Copy
Boletim Digital | maio e junho 2021
Fragmentos II, Fotografia de Dinis Lourenço, 2010.
Na edição que ora apresentamos, damos nota de várias iniciativas realizadas no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, à semelhança das edições anteriores. 
Desta vez, destacamos, de entre múltiplas atividades, o trabalho realizado no âmbito das Residências Artísticas nas escolas do 1.º ciclo, por este representar a confluências de linguagens, podendo constituir momentos de formação dos docentes e de encontro com as famílias até ao final do ano letivo. Para tal, as famílias serão convidadas a visualizar, via TEAMS, os vídeos que mostram os processos de trabalho que as crianças realizaram com os profissionais das artes. 
A forte aposta do Agrupamento na Educação Artística é também feita nos outros ciclos de ensino, seja através do Complemento de Educação Artística, como podem ler no texto da professora Ana Venade, seja através das diferentes atividades e projetos que se operacionalizam no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento. 
É desta confluência de linguagens, saberes e formas de experimentação que podemos, mesmo que «presos» em casa, viajar por entre os mundos que «DA MINHA JANELA EU VEJO…», e por tantos outros que nos permitem FICAR OU VOAR?
Conseguiremos, talvez, encontrar algumas respostas no texto de Pedro Santos, que nos   possibilita pensar sobre a importância de «FAZER ACONTECER», de forma reflexiva e participada por Todos… 
 
Deixamos-vos, agora, com um pouco do que FIZEMOS ACONTECER…
AS ARTES COMO FORMA DE CONHECIMENTO
 
Durante o mês de maio realizaram-se oito Residências Artísticas (Teatro, Música, Dança e Cinema de Animação), nas escolas EB1/JI de Alfragide e da Quinta Grande.
Além da experimentação das várias linguagens artísticas pelas crianças, estes momentos constituíram-se numa outra modalidade formativa, procurando sedimentar conhecimentos das formações que os docentes tiveram ao longo de dois anos e potencializar o trabalho do próximo ano letivo. 
 
Fomos saber como os docentes encararam estes momentos formativos, através da reflexão de três aspetos, designadamente: 
  • A relação do trabalho realizado na Residência Artística (dança, música, teatro, cinema de animação) com a formação no âmbito das artes, efetuada ao longo dos três últimos anos, no agrupamento;  
  • Desenvolvimento do trabalho em contexto de sala de aula, até ao final do ano, e para o próximo ano letivo.  
  • A relação entre a ideia de que as artes permitem às crianças apenas a exteriorização dos seus sentimentos e emoções e a arte vista como forma de conhecimento, tal como é feito nas demais áreas do saber. 
Residência Artística de Teatro, EB 1/JI Alfragide. Foto de Jorge Prata.
Podem ouvir, no ficheiro áudio abaixo, os seus contributos sobre estas questões, no entanto destacamos, por escrito, algumas ideias-chave que estes nos deixam: 
 
  • A importância da proximidade com os profissionais das artes;  
  •  As artes com igual valor às demais áreas do currículo; 
  •  A aposta na formação dos docentes nestas áreas; 
  • A facilidade em perceber melhor o que se fazia nas diferentes áreas, após a formação; 
  • A facilidade, o interesse e o entusiasmo das crianças ao experienciarem estas áreas; 
Residência Artística de Música, EB 1/JI Alfragide. Foto de António Limpo.
  • A facilidade com que as crianças aprendem os saberes específicos de cada uma das áreas, a partir de atividades de experimentação;
  •  O enriquecimento na educação artística pelo desenvolvimento de um trabalho sistemático; 
  •  Os «mundos possíveis» e «outros olhares» que se abrem para crianças, docentes e famílias; 
  •  Continuidade destas áreas nos planos de trabalho para o próximo ano letivo;  
  •  O desenvolvimento do gosto pelas artes em geral e o incentivo ao alargamento dos universos culturais de todos (crianças, pais e os professores); 
  • A necessidade do aprofundamento do trabalho na educação artística e não ficar apenas por um trabalho de uma semana; 
  • Aprofundamento de uma mudança de «(…) paradigma centrado na aprendizagem de competências e de saberes artísticos, além da expressão que vem de dentro das crianças, tendo em conta, obviamente, as conceções das crianças, o seu ponto de partida, mas procurando sempre criar aprendizagens (…).
Residência Artística de Cinema de Animação, EB 1/JI Quinta Grande. Foto de Ana Guerreiro.
  •  A possibilidade de exercitar a transversalidade entre saberes; 
  • O conhecimento de diferentes universos culturais, como modo de conhecer e de permitir fazer escolhas. 
Deixamos-vos, então, com as vozes dos docentes Ana Reis, Jorge Prata, Sofia Firmino, Ana Guerreiro, Raquel Velez e Rita Silva das escolas EB1/JI de Alfragide e da Quinta Grande. 
 
Os nossos agradecimentos pela disponibilidade, interesse e entusiasmo que manifestaram. Um agradecimento especial para os coordenadores de estabelecimento Augusto Batista e Rosa Oliveira, pela cooperação permanente neste trabalho. 
Residência Artística de Cinema de Dança, EB 1/JI Quinta Grande. Foto de António Limpo.
PRÓXIMAS FORMAÇÕES / RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS

CURADORIA PARA A INFÂNCIA | em data a anunciar | Todos os docentes
Parceria entre Fundação AGA KHAN, Museu de Etnologia

AS ARTES NO CURRÍCULO | setembro de 2021 | Artes Visuais, Educação Tecnológica e restantes grupos disciplinares (2.º e 3.º Ciclos)
Subdiretora Clara Santos, Prof. Adélia Morais, Lindsay Oliveira, Prof. Elisa Marques, Priscille Nongo e encarregado de educação e Luísa Diogo. Foto de António Limpo
Ficar ou Voar?
 
Foi o ponto de partida com que iniciámos o PERGUNTÁRIO e, a partir daqui, foram momentos de discussão e partilha de ideias em que todos escolhemos voar…
 
E foi assim que, no âmbito do programa de Bolsas Sociais EPIS, fomos desafiados pela Luísa Diogo, Mediadora EPIS no Agrupamento, a candidatarmo-nos, com o projeto 
«PERGUNTÁRIO» a um valor pecuniário e a uma bolsa para um/a aluno/a que se tivesse destacado academicamente e tivesse participado no projeto, iniciado há três anos com a turma C do 9.º ano e desenvolvido, este ano letivo, com a turma E do 9.º ano.
O prémio, constituído por uma Bolsa de Estudo para um/a aluno/a e por um valor pecuniário, foi atribuído ao nosso agrupamento. 
Por decisão da Direção do Agrupamento e pelo grupo que participou no referido projeto, foi deliberado que a Bolsa de Estudo do GRUPO JERÓNIMO seria atribuída a Priscille Nongo da turma do 9.º C, pelo seu empenho, esforço e a sua vontade de cada vez saber mais e fazer melhor, tendo sido entregue no passado dia 2 de junho.
 
Agradecemos a todos quantos colaboraram neste projeto, em especial à Luísa Diogo, que nos incentivou a concorrer, à Lindsay Oliveira que, no primeiro ano, em parceria com Elisa Marques, desenvolveu o projeto, às docentes Adélia Morais e Graça Gerardo, por acreditarem, incentivarem o seu desenvolvimento e contribuírem para o sucesso do mesmo e ainda à docente Patrícia Ferreira, que iniciou este ano letivo o referido projeto. 
 Foto de António Limpo.
Still do vídeo RTP Ensina "De Onde Vem a Palavra Teatro", retirado de ensina.rtp.pt
Sala e Cena
Hoje deixamos-vos com um vídeo da RTP, o qual nos lança uma pergunta: «De onde vem a palavra teatro?». Pergunta com uma formulação simples, como devem ser formuladas as perguntas. Na sua simplicidade, convoca-nos para múltiplas relações de entre o «lugar de onde se vê» e o «lugar de onde se faz». E, é por isso que, entre a sala e a cena se instala «uma estranha química, que nos diz que o teatro é mais do que uma peça instalada num cenário». 

https://ensina.rtp.pt/artigo/de-onde-vem-a-palavra-teatro/
Foto retirada de Pixabay, licença CC0.

CANTAR MAIS GARRETT

Por Ana Venade 

A atividade do Complemento de Educação Artística (CEA) Cantar Mais Garrett, proposta para o 6.º ano e desenvolvida até este momento, teve como principais objetivos:

- Tornar o cantar numa experiência enriquecedora da aprendizagem e da vida musical dos jovens, indispensáveis ao seu enriquecimento estético, artístico, social e pessoal;

- Contribuir para a promoção e valorização da língua e da cultura portuguesas e as suas articulações com diferentes saberes e comunidades, através da música e do cantar;

O Cantar Mais Garrett, tem por base canções e através delas a promoção do contacto com diversas sonoridades e universos musicais, numa prática coletiva, cooperativa e de interação. No sentido da concretização dos objetivos propostos, têm sido desenvolvidas competências relativas à prática vocal, bem como, o conhecimento e contextualização do universo das canções tradicionais e de autor. As canções apresentadas, sobretudo em língua portuguesa, articulam-se com outras disciplinas como o Português, desenvolvendo o vocabulário e o conhecimento de autores/poetas de língua portuguesa, e a História e Geografia de Portugal na contextualização e localização das canções. As caraterísticas musicais das canções, como a forma, as caraterísticas rítmicas e melódicas, complementam os conteúdos da disciplina de Educação Musical. A apresentação do trabalho desenvolvido tem ocorrido em sala de aula.  

DA MINHA JANELA EU VEJO…

Foi o desafio que o professor José Brás lançou aos alunos do 6.º A, em pleno confinamento. À primeira vista poderíamos pensar que nada se via. Mas estes alunos, com o telemóvel, experimentaram ir à sua janela e através de uma câmara fotográfica, conseguiram ver tantas coisas, apesar da limitação de estarem «presos» de dia e de noite. Contudo, não «deixaram de olhar». Puderam captar o branco-azulado do céu e a luz que espreita na cidade, porque, como canta Luís Freire: «Não há machado que corte a raiz do pensamento.» 

E, agora, convidamos-vos a ver a exposição online, a partir deste link.


https://www.artsteps.com/view/60c71fdf570556a142a37dbd
Exposição virtual de Fotografia "Da Minha Janela Eu Vejo...", clique no link acima para visitar.

POR 

PEDRO SANTOS *

No âmbito da parceria estabelecida com o Agrupamento Vertical Almeida Garrett, a Santa Casa da Misericórdia da Amadora, através do Programa Aprender & Brincar, integrou o Programa Cultural do Agrupamento, possibilitando o desenvolvimento de uma ação de formação em Educação Artística, dirigido aos técnicos da Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e das Atividades de Tempos Livres (ATL), presentes nos estabelecimentos de ensino básico e pré-escolar do agrupamento.

Esta oportunidade formativa capacitou estes profissionais de competências técnicas nas áreas da dança, da música, da expressão plástica e na componente estética das atividades lúdicas e pedagógicas a desenvolver em parceria com os respetivos docentes.

A valorização da estratégia de transversalidade nas práticas educativas dos vários atores educativos, acrescentou princípios orientadores comuns e sobretudo alternância a modelos tradicionais. Esta abordagem teve impacto nos técnicos, pelo desafio que operou na necessidade de olhar para dentro de forma introspetiva e fazer acontecer de forma diferente.

O programa de formação disponibilizado foi assim um espaço transformador e motivador para a concretização de mudanças, que através da aplicabilidade das aprendizagens adquiridas e a introdução do trabalho de projeto, criou a expetativa de fornecer um serviço alinhado em novas abordagens educativas.

A reflexão na atualização de práticas mereceu, de forma conjunta, coletiva e participada por todos os técnicos envolvidos, bem como de outros técnicos presentes noutros agrupamentos, a identificação da motivação de alteração de hábitos adquiridos e a sua substituição por ações, que integrassem uma nova geração de atividades lúdicas e pedagógica de tempos livres, focadas nos princípios da educação artística e num modelo integrado e centrado nas efetivas necessidades, motivações, talentos das crianças e dos alunos.

Agradece-se o convite à Direção do AVAG e a sua visão de trabalho em parceria e de forma especial, à Professora Elisa Marques pela sua dedicação e empenho na dinamização do programa de formação.

*Diretor Técnico do Programa Aprender & Brincar 


ARTES PLÁSTICAS

Tudo o que eu quero – Artistas portuguesas de 1900 a 2020

Museu Calouste Gulbenkian | Até 23 de Agosto

 

TEATRO

Exposição Amélia Rey Colaço
Teatro Nacional Dona Maria II | Foyer da Sala Garrett | 2 de março a 30 de setembro
 

DANÇA

Bailado “Giselle”
Coliseu de Lisboa | 24 de julho | Sábado | 19h30

MÚSICA

Festival Estoril Lisboa Mare Nostrum | 25 de junho a 15 de julho | vários horários e locais
YouTube
Email
Apoio
FICHA TÉCNICA

Conceção - António Limpo e Elisa Marques
Design Gráfico - António Limpo
Textos - Elisa Marques
Revisão de Conteúdos - Clara Santos
Veja este boletim no seu browser.
Copyright © 2021 Programa Cultural Agrupamento Vertical de Almeida Garrett, Todos os direitos reservados.


Quer mudar a forma como recebe o nosso boletim?
Pode mudar as suas preferências ou anular subscrição.

Email Marketing Powered by Mailchimp