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semibreve
por dora guerra 
edição 115 ✶ enviada em 10-08-2022
bom dia pra quem mal começou agosto e já teve que lidar com um cano estourado e 35 vizinhos dentro da minha casa tentando conter a água. você também? ou só eu?

mas isso tudo são águas passadas. agostou, pessoal: daqui pra frente, tem rock in rio, eleições e copa do mundo, nessa ordem exata.

espero que o lula ganhe todos esses. vamos lá?


nesta semibreve vocês irão encontrar: o nosso oasis, acessórios para p1ntos e outras informações essenciais; não, eu ainda não parei de falar do renaissance
semana passada pedi:
sua preferida da (ou com) beyoncé
– pré renaissance
pedro santos, fernanda carrasco e fernanda yasmin vão de all night
gabriela sodré manda walk on water, do eminem
bela medeiros manda ir à esquerda com irreplaceable
maria luiza neves escolheu mine, com drake
amanda marra e alexandre calderero vêm de hold up
leticia pinheiro e walter @escutaessesom estão no topo com love on top
isabella martins é time already
ramiro ribeiro vai de soldier, das destiny's child
eduardo lima indica sorry
maíse sanches escolhe daddy lessons, com as dixie chicks
pedro ibarra vai de friends, do THE CARTERS

 
o que tá rolando
– notícias do mundo musical em tempo quase real
✶ nessa segunda-feira, o mundo perdeu a querida sandy de grease: olivia newton-john faleceu aos 73 anos.
✶ o "comeback" de britney, em uma versão de tiny dancer ao lado de elton john, foi conformadíssimo, amores. todos prontos para a pequena dançarina rodante?
✶ o frank ocean está vendendo aneis penianos de ouro e diamantes.
caetano veloso oitentou com uma live, agora disponível na globoplay. vai gostar de trabalhar no aniversário...
✶ você não pode dormir sem saber: o que cada artista está exigindo em seu camarim do rock in rio.
semiagenda
 
vem aí:
MECAinhotim, de 12 a 14 de agosto (MG);
rosalía, no dia 20 de agosto (SP)


lançamentos que vem aí:
sylvan esso / goo goo dolls / demi lovato / panic at the disco / blackpink
você não perguntou, mas eu te recomendo:
com a palavra, maurício amendola:
  • "o tank and the bangas apareceu há uns 5 anos ao vencer um concurso do tiny desk concert e ter a chance de se apresentar naquele já lendário cantinho de washington. a insanamente talentosa tarriona tank comanda a festa e toda a banda flutua em torno dela num groove que mistura r&b, rap, spoken word, uma vibe meio musical da Broadway, uma onda meio cartunesca. o disco que saiu em maio, red balloon, tem mais amostras dessa coisa boa difícil de definir e facinho de curtir. eu destaco a jovial e sincopada “mr blue bell” e a para-as-pistas “no ID”.
  • e falando em tiny desks dos bãos e misturaiada da boa e juntar fala com canto e poesia com prosa, o kirk franklin – o artista de gospel americano mais celebrado dos últimos 30 anos – sabe bem desse tipo de coisa, como você pode ver na apresentação dele. nesse caso, diferente da tarriona tank, ele é quem flutua por entre os coros e a banda, com os característicos gritos e palavras de louvor. recomendo o disco the nu nation project, de 1998, quando ele já era um astro do gênero e tava mais à vontade pra explorar as zonas de contato com o pop-r&b da época – além de aproveitar certas cafonices e extravagâncias que só o fim dos anos 1990 nos entregaram. gosto de da avalanche de coros e grooves de “riverside” e da empreitada pelo hip hop – em um período pós-gangsta rap e no auge de miseducation of lauryn hill –  “if you’ve been delivered”. fé."
maurício amendola é jornalista, editor do site monkeybuzz, praticante de slackline, petsitter de celebridades e coach. só que só os dois primeiros são verdade.
 
recomendação muitobreve,
por amélia do carmo
 
irmão victor - cronópio?
 
"creio eu que o fator-Irmão Victor mora na seriedade da brincadeiragem desta tal música-fluxo-de-consciência"
 

BH É QUEM? bh é nóis: o excelente set do omoloko no dekmantel virou boiler room, dando orgulho pra BH, pra minas, pro brasil, pra região e os clubbers de plantão. recomendo fortemente para você, que quer fechar os olhinhos e se imaginar dançando em uma festa diurna como um europeu – daqueles que nem sabem onde fica o brasil no mapa, mas adoram caçar um disco brasileiro no sebo.
 
as músicas dessa seção e outras recomendações do mês estarão na playlist ago2022. desculpa, tá no spotify a playlist... mas se você tiver spotify, segue lá. 
 
seção fiona apple
– a "palestrinha"

uma música com 2 compositores é melhor que uma com 30?
 

atenção aqui todo mundo: a gente tem que parar de achar que o excesso de compositores em uma música tira o mérito dela.

esse papo é antigo, na verdade, mas rolou uma certa discussão em torno disso no caso do renaissance, da beyoncé (em algumas faixas do disco, mais de 20 compositores são listados). aí tem gente (leia-se: a diane warren) que enxerga nisso um problema, entendendo que as músicas não são tão boas ou que a artista tem menos mérito nelas por não ser responsável por cada verso.

essa lógica é melindrosa, pra dizer o mínimo. como já discutimos por aqui algumas vezes, originalidade não só inexiste, como já tá meio fora de moda – o novo chique, na verdade, não é fingir que você criou do zero; é dar um crédito bem dado. se você esbarrou em outra faixa na hora de construir a sua e sampleou mesmo que um instrumentinho tímido no fundo, basta dar nome aos bois. assim, você não só se previne de acusações de plágio,  como se ancorando na homenagem ou paródia. e quem não ama uma boa ref?

no caso de beyoncé, tudo aquilo era uma homenagem. tudo. cada faixa usa vários samples de vários momentos da história da música; um ato premeditado que compõe o todo da obra. o propósito dela, aliás.

tirar do renaissance a lista gigantesca de créditos é tirar dele justamente seu ponto alto: nele, a artista não está interessada em se exaltar, mas justamente exaltar sua comunidade. o álbum serve como um holofote para tempos passados e presentes, desenhando o que não é visto como deveria. ela está dizendo "não sou eu quem criou a música eletrônica que vocês amam, muito menos esses branquelos que vocês andam ouvindo por aí". 

e aí, bey lista um por um quem deve ser mencionado – no caso do remix com a madonna, ela o faz literalmente até. o renaissance é cada nome naquele encarte: um projeto coletivo, meramente liderado e assinado por beyoncé como sua curadora e frontwoman. é uma colagem histórico-artística da música dançante, feita na humildade.

(se o objetivo não fosse justamente chamar a atenção para esses nomes, você acha que beyoncé teria lançado a lista de créditos antes mesmo do álbum?)
 

esse olhar para a música como curadoria é uma forma até futurista de explorar as possibilidades da arte. não é mais possível se afirmar como inventor de nada, principalmente porque todas as suas fontes estão a um google de distância. música sempre foi reciclagem, mas depois da invenção e popularização dos samples, esse recurso não é só estético, como passa a ter um propósito simbólico: se arte é reativa ao mundo ao seu redor, ela tem que responder a uma necessidade das pessoas, também.

hoje, nessa avalanche de músicas e informações, nossa necessidade também é de entender o que vale ouvir e conhecer. se beyoncé cita donna summer em sua faixa, ela está dizendo que você precisa saber quem é donna summer – já se adele se inspira em martinho da vila sem creditá-lo, ela está dizendo que você não precisa saber quem é martinho da vila. e aí, o problema é realmente de quem tem 30 compositores listados? 

comentários sobre adele à parte (foi um mero exemplo para fins de explicação, mas eu gosto da gatinha!), é preciso rever o que a gente foi ensinado a entender como bom ou ruim, válido ou não válido. claro, se uma obra é sensacional e foi feita somente a duas mãos, essa pessoa merece sua cota de elogios; e se a obra se diz pessoal e tem 30 compositores, talvez a avaliação a ser feita seja mais nesse sentido. mas cara, no fim das contas, o resultado fala por si – não é fácil pegar referências, samples, infinitos produtores e colaboradores e transformar isso num projeto coeso e excelente, não. se deu certo, você só acaba tendo mais pessoas a agradecer pelo trabalho f*da.

e eu já disse antes, vou dizer de novo: música é um ser vivo, pulsante, orgânico. hoje mais do que nunca, até nós – audiência – fazemos parte desse processo, remixando faixas lançadas com nossos conteúdos, danças, colaborações, dando outros significados a clássicos a todo o tempo. música não é um jogo ou um esporte em que ter mais participantes constitua alguma quebra de regra; isso é enxergar a arte como uma competição, sendo que todos nós ganhamos com a colaboração e diálogo.

sinceramente? a principal vantagem de alguém que compõe tudo sozinho é que não tem que dividir grana/autoria com mais ninguém depois. só isso.

 

seção colaborativa*
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"quantas, dora?" sei lá. duas ou mais.
 
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