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Nova Definição de Museu: resposta do Brasil à Consulta 3

O processo da Nova Definição de Museu concluiu mais uma etapa importante em outubro: a revisão das palavras-chave e conceitos mais votados globalmente pelos comitês nacionais, comitês internacionais, alianças regionais e organizações afiliadas, divididos em sete eixos conceituais. A resposta enviada pelo ICOM Brasil está sendo divulgada em primeira mão nesta edição da newsletter. 

A análise foi realizada pelo Grupo de Trabalho, composto por 37 especialistas, de diferentes regiões do país, constituído para acompanhar todo o processo da Nova Definição de Museu no Brasil. O trabalho também teve a participação de conselheiros do ICOM Brasil. A premissa da análise foi reforçar a posição da comunidade brasileira, já expressa na ampla consulta pública realizada em março deste ano. 

Por essa razão, o GT decidiu insistir em três termos que não ficaram entre os mais votados no mundo, mas que representam o pensamento brasileiro: Bem viver, Antirracismo e Território. Confira o relatório completo.



Já estamos na etapa 7 da metodologia em 11 passos proposta pelo ICOM Define - comitê criado internacionalmente, sob copresidência do museológo brasileiro Bruno Brulon, para coordenar os trabalhos. Agora, as respostas dos comitês serão analisadas em conjunto e darão origem a 14 sugestões de nova definição. A decisão final será feita em 2022, durante a Assembleia Geral do ICOM, em Praga. Estamos registrando todo o processo aqui.
 

Cidades se candidatam para a Assembleia Geral de 2025 

Três cidades lançaram candidatura para sediar a Assembleia Geral do ICOM em 2025: Estocolmo (Suécia), Kazan (Rússia) e Dubai (Emirados Árabes). Os argumentos de candidatura foram publicados no site do ICOM e as três cidades já começaram, também, a fazer campanha nas redes sociais. A decisão final será votada na próxima 26ª Assembleia Geral da entidade, que será realizada em agosto do ano que vem em Praga, na República Tcheca. 

ICOFOM abre chamada para artigos sobre a Mesa de Santiago

O Comitê Internacional para Museologia do ICOM (ICOFOM) recebe até 10 de novembro submissão de artigos sobre os 50 anos da Declaração da Mesa Redonda de Santiago do Chile - o encontro que lançou as bases da Museologia Integral e a necessidade de os museus atuarem para o desenvolvimento de suas comunidades. Veja os critérios de inscrição.

ICOFOM-LAC promove encontro anual e seminário on-line

Com o tema "Consciência e experiência: práticas e processos formativos do pensamento museológico no contexto da América Latina e Caribe", o ICOFOM-LAC realiza evento on-line no dia 9 de novembro, às 17h pelo horário de Brasília. O encontro terá a participação dos brasileiros Alexandro Silva de Jesus e Luciana Menezes de Carvalho (na mediação), além de Susana Guimarães (Guadalupe) e Veronica Forte (Panamá). 

O evento está integrado ao XXIX Encontro Anual do ICOFOM-LAC que ocorre entre 9 e 12 de novembro, também on-line, com correalização da Escola Nacional de Conservação, Restauração e Museografia da Cidade do México. A palestra inaugural será feita pela professora da USP Marília Xavier Cury, no dia 9/11, às 14h (horário de Brasília). 

O programa está disponível em Português (mas atenção: os horários são da Cidade do México - três horas a menos do que em Brasília). É necessário realizar inscrição prévia, que vale para os dois eventos.
 

Nova Red List foca em artefatos do Sudeste europeu

O ICOM lançou uma nova Red List em outubro com foco em 10 países do Sudeste europeu, como Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária e Croácia. Trata-se da 18ª publicação da série, que tem o objetivo de divulgar em todo o mundo as tipologias de bens culturais com maior risco de sofrer tráfico internacional. A nova Red List mostra 119 objetos de 45 museus. É a primeira a se dedicar à Europa.    

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Acervo de Lúcio Costa vai para Portugal (também) 

Depois de o arquiteto Paulo Mendes da Rocha decidir, ainda em vida, doar todo o seu acervo para a Casa da Arquitectura em Matosinhos, em Portugal, a família do urbanista Lúcio Costa - que projetou Brasília - decidiu fazer o mesmo com cerca de 11 mil documentos. O acervo estava há 20 anos no Instituto Tom Jobim, que passa por uma reestruturação. A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Heloísa Moura, lamentou o fato em entrevista ao G1. Ao mesmo veículo, o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues, se disse surpreso e afirmou que o Distrito Federal tinha condições de receber o acervo. 
 

UNESCO pede que Reino Unido atue na devolução de mármores do Parthenon para a Grécia

O Comitê Intergovernamental da Unesco apelidado de "Retorno e Restituição" recomendou que o Reino Unido reveja sua posição e inicie diálogos com a Grécia a respeito das esculturas de mármore do Parthenon, na acrópole ateniense, que estão desde o início no século 19 no British Museum. A posição britânica tem sido a de alegar que a discussão diz respeito especificamente ao museu, e não ao Estado. Este é apenas mais um passo de uma longa discussão, inserida num contexto mais amplo e de debate cada vez mais aquecido sobre decolonialidade e descolonialidade nos museus. The Art Newspaper deu destaque ao assunto (em inglês). 

Por mais diversidade, museu de Chicago dispensa todos os voluntários

O Art Institut de Chicago suspendeu um programa de voluntários com mais de 100 participantes a fim de tentar promover uma mudança efetiva na direção de uma maior diversidade humana em suas práticas. Detalhes da medida não foram divulgadas pelo museu, mas consultores especializados na questão avaliaram que a decisão foi correta: a manutenção de postos não remunerados em quantidade e frequência significativas exclui pessoas que, por razões socioeconômicas, não podem se dar ao luxo de trabalhar de graça. O corpo de voluntários, sintomaticamente, era composto majoritariamente de mulheres brancas e com bom poder aquisitivo. Veja a história completa no USA Today (em inglês). 

Pandora Papers revela lavagem de dinheiro com artefatos históricos

O vazamento de 12 milhões de documentos de 14 firmas especializadas em assessorar clientes milionários na evasão de impostos com o uso de empresas off-shore revelou também a utilização de artefatos para lavagem de dinheiro. O antiquário Douglas Latchford estabeleceu fundos em paraísos fiscais logo depois de uma investigação relacioná-lo ao roubo de objetos históricos no Cambodja. O esquema envolvia a falsificação de recibos e o depósito de dinheiro em off-shores para disfarçar o tráfico. O resumo da história foi publicado pela Artlyst (em inglês). Itens da coleção de Latchford já haviam sido expostos no Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque) e no British Museum (Londres).

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