistas de acordo com o perfil daquela população – não do spotify do prefeito).

a lei rouanet é o demônio? 
na verdade, a lei rouanet existe JUSTAMENTE pra que tudo isso não aconteça. ao invés da empresa pagar um imposto ao governo, ela pode investi-lo em projetos culturais; com um processo mediado pela secretaria de cultura e outros órgãos, é possível garantir que esse investimento seja feito de forma criteriosa, com um teto no cachê e transparência para a sociedade. prevenindo a possibilidade de desvio de dinheiro, inclusive. e pasmem: sem relação com mamata, comunismo, aborto e mamadeira de piroca. 

(e mesmo ela tende a visar artistas grandes, como explicado aqui).

devemos culpar os artistas? por que gusttavo lima tá chorando?
não sei porque ele tá chorando – a culpa não é dos artistas necessariamente. cada um tem lá seu preço; eu imagino que o gusttavo lima cobre caro pelos seus shows, como deveria, dada a demanda. o papel dele não é não fazer show porque não tem lei rouanet envolvida. o que é papel dele – e do zé neto, e desses artistas todos – é entender o meio em que estão inseridos; entender a importância das discussões sobre cultura, a função de determinadas leis e por aí vai, pra não falar besteira. mas no caso de alguns, isso provavelmente é pedir muito.

epílogo:
essa discussão é muito, mas muito mais complexa que na gente espera; envolve, em escalas estratosféricas, nomes do agronegócio (como tudo que fala do sertanejo tende a envolver), políticos e assuntos difíceis de mexer. fico impressionada que esteja sendo levantada, aliás.

acima de tudo, é importante que a gente não esqueça o papel da cultura nisso tudo – nem confunda as coisas. um estudo do (EXTINTO! por que será?) ministério da cultura dizia que pra cada 1 real investido na lei rouanet, cerca de 1,59 voltava para a economia do país; cultura gera emprego, gera renda, gera alegria. 

por isso, não caia na armadilha: a saída não é entender o investimento na cultura como supérfluo, mas como algo que deve ser feito do jeito certo, de forma transparente, com remuneração justa. o que distingue o pagamento do investimento em cultura é justamente esse cálculo que a lei rouanet pretendia defender. e o que está se fazendo aqui é questionar o modus operandi, literalmente sem lei, das prefeituras e governos; se algum artista vem se doendo com isso, não entendeu nada.

mas deixa os caras chorarem. :)

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