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Obrigado, Rita Lee

Ricardo Pinheiro

“Me cansei de lero-lero, dá licença mas eu vou sair do sério. Quero mais: saúde!” Eu também, Rita. Acho que todo mundo, nesses tempos tão doidos. Falando em tempos doidos e em Rita, abrindo aqui um mini parêntesis, no início da gravação da Paula Toller de “Saúde”, ela diz assim: “O mundo tá todo errado. Mas tem remédio. Rita Lee é o remédio.” Acho isso tão lindo. Assino embaixo.

Foto: Acervo pessoal Ricardo Pinheiro

Para quem, assim como eu, é muito fã da Rita, sua exposição no MIS, em São Paulo, é o remédio mais eficaz para esse final de 2021. Tem que ir. A Rita não só guardou como preservou se não tudo, quase tudo dos seus 73 anos de vida. Desde o álbum de figurinhas do Peter Pan e a bateria que ganhou na escola até o par de botas que roubou em Londres e os figurinos todos dos shows. E ps: qual figurino da carreira de Rita não é, no mínimo, histórico? Quem não se lembra do vestido de noiva da Leila Diniz nos Mutantes e do macacão/conjunto bege de Lança-Perfume?

Foto: Acervo pessoal Lourdes Luz

Não acho que o conceito de “retrospectiva” se adeque muito bem à Rita Lee. Por mais que ela já tenha parado de subir nos palcos há quase 10 anos e que olhar para a sua história signifique olhar para trás, a enxergo 100% como uma artista do hoje. Por isso, vejo com outros olhos e sinto diferente o passeio pelo MIS que dei no mês passado. Não somente por suas declarações mais recentes sempre lúcidas, seus livros e entrevistas, mas também pelo seu trabalho desde sempre atemporal - qualidade de gênio, de poucos. 

Foto: Acervo pessoal Lourdes Luz

Me lembro quando ela foi no programa do Bial, em 2017, e ele perguntou o que significava para ela, hoje em dia, a “atitude rock and roll”. “Cuidar da horta”, ela respondeu. Isso significa. Para quem bateu de frente com a ditadura, grávida, de cabeça erguida (e aqui não entro em maiores detalhes porque vocês tem que ir na exposição!!!), cuidar das plantas na velhice é quase uma forma de protesto. Sinto que o ponto-chave da exposição é justamente o entrelace dos objetos físicos e suas histórias com as nossas próprias histórias e memórias afetivas. Que, ali, se renovam.

Foto: Acervo pessoal Ricardo Pinheiro

Os textos de apoio da exposição dão um tom de intimidade quase que confessional porque são na primeira pessoa, na voz de Rita, conversando com a gente como quem fala com velhos amigos. E com o bom-humor típico dela, até as histórias mais pesadas podem despertar alguma risada. Saí do MIS com um sorriso gigante no rosto. Pensei: “Ufa. O tempo pode passar, o mundo pode acabar, as pessoas podem ser o quão ruins elas quiserem, mas sempre teremos Rita Lee.”

A exposição fica em cartaz até dia 20 de fevereiro, no MIS (Av. Europa, 158, Jd. Europa). Os ingressos custam R$50 (inteira) e R$25 (meia), mas, de terça a sexta, eles oferecem gratuidade nos primeiros horários. 

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Somos três arquitetos e professores de história da arte apaixonados.
Nosso objetivo é mostrar a arte e a arquitetura através de narrativas do passado , criar correlações estéticas e estilísticas e estabelecer uma interação ativa com o presente.
A Arte (que) IN FORMA e TRANS FORMA.


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