Ao escrever A matemática é política, a italiana Chiara Valerio pareceu se antecipar aos acontecimentos dessa semana.
Ao longo do livro, Valerio descreve as semelhanças entre a matemática e a democracia. A autora afirma que “a disciplina não admite princípios de autoridade, uma vez ninguém possuiu a verdade sozinho”. Ele ainda escreve que não é necessário “levar jeito” para estudar matemática, basta estudar: somos todos iguais perante os números.
No Brasil, poucas novidades nas principais pesquisas divulgadas durante a semana. Publicamente, os dois candidatos que estão na dianteira demonstram confiança na vitória, e a uma semana da votação ainda restam dois debates entre os presidenciáveis. É sempre prudente recordar que debates podem alterar votações, como em 1989, e a semana que antecede o pleito costuma ser marcada por intensificações de tendências, como em 2018.
Chiara, indiretamente, também escreveu sobre os juros americanos, que subiram mais 0,75% nessa semana, alcançando 3,25% ao ano. Aos alunos que lhe perguntavam para que servem os logaritmos, a italiana costumava responder que “os logaritmos não servem. Eles comandam”.
Em entrevista, o presidente do FED, Jerome Powell, indicou que os juros permanecerão mais altos por um período maior, contrariando as expectativas do mercado. O dólar se fortaleceu – o euro, libra e yen negociam em seus níveis mais baixos em décadas –, e as ações sofreram com as revisões de lucros das empresas. O mercado agora especula qual será a magnitude da recessão nos países desenvolvidos. A taxa básica de juros determinada pelo FED não serve. Ela comanda.
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