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O tema desta News no.14 é CASA.

Convidamos a arquiteta e professora Nara Iwata para revisitarmos o  espaço de morar, nestes tempos pandêmicos.



Fig: Urban Jungle, uma tendência que cresceu na pandemia
(https://archtrends.com/blog/urban-jungle/)

 

“Casa com cara de casa”
ou o imaginário do morar contemporâneo
 
Há uma percepção geral de que a pandemia da Covid-19 acelerou mudanças que aconteceriam de forma gradual nos próximos anos. Muito já se falou sobre o crescimento de transações financeiras online, do teletrabalho, do ensino a distância. Nossa proposta (e provocação) é refletir como a relação mais próxima das pessoas com suas casas já era uma tendência que despontava no horizonte dos comportamentos humanos e foi apenas acelerada pela pandemia.
 
A casa, mais do que abrigo ou refúgio, é uma construção social, condicionada cultural e historicamente. Nossas memórias da “casa da avó” incluem uma profusão de cores, texturas, móveis e adornos. E aos poucos essa casa foi se esvaziando, esfriando, perdendo a cor, se padronizando... um pouco sob influência do “menos é mais” do Modernismo, um pouco pelo imaginário dos lofts novaiorquinos, bastante pelas mostras e revistas de decoração, a casa perdeu a “cara de casa”.



Fig. abaixo: mansão de Kim Kardashian, a neutralidade no limite do impessoal (https://decordifulo.com/index.php/2020/02/06/a-casa-minimalista-da-kim-kardashian-e-o-menos-demais/)
Enquanto isso os escritórios, espaços tradicionalmente neutros e padronizados, começaram a mudar. Impulsionado pela mobilidade dos equipamentos e redes sem fio e focando no bem estar dos colaboradores como fonte de produtividade, um movimento capitaneado pela Google trouxe a esses espaços cores, formas e estímulos. Eles podem ser entendidos como escritórios com “cara de casa”; mas não aquela casa impessoal, a casa da avó, cheia de histórias e informalidade.

 
Fig.abaixo: escritório da Google em Budapeste (https://www.hausdecoracao.com.br/escritorio-google-em-budapeste/)
 
Nessa corrente, outros espaços comerciais também passaram por transformações. Impulsionados pelas mudanças no consumo e valorização das experiências, lojas e restaurantes deixaram de ser espaços transitórios. Os espaços de varejo de moda, por exemplo, passaram de envoltórios neutros para valorização dos produtos em exposição a ambientes que envolvem o cliente com sons, cheiros, espaços de permanência e conforto. São experiências de consumo multissensoriais e afetivas e, nesse sentido, também se aproximam do conceito de casa.

 
Fig.abaixo: loja de moda feminina com lounge (https://www.vivadecora.com.br/decoracao/loja/pagina/2)
 
Escritórios que se parecem com casas, lojas que se parecem com casas, restaurantes que se parecem com casas... o próximo passo seria naturalmente voltarmos a ter casas com “cara de casa”. E isso já vinha sendo sinalizado por algumas tendências: ladrilhos hidráulicos ou azulejos estampados, papéis de parede, tapetes, galerias de fotos ou quadros. Era um processo que talvez se estendesse por mais algumas temporadas de mostras e feiras de decoração, mas que a pandemia acelerou.

Depois de meses vivendo intensamente a casa, as pessoas mudaram a sua relação com esse espaço. Hoje todas as tendências apontam para um caminho sem volta: a casa que existe para ser vivida. Para além das questões ligadas à funcionalidade, higiene e praticidade na manutenção, surgiu uma necessidade de transformar a casa em lar. Ou, segundo Marc Augé, um lugar, que se diferencia do espaço por ser relacional, identitário e histórico.


 
Fig. abaixo: Cores e texturas, o “novo normal” (https://br.pinterest.com/pin/331577591306411190/)
 
Referências bibliográfica:
AUGÉ, Marc. Não lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus, 2007.

 

Porque mais importante do que usar belas cores é usá-las bem!


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Para VER  - Mon Oncle, de Jacques Tati.
Gerard vive em uma mansão futurista. Sua vida é excessivamente organizada e aborrecida. Com a chegada de seu tio, Monsieur Hulot, que é sonhador e cheio de fantasias, sua rotina muda completamente. Os dois acabam se tornando grandes companheiros, o que desagrada muito ao pai de Gerard, que quer evitar a "má" influência de Hulot.


 

Quem somos 


Somos três arquitetos e professores de história da arte e nosso objetivo é mostrar a arte e arquitetura através de narrativas do passado e estabelecer uma interação ativa e criar correlações estéticas e estilísticas. A Arte (que) IN FORMA e TRANS FORMA.

Temos dois Guias Culturals:  Lisboa & Arredores  e   De Coimbra ao Porto e seus Arredores
Prestamos consultorias/mentorias em formatos customizados.
 
João Torres - Katia Souza - Lourdes Luz
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