OUTROS CAFÉS

UM.

e de fotografar pessoas, e de criar videozinhos, e de fazer lettering, e de montar layouts para sites, e de desenhar, e de criar composições bonitas para fotos de alimentos, e de coisas de papelaria, e de testar 50 mil métodos diferentes de organização (pra tentar dar um jeito em todas essas mil coisas que eu invento gosto de fazer) e inclusive passei toda minha vida do trello para o notion recentemente (mais uma vez).

já disse que também já pensei em fazer um curso de barista? pois é.

e eu também teria um café (cheio de plantas) se tivesse dinheiro pra isso.

aliás, acho que dinheiro é uma coisa que eu teria bem mais se conseguisse focar toda minha energia em uma coisa só, é o que dizem os e-s-p-e-c-i-a-l-i-s-t-a-s.

e assim eu vou fazendo: o que dá, como dá, no tempo que dá.

aparece algo novo, eu abraço, nasce uma faísca. que talvez logo se apague porque não tenho tempo de dar conta de tudo.

afinal, sou uma só.

DOIS.

um belo dia eu acordei e pensei: nossa, eu gosto disso. e busquei na minha memória algum momento do meu passado em que ela não tenha estado presente, mas sempre esteve (nas agendas, diários, blogs, cartas) mesmo sem eu me dar conta de sua importância. e jogando algumas coisas fora, encontrei um trabalho de filosofia do ensino médio em que o professor fez uma nota dizendo “você escreve muito bem, invista nisso” em uma página, mas na seguinte colocou: “só não precisa ser tão dramática”. achei um absurdo.

detalhe que esse é o mesmo professor que se fantasiava de “fantasma do capitalismo” e saia correndo atrás dos alunos na hora do intervalo. mas ok…. minha vênus é em peixes, estamos realmente em um nível elevado de drama por aqui.

TRÊS.

poderia ser um espaço para distribuir clickbaits pela internet? sim. porém, vocês já devem ter percebido como as coisas funcionam por aqui, eu prefiro falar sobre meu professor de filosofia do ensino médio do que fazer marketing capenga pra vender meu trabalho. aliás, obrigada fabiano, por dar o máximo de si para incentivar o pensamento crítico de seus alunos, mesmo sendo professor de uma matéria tão desvalorizada e ainda por cima dando aula em uma escola pública.

voltando ao marketing capenga: a última estratégia genial que vi no instagram, foi a de usar os stickers da comemoração pelo ano novo chinês — que foram criados, veja bem, para dar VISIBILIDADE para a cultura CHINESA — pra conseguir mais views em stories aleatórios e vender coisas (aliás, vi um perfil grande de ~estratégias para fotógrafos indicando que os seguidores fizessem isso… aiai esses especialistas). o que me faz pensar que as pessoas realmente estão dispostas a fazer qualquer coisa ridícula por um palco e pra ganhar mais dinheiro (bem que o fantasma do capitalismo avisou).

e a real é que sempre penso que “estou a dois passos de desativar tudo e fingir que morri” (olha o drama) no que se trata de redes sociais, então pensei que sei lá… se um dia eu sumir do instagram, quero ter uma forma de me comunicar com as pessoas que realmente curtem o que eu faço, sejam meus clientes ou não. porque de todas as coisas que amo fazer (que vocês viram, não são poucas) ter que depender dessa rede para que o que eu faço seja visto é o que mais me desanima.

as vezes me pergunto por quanto tempo ainda vou ter energia pra lidar com esse algoritmo insuportável, já que tô me negando a fazer dancinhas para que meu trabalho seja, pelo menos, entregue para quem me segue. 

INDICAÇÃO DA VEZ.

cinéfilo ou não, todo mundo conhece essa cena

apesar de ter assistido soul recentemente (duas vezes) e me pegar pensando até hoje sobre os assuntos abordados nessa animação, sinto que ainda não estou pronta pra falar sobre isso, então essa é apenas uma pré-indicação para que você assista, aí conversaremos sobre esse assunto em uma newsletter futura (ou não).

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minha indicação oficial de hoje vai para um título menos comentado na minha bolha: uncle frankie (disponível na amazon prime). um filme ambientado nos anos 70, que trata de forma sensível sobre homofobia, dramas familiares e perdas. mas, que muito além disso, me fez pensar em como a arte pode transformar assuntos tão pesados em algo tão inspirador, bonito e leve. terminei de assistir com lágrimas nos olhos, não de tristeza, mas sim por ser um filme que me fez acreditar que as coisas podem ser melhores, em dias melhores (apesar de). a fotografia é linda, a trilha sonora é ótima, e o paul bettany faz tudo.
 

aliás, não pensem que sou uma crítica de cinema, tô muito longe disso (só pra avisar). geralmente sou péssima com filmes por pura preguiça (mas as séries da shonda assisto as 500 temporadas com 50 mil eps cada sem reclamar)(e repetidas vezes) então nesse ano decidi que vou tirar (pelo menos) um dia da semana pra ver algum filminho e estou tentando assistir títulos novos (na maioria da vezes rsrsrs) porque também tenho esse probleminha de só querer rever os meus preferidos.

a pessoa apegada, né?
um beijo especial para frances ha e walter mitty.

finalizo o ritualzinho do filme semanal colocando ele na minha lista de assistidos do tv show (app que uso há séculos para anotar minhas séries, que incluiu filmes recentemente) e me divirto lendo os comentários da comunidade, cheios de gifs e memes legais sobre a obra. aliás, eu amo gifs, mas isso vocês já devem ter percebido.

PRA FINALIZAR.

é estranho assumir para mim mesma (e para as outras pessoas) que eu gosto de escrever. porque isso não significa que eu escreva bem ou que eu saiba o que que eu tô fazendo aqui ou saiba onde isso vai chegar. é só uma forma de, sei lá... fazer alguma coisa que eu acho que devo fazer agora. sem colocar tanta pressão, sem esperar que as pessoas amem, sem ficar ansiosa com o resultado (embora eu esteja um pouco ansiosa nesse exato momento). quero poder fazer coisas sem ter a pressão de que aquilo PRECISA dar certo (como se minha vida dependesse disso).

sabe o que eu quero dizer?

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