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semibreve
por dora guerra 
edição 113 ✶ enviada em 06-06-2022
bom dia para vocês que pararam de ouvir música e ficam só ouvindo a mulher da casa abandonada (ainda não é o meu caso).

tava pensando aqui: sabe quem eu acho que podia fechar uma parceria comigo? um publizinho, suave? uma dessas marcas de milhas ou companhias aéreas. aí, toda vez que eu divulgar um festival, posso falar "olha só, pra ir pra lá, é apenas 200 reais (desde que não tenha mala, pertences e você não pese mais do que 20 kg)". com a gasolina nesse preço, é o mínimo que posso fazer pela comunidade musical.

sério, 123 milhas. me procura, cara. podemos até fazer uma seção fiona apple sobre o sound branding infalível de um. dois. três. milhaaaas! 


nesta semibreve vocês irão encontrar: tiny desk do usher, CD as mais tocadas do tiktok e a carreira do latino
semana passada pedi:
um bom house
e pouca gente respondeu :/ tá faltando house na house de vocês, galera?

heitor beluco indica sander kleinenberg feat. miss bunty - work to do
ana luísa de medeiros e maíse sanches recomendam f(x) - 4 walls
kleber vinicius manda derrick may - strings of life
o que tá rolando
– notícias do mundo musical em tempo quase real
✶ não foi só você que largou o spotify em protesto e acabou voltando alguns meses depois. os crosby, stills & nash também voltaram com suas músicas pra plataforma depois de 5 meses.

✶ quer se divertir da forma mais smooth possível? o ótimo tiny desk do usher é perfeito pra isso, com o meme "watch this" que você já deve ter visto em algum lugar no twitter.

✶ o r. kelly foi condenado só a 30 anos de prisão. tomara que apodreça lá. :)

✶ o novo hit do zé felipe, bandido, causou um certo bafafá: resumindo, graças a restrições do youtube, a pabllo vittar teve que censurar o nome de sua música (bandida) e zé não teve essa mesma situação. junho não era o mês do orgulho?
✶ e no fim de temporada de stranger things, a nova faixa homenageada é um clássico do rock. a banda em questão comentou sobre o acontecimento aqui.
semiagenda
 
pra se programar: além do popload festival em outubro (12), rolou o anúncio do popload gig com pixies no dia 11/10. 

lançamentos que vem aí:
aespa / brent faiyaz / slowthai / interpol / lizzo / black midi / steve lacy 
você não perguntou, mas eu te recomendo:
discos novos para a apreciação de vossa senhoria:
  • visse que a mc tha tá de volta? o projeto todo é muito bem pensadinho – como tudo que a artista faz. o EP meu santo é forte é composto de versões mais funk de músicas da alcione (não as românticas, mas as mais ligadas às religiões afrobrasileiras), com convidados como mu540 e chibatinha. além dessa ideia que faz todo o sentido, inclusive pela similaridade física e intelectual das artistas, tha entregou um complemento audiovisual: o clima quente show, uma versão do programa alerta geral, também da marrom. ouça afreketê e agolonã
  • às vezes paro pra ouvir o best new music da pitchfork pra ver se concordo com a galerona de lá (infelizmente, geralmente concordo sim). uma grata surpresa foi conhecer o disco janky star, de grace ives – há muito tempo eu não ouvia uma coisa que me chamava a atenção assim. não que seja um absurdo, mas é uma ótima viagem do início ao fim do álbum: com percussões eletrônicas diversas, synths e um passeio pelo que é considerado um pop alternativo, não tem uma faixa que não te entretenha. ouça loose e lullaby.
quer deixar uma indicação pra semibreve? manda pra cá!
recomendação muitobreve,
por amélia do carmo
 
CRUMB - ice melt
 
"um álbum viscoso, opacamente cintilante e disforme, como uma amoeba para introduzir nos ouvidos –  que, igual à este álbum, soa estranhamente bom"
 
 
as músicas dessa seção e outras recomendações do mês estarão na playlist jul2022. desculpa, tá no spotify a playlist... mas se você tiver spotify, segue lá. 
 
 
semi viu: semireview
com a volta dos shows, vou reservar esse espacinho pra (às vezes) comentar de algum "ao vivo"
 
se você tem redes sociais e segue alguém de belo horizonte, deve ter ouvido falar do festival sensacional. os elogios não são exagero: o festival valeu muitíssimo a pena, com um clima meio MITA de BH, sem os artistas gringos, mas com o pôr do sol. do que eu consegui assistir chegando atrasada, foram belos shows de liniker – dividindo potentes vocais com ninguém menos que tulipa ruiz –, letrux performatiquíssima, don l maestrando uma plateia fervorosa, olodum e russo passapusso mantendo a energia lá em cima. destaque pro palco masterplano, que criou uma festa dentro do próprio festival (e com um set delicioso do deekapz, entre outros). depois dessa, ficou até difícil pros outros festivais de BH... mas estou disposta a fazer o "sacrifício" de conferir todos.
 
seção fiona apple
– a "palestrinha"

o inigualável eurodance dos anos 2000 (& o summer eletrohits)

com algumas dicas aqui e ali – charli xcx interpolando september e tove lo fazendo um aceno a crazy frog, que fazia um aceno a hot butter –, concluí que hoje é dia de realizar um sonho. é, gatinha, é dia de falar de summer eletrohits.

para quem não era um jovenzinho no novo século, aqui está um contexto: o fenômeno "summer eletrohits" era uma coletânea anual da som livre e multishow, com icônicas faixas dançantes geralmente produzidas na europa. é uma consequência direta do fenômeno eurodance (que precedia a virada do milênio, mas talvez tenha atingido um segundo auge na década de 2000).
ali naquela época, muitas das músicas não eram lá a coisa mais respeitada do mundo; orbitando entre disco, house, trance (e muitos sintetizadores), elas eram feitas para ser pegajosas – sem que fossem necessariamente significativas ou precisassem de tradução. ou seja: muitas delas são meio cafonas, pra dizer o mínimo. mas algo na formatação de tudo (os clipes que esbarram no surrealismo, as faixas dançantes e o clima europeu que se distinguia do dominante estadunidense) era realmente atraente. 

os clipes, aliás, eram um ponto interessantíssimo: acenavam claramente à época em que estávamos, abusando de um CGI precário de quem acabou de conhecer a internet ou representando a mentalidade "o mundo vai acabar em festa" que regia a primeira década do século. coincidindo com o princípio do youtube, esses videoclipes começavam a apontar para uma música que pudesse ser divulgada e revisitada de forma mais ampla, com recursos mais à mão; a história do crazy frog, por exemplo, é fortemente ligada à cultura de websites e aquela coisa "tudo é de todo mundo", daquele período terra sem lei. 

é interessante que o summer eletrohits seja um fenômeno dentro do fenômeno, uma manifestação típica para um povo que consumia coletâneas como ninguém. a boa recepção do summer eletrohits no brasil tem diversas possíveis razões – dentre elas, o território que se aqueceu aqui dos anos 90 em diante: 

"ao fim da década de 1980, porém, essas casas já começavam a tocar sons vindos de uma linhagem de discos europeus que pegavam elementos dessa música eletrônica underground, principalmente o house, e incorporam isso num som muito mais comercial. o sucesso do gênero foi crescendo exponencialmente: o famoso termo "poperô", por exemplo, surgiu do clássico "pump up the jam".matéria da tab uol

com grande público em formação por aqui, esse período foi essencial para que surgissem festivais, gravadoras, uma carreira inteira do latino baseada em uma versão de um hit do eurodance e talvez a parte mais complicada: a ascensão da jovem pan, que até então parecia ser uma rádio inofensiva(!) com músicas para... jovens. tivemos até nossos próprios hits, incluindo can't get over, do kasino (que eu só fui descobrir recentemente que é um artista nacional).  

e é difícil até precisar quanto dessa leva da dance music influenciou o que surgiu por aqui: não só o popzão dançante, o rouge e a kelly key, nem só a carreira inteira do latino. é possível que esse fenômeno tenha mexido com boa parte da nossa cultura de modo geral, que hoje investe milhares de reais em festivais de eletrônica ou palcos em festivais. 

curiosamente, o eurodance teve uma característica de crescer rapidamente, explodir e desaparecer. em sua maior parte, não deixou grandes ídolos com carreira global duradoura: nunca mais ouvi falar de cascada e não sei por onde anda o-zone. claro, não sei o tamanho da relevância que eles tiveram em seus países natais ou no continente nos anos seguintes, mas fato é que poucos nomes ficaram. 

isso pode ter a ver com alguns fatores: primeiro, que o sucesso do eurodance daquele momento era muito mais devido à sonoridade dançante feita pelos produtores que aos artistas que assinavam as faixas, fazendo com que só sobrassem os david guettas da vida; segundo, o fato de que o eurodance não necessariamente emplacou nos EUA, apesar de seu forte impacto não só na europa e por aqui, mas até no canadá. e por último, bom, admito que era uma sonoridade meio datada.

mas basta fuçar pra entender que o negócio deixou um legado. os EUA ficaram lá, fingindo que não ouviam, mas o EDM dos anos 2010 que os artistas estadunidenses faziam não surgiu de repente; e tinha, com frequência, participação de produtores europeus (faixas que até foram parar nos summer eletrohits mais tardios, que eu desconsidero aqui por motivos de preciosismo). o eurodance foi fundamental para tornar a dance music familiar para muitos de nós, preparando o terreno pra tudo que viria em seguida.

e claro, o summer eletrohits ficou na nossa cabeça atrelado a uma memória afetiva fortíssima, causando o que estou prestes a pedir: pabllo vittar, cadê sua versão de um summer eletrohit?

 

esta seção fiona apple acompanha a playlist semi eletrohits
para os nostálgicos.
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