Páscoa: O Deus Que Age
João 13:1-20
O Calendário litúrgico cristão nos sempre a lembrança dos ciclos de vida cristã e a história da salvação.
Nesses ciclos da Graça do Senhor, chegamos ao tempo da Páscoa. Um tempo de lembranças de como Jesus se entregou totalmente por amar ao mundo. (João 3:16) Um tempo em que lembramos que Deus age de forma real e milagrosa, demonstrando um amor gracioso, nos tirando da perdição e nos colocando em lugares celestiais. (Efésios 2)
Nesses dias de Páscoa, nos encontramos diante da maior festa dos povos cristãos. Jesus ordenou e orientou que os discípulos a celebrassem sempre em memória dessa história bendita de salvação. E, em toda Santa Ceia relembramos a celebração da Páscoa e lembramos como Deus abençoa sua igreja de forma especial.
Como não poderia deixar de ser, vamos olhar para cena do Lava Pés. Quando Jesus, humildemente lava os pés dos discípulos e nos mostra que a Páscoa nos coloca em sintonia do agir de Deus em nós:
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
Na cena do lava pés, o autor se preocupa mostrar com o amor de Deus nos alcançou de íntegra e completa. Pois os discípulos precisavam crer que o amor de Deus é incondicional. Mesmo quando não correspondido Deus continua amando os seus. Mesmo quando somos infiéis, Deus continua nos amando. Mesmo sendo humilhado, acusado injustamente, abandonado, preso e finalmente morto, Jesus continua amando os seus.
Jesus leva os discípulos crerem que o amor de Deus era completamente sacrificial – “Mas Deus demonstra seu amor por nós pelo fato de ter Cristo morrido em nosso favor, quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5:8)
Quando Jesus se cinge e lava os pés dos discípulos, eles são inspirados a crer que o amor de Deus foi totalmente proposital. Desde o princípio Deus resolveu amar. Ele tomou a iniciativa de amar. “Pois Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) Deus tinha um plano para cada um deles.
Ao presenciarem Jesus assumindo a forma de servo, Deus age no coração dos discípulos derramando sobre eles a certeza do amor de Deus e segurança para viverem a caminhada e as lutas que viriam. Considerando os desafios que os discípulos enfrentariam logo após a morte de Jesus eles precisariam ter certeza de que Jesus os continuaria amando em qualquer circunstancia.
Quando Jesus assume o papel de servo, assume sua missão, Deus age no coração dos discípulos com consciência de sua missão em prol do Reino dos Céus. Observe o que o Evangelista João percebeu e mais tarde escreveu: “...sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai...”. “ sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos e que ele viera de Deus e voltava para Deus...” A expressão “sabendo” nos mostra a consciência que Jesus tinha de sua missão neste mundo. Talvez este tenha sido um dos momentos mais emocionantes do ministério de Jesus, contudo ele não deixa suas emoções entorpecerem sua consciência. A sua missão estava bem vivida diante de seus olhos: “Morrer para salvar eu e você.”
No lava pés, na atitude de Jesus, Deus age no interior de cada discípulo. Jesus se levanta e lava-lhes os pés como exemplo daquilo que eles deveriam fazer uns aos outros. Através de Jesus, Deus age nos corações e ensina o poder da humildade, da entrega total e da vitória sobre todo egoísmo. Os discípulos precisavam vencer a auto-suficiência, arrogância, a soberba com o exemplo do Mestre Jesus. Ou seja, Deus cura o coração de seus discípulos e os prepara para as lutas que viriam.
Dessa mesma maneira, hoje, esse mês, ao celebrarmos a Páscoa, estamos mais próximos do agir de Deus em cada coração.
Pastor Carlos
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