Um dos últimos artigos aprovados na nova Constituição define o Chile como uma democracia paritária. Ou seja, deve haver ao menos 50% de mulheres no Congresso, nas Câmaras municipais e também nos diretórios das empresas públicas.
A última sessão de votações da Convenção Constitucional chilena aconteceu este mês, quando a primeira versão do rascunho da nova Constituição foi oficialmente apresentado..
Mas isso não significa que os trabalhos terminaram. No dia 17 a Comissão de Harmonização inaugurou a tarefa de analisar a qualidade técnica e coerência dos artigos aprovados. Nesta etapa, 40 dos 155 constituintes foram escolhidos para checar se tudo está em ordem. Eles terão ajuda de linguistas para harmonizar o texto - mas sem fazer nenhuma mudança nos conteúdos!
Os demais constituintes estão divididos em outras tarefas importantes, entre elas, escrever preâmbulo, que é o texto introdutório que apresenta os objetivos e valores da Constituição. É esperado que esse texto mencione as manifestações sociais de 2019 que fizeram o chamado à nova Constituição.
A revisão deve ser finalizada até o dia 5 julho, prazo final de funcionamento da Convenção. Depois disso, a bola estará com a sociedade, que terá que referendar - ou não - a nova Constituição no chamado plebiscito de saída.
O clima, no entanto, é de preocupação. As pesquisas mais recentes mostram a rejeição à nova Constituição chega a 48%. Vale destacar que, mesmo se o texto for aprovado no plebiscito em setembro, a aplicação das normas da nova Constituição pode demorar anos, ou até mesmo décadas.
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