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4 de março de 2022

A aliança de ouro dos italianos e a soja que brota da impunidade: duas histórias de destruição na Amazônia

A Repórter Brasil publicou duas reportagens, em fevereiro, que denunciam quem se beneficia da destruição da floresta amazônica. Com repórteres na Itália e no Brasil, detalhamos o destino do ouro extraído ilegalmente da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará.

Spoiler: quem compra é uma gigante italiana que produz 70% das alianças de casamento vendidas no país.  

Em outra reportagem sobre o garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, mostramos como uma cooperativa de garimpeiros entrou na mira da PF por exploração ilegal de ouro e por legalizar o metal por meio de fraude. 

Também voltamos até Novo Progresso, o epicentro do 'Dia do Fogo' (quando fazendeiros e empresários do sudoeste do Pará se articularam para queimar a floresta amazônica) e constatamos que, dois anos depois, em um dos locais mais devastados pelo fogo, há lotes repletos de plantações de soja.

Além da destruição provocada pelo fogo, os repórteres mostram como fogo e depois a soja levaram riqueza para a área urbana de Novo Progresso, mas acirrou os conflitos no campo, com ameaças e mortes de assentados.   

A reportagem "Ouro ilegal da Terra Indígena Kayapó termina em gigante italiana que fatura R$ 18 bi" foi republicada  pela Folha de São Paulo e repercutiu na imprensa europeia, principalmente na Itália. O Partido Verde italiano acionou a procuradoria pedindo a abertura de investigação, além de questionar o governo. Já a reportagem  "Área incendiada no ‘Dia do Fogo’ foi transformada em plantação de soja" foi republicada pelo UOL e tema do podcast O Assunto do G1. 

Reportagens como essas estão no cerne da Repórter Brasil. Por isso, vale reforçar a frase que usamos no nosso vídeo (veja abaixo) para celebrar duas décadas de vida: A gente faz questão de mostrar o que eles fazem questão de esconder. 

BNDES empresta R$ 29 mi para desmatadores da Amazônia financiarem tratores; TCU é acionado para investigar

Fazendeiros flagrados pelo Ibama desmatando a Amazônia conseguiram empréstimos com dinheiro público a juros subsidiados para comprar tratores e outras máquinas agrícolas, apesar de seu histórico de reiteradas infrações ambientais. Os empréstimos foram concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e operados pelo banco John Deere, que é o braço financeiro da fabricante de máquinas que o controla – e que vendeu os equipamentos. Após a denúncia da Repórter Brasil, o Tribunal de Contas da União foi acionado por parlamentares pedindo a suspensão dos repasses. 

Governo demora 8 meses para começar vacinação de adolescentes em terra indígena na Amazônia

Mostramos o grave atraso na vacinação de indígenas de 12 a 17 anos do Vale do Javari, no oeste do Amazonas, em uma investigação que revelou inclusive o absurdo de haver vacinas paradas há quatro meses em uma câmara fria em Manaus, à espera da distribuição pelo Ministério da Saúde.

Mostramos outra violência contra os povos indígenas, desta vez no Maranhão. Lideranças indígenas Ka’apor foram perseguidas na cidade de Santa Luzia do Paruá. Entre eles estava uma caminhonete estampada com adesivos de propaganda política do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), pré-candidato ao governo do Estado. O território da etnia é alvo constante de madeireiros ilegais.

Políticos locais também são citados no contexto da chacina ocorrida em São Félix do Xingu (Pará), quando a família do ambientalista Zé do Lago foi assassinada. Com dificuldades de obter informações, o Ministério Público Federal cogita federalizar investigação e apura a falta de respostas das autoridades aos questionamentos de entidades de direitos humanos.  

Pra fechar o mês, publicamos a reportagem STF decide se ‘realidade do interior’ justifica trabalho escravo, mostrando como um procurador-geral da República pediu a condenação de fazendeiros que deram carne estragada e deixaram trabalhadores sem banheiro no Pará; após o TRF-1 absolver os réus por considerar que flagrantes ‘devem ser vistos dentro da realidade rural brasileira’.

Carrefour é condenado por vender alimentos com agrotóxicos proibidos e acima do limite

Morango, alface e legumes tinham agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos e, em alguns estados, a rede se recusou a mudar os fornecedores que causaram o problema é o que mostra reportagem produzida em parceria com Agência Pública. 

Outra violação de empresa gigante é tema do relatório Heavy metal – das desumanas minas aos bens de consumo globais, a jornada do ferro brasileiro, que rastreia empresas que compram da Vale e mostra como consumidores da Ásia e da Europa podem estar levando para casa produtos contaminados escondidos em itens do dia a dia.

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