Os segundos... a contar do fim
Portugal entrou na quinta geração móvel. Na sexta-feira, a NOS recebeu da Anacom as primeiras licenças e disponibilizou o 5G aos clientes de um dos tarifários mais caros. Depois foi a Vodafone, que seguiu uma estratégia diferente, abrindo a rede 5G a todos os clientes numa primeira “fase experimental”.
Alguns portugueses com telemóveis mais modernos já veem a inscrição “5G” no canto superior direito do ecrã. Para os realistas, somos os penúltimos da União Europeia a ter a tecnologia. Para os mais otimistas, somos os segundos a contar do fim.
Importa agora fazer três apontamentos. Desde logo, foi notório o esforço da NOS para chegar primeiro à era do 5G, um estatuto que passa uma mensagem clara ao mercado. Miguel Almeida está a tentar posicionar a NOS como líder de mercado neste segmento.
O segundo tem a ver com a Meo. A empresa é, ao dia de hoje, a única que ainda não tem licença da Anacom para lançar o 5G. Não é “vingança” do regulador contra um dos seus principais críticos. A empresa liderada por Alexandre Fonseca ainda não pagou as licenças. Ao que o ECO apurou, deverá fazê-lo nos próximos dias, mas que é estranho, lá isso é.
O terceiro apontamento é que as três principais operadoras estão a seguir estratégias diferentes. A da NOS e a da Vodafone como acima elencado, e a da Meo, que já está a vender o acesso ao 5G por 30 euros por ano, a somar à mensalidade do tarifário. Um dos objetivos da Anacom com o leilão de frequências era aumentar a concorrência no mercado das telecomunicações móveis. Veremos se é alcançado.
Portugal “escapou” ao último lugar do 5G, que será ocupado pela Lituânia. Agora que entrámos na quinta geração, é tempo de pôr este (longo) processo para trás das costas e assegurar que o 5G chega mesmo aos consumidores e às empresas. O setor, onde incluo Anacom, Governo e empresas, não esteve bem na fase de lançamento. Esta fase de desenvolvimento é a oportunidade certa para se redimir.
|
|