CONTEXTILE 2020
Magda Soboń
DA EXISTÊNCIA – UNIVERSAL E ÍNTIMA
Magda Soboń procura nas suas concepções artísticas uma tarefa (im)possível: o significado da existência. Universal e íntima.
Com uma forma laboriosa, quase meditativa do pensar-fazer-pensar aporta-nos a uma hipótese de génese da criação.
Tudo o que corporifica – matéria e pensamento –, obedece à sua intenção criando uma ordem em si e nas peças que cria.
O médium – papel – não podia ser outro e o acto da criação começa, como um acto de compulsão, e procurando um processo cognitivo assente na sensorialidade do toque. Inicia-se com a escolha das fibras adequadas, explorando as suas possibilidades e limites, retirando-lhe tudo até que se esgotem, para que assim possam fazer parte de uma nova criação – expondo a sua condição efémera e a suscetibilidade que conduzem a uma destruição inevitável.
O seu processo de trabalho confere existência mas destrói logo de seguida, única forma da constatação dessa mesma existência universal.
Neste jogo antagónico e duplo a memória assume uma função: a de contributo concreto para a criação.
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