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31 de dezembro de 2020
Olá, <<Nome>>

Feliz ano novo!

Não podemos dizer que 2020 foi fácil (vocês sabem e viveram todos os motivos possíveis e suas variantes). Mas aqui estamos com nossos mais de 5 mil leitores (obrigado!), no último dia do ano, com nossas previsões, ideias e achados do que vai acontecer em 2021. Aproveite a leitura, descanse nos próximos dias e que o ano que vem seja suficiente para todos - Henrique e Samir. 

PS: esta edição da Interfaces é histórica porque não tem nenhum link para notícias/análises/leituras longas (!) Semana que vem voltamos à programação normal já com a CES - agora no virtual, não mais em Las Vegas.
Eletrônicos de consumo
SMARTPHONES
  • Ciclos cada vez mais rápidos de lançamentos de produtos: pandemia fez os fabricantes acelerarem - já vamos ver isso agora em meados de janeiro, com o Samsung Galaxy S21 (que costumava ser anunciado em fevereiro/março). 

  • Aparelhos intermediários voltam a se consolidar como produtos com bom desempenho e preço interessante - já que os topo de linha seguem caros caros caros e se posicionam como objetos de desejo, com tecnologias mais recentes. 

  • Dobráveis: ainda é coisa de nicho, mas gostaríamos de ver um modelo mais pé-no-chão (um Z Flip 2 com preço de A71, vai) para popularizar a tecnologia (mas ainda vai tempo nisso)

  • A questão da tomada: a Apple abriu a porteira dos smartphones sem um carregador na caixa, o mercado inteiro vai seguir a regra. Se a Apple pode cobrar mais de US$ 1.000 em um iPhone e ele vir sem o carregador, os demais também podem. Empresas de tecnologia precisam parar de usar o meio ambiente como apenas uma desculpa para tirar o carregador ou fazer ações pontuais de marketing. 

  • O que gostaríamos muito de ver no Brasil: uma concorrência mais agressiva contra Samsung e Motorola - líderes atuais (Apple é nicho) tanto em premium como intermediários.
     
  • Realme lança em janeiro seus primeiros produtos por aqui, LG promete mudanças para 2021 (terceirizando produção e design dos aparelhos de entrada/intermediários, o que isso vai dar não sabemos), Nokia/HMD Global pode ter uma possibilidade se deixar de ser tímida. A Asus se afundou nos nichos (criadores de conteúdo e gamers) e não deve sair disso tão cedo. E a Viv
Queremos smartphones dobráveis que também caibam no bolso para 2021 (Samsung/Reprodução)
5G
O mundo segue na discussão do 5G - a conferir se Joe Biden vai mudar algo na situação global da Huawei depois de 20 de janeiro (não botamos muita fé). O Brasil segue na vanguarda do atraso, sem leilão e com operadoras pensando no seu bolso/retorno de investimento contra o governo que acha que tecnologia é ideológica e que acredita só que os "outros" te espionam. 
TVS
2020 foi o ano em que televisores 4K chegaram a modelos de entrada (vide linha Samsung Crystal) com grande qualidade de upscaling de imagem. Em 2021, o incrível MicroLED segue como topo da pirâmide e fabricantes como LG começam a apostar em novas tecnologias (como o QNED). TVs que enrolam seguem como objeto inacessível. 
LG vai apresentar TVs 4K e 8K com a nova tecnologia QNED na CES 2021 (LG/Divulgação)
CASA CONECTADA
Sai o termo Internet das Coisas (intangível), entra a Casa Conectada (basta comprar a lâmpada/tomada/câmera de segurança e pronto). A pandemia fez lâmpadas Wi-Fi serem campeãs de vendas e esse tipo de produto fica cada vez mais barato. Amazon Alexa (e seus Echo) segue como principal assistente virtual, já que o Google só se importa com o Assistente no smartphone por aqui e a Siri, bem, é para poucos.

Mas ainda vemos alto-falantes conectados mais usados como caixa de som glorificada do que uma interface de controle/comunicação. Vale lembrar que, em muitos casos, se acaba a energia, é preciso esperar para ligar tudo de novo (ou até correr o risco de ter que reconfigurar lâmpadas. Argh).

ACHADOS AMAZON DA SEMANA
CULTURA DIGITAL (E GAMES)
REDES SOCIAIS
  • Depois da ascensão das lives, do streaming de gameplay, a tendência é a popularização ainda maior e a absorção das ferramentas usadas nestes meios pelo mainstream. Assim, Twitch e Discord são os gigantes a serem batidos. Twitter e Telegram já começaram os projetos de canais de áudio e Facebook e YouTube devem seguir apostando em suas plataformas para gamers.
     
  • Facebook e Twitter vão continuar na busca pela limpeza, dizer que estão caçando extremistas, criminosos e tornando o ambiente menos hostil em suas plataformas - mas sabemos que além de difícil, falta um pouco de boa vontade. Isso também não significa que suas atitudes sejam 100% certas/éticas (a seção "O que o Facebook fez errado nesta semana" não acaba tão cedo).
     
  • Falando nessas redes, acreditamos (wishful thinking) que o trabalho com influenciadores vai passar a ser mais sensato, diminuindo o topa tudo por dinheiro em campanhas que não tem o menor foco em engajamento de qualidade e aumentando o investimento real em nichos e conversão com qualidade (algo que a Interfaces pode te ajudar, por sinal).
     
  • Acessibilidade vai ser algo cada vez mais exigido. Descreva suas imagens, peça por apps acessíveis aos leitores de tela, pense que o conteúdo que você consome deveria ser consumido com a mesma facilidade por pessoas cegas, surdas e com qualquer tipo de deficiência.
STREAMING
  • TV a cabo que se cuide. O começo das vendas de pacotes de canais fechados por internet, como a GloboPlay e a DirecTV Go estão fazendo vai incomodar bem esse mercado, que deve se adaptar (migrando). 
     
  • Disney+ vai começar sua enxurrada de conteúdo origina/exclusivo para acirrar a concorrência - o cardápio de estreia é morno, para sermos bondosos. 
     
  • Lançamentos em streaming, em cinemas ou híbridos: essa discussão seguirá enquanto a pandemia não se resolver. Enquanto o mercado não chegar em um denominador comum quanto a custos, lucros e ego de diretores e produtores.
O FUTURO DO TRABALHO
As empresas que se acostumaram com o home office já entram no ano cortando os gastos com aluguel e mobiliário. Fintechs, startups e até as gigantes de tecnologia (que não pensam com cabeça do século passado e lidam com gestão engessada) vão migrar para um modelo híbrido, com dias de home office e dias de reuniões presenciais, assim que a vacina estiver disponível.

Assim o mercado se abre a novas oportunidades. Você não precisa morar mais no grande centro, na sede da empresa para conseguir uma vaga... e as chances para bons profissionais se ampliam ainda mais. Um cenário que já era bastante comum em TI passa a ser fato em outras carreiras.
EDUCAÇÃO
O boom do ensino a distância - que se tornou uma necessidade durante a pandemia - trouxe oportunidades de negócios mas impacta também no futuro dos alunos e na qualidade do trabalho dos profissionais de educação.

Esse ano terá a venda de soluções mágicas com ferramentas, software e hardware, mas deve abrir uma discussão mais estrutural sobre o abismo tecnológico e de qualidade de educação que a diferença social impõe. E isso vai acabar esbarrando em preço de conexões, 5G e preço de produtos.
PC X CONSOLES
O bate boca de fã de marca e plataforma pode continuar o quanto quiser... Mas com o salto de qualidade das placas de vídeo lançadas em 2020, 2021 será um ano de aprimoramento de software (sim, NVidia, estamos falando com vocês) e entregas cada vez melhores.

Sony e Microsoft terão trabalho e dependerão de exclusivos e de iniciativas como o Game Pass para manter a competitividade. Ah... e jogos mobile seguem sendo uma plataforma lucrativa de anúncios e, com os aparelhos cada vez mais refinados, interessante para produtoras (e no geral ignorados pela imprensa especializada). Além disso, o mercado independente segue forte.
Controle do PlayStation 5 (Sony/Divulgação)
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