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Flávio Nunes

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por Flávio Nunes, Coordenador

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Por um Ministério do Digital


Um idoso que não saiba usar o Multibanco pode levantar dinheiro ao balcão da Caixa apresentando a sua caderneta. Mas paga três euros de comissão pela operação, sem contar com o imposto de selo. Feitas as contas, para levantar 50 euros, este cidadão deixa para o banco 6% do seu dinheiro.

Serve o exemplo para explicar que, no mundo de hoje, fica “caro” não se ser digital. Mas o custo não é só em capital. É também de oportunidade e de tempo. Além disso, a tendência não está só no setor bancário.

Um cliente que queira apresentar uma despesa de saúde para pedir reembolso ao seu seguro pode fazê-lo com uma aplicação no telemóvel. O processo dispensa fotocópias e o envio de documentos por correio.

Nos serviços essenciais, o acesso a balcões eletrónicos permite aos clientes comunicarem as leituras da água, do gás e da eletricidade. Isso evita telefonemas e, sobretudo, estimativas e surpresas na fatura.

Em simultâneo, quem lê os códigos de barras com o telemóvel evita as filas no hipermercado e nem precisa de tocar na carteira para pagar à saída. Quem faz compras por encomenda, nem sequer tem de sair de casa.

Mas o cenário é gritante ao nível fiscal. Atualmente, só é possível submeter a declaração anual de rendimentos pela internet. Claro que é disponibilizada ajuda, mas o processo é complexo e obrigatório para todos os contribuintes (e que, por coincidência, começou hoje).

Além disso, em breve, qualquer cidadão que receba um talão sem número de contribuinte vai poder fazer scan do QR Code com o seu smartphone, registando a despesa no eFatura em apenas um segundo e maximizando as suas deduções à coleta de IRS. 

Bem sei que algumas das vantagens da nova economia ainda não estão disponíveis em todo o país. Mas acredito que estão a chegar gradualmente a uma grande parte do nosso território.

Por exemplo, a Covid-19 fez com que cada vez mais comerciantes aceitem pagamentos com cartão, mesmo em algumas zonas do interior do país. Os que disponibilizam contactless até permitem aos seus clientes pagarem com o telemóvel ou relógio.

E porque digo isto? Porque me apercebi, nas últimas semanas, de que todo este processo de digitalização está bem mais rápido do que eu pensava. Não é só por causa da pandemia. A inovação manifesta-se a todo o gás e quem não se adaptar rapidamente, vai mesmo ficar para trás.

Sim, esta aceleração é real e tem grande impacto na sociedade. Em apenas poucos dias nasce uma novidade, torna-se viral e instala-se entre nós. Foi exemplo disso a euforia com a GameStop em janeiro, a massificação da rede social Clubhouse em fevereiro e a tecnologia dos NFT em março. O que vai surgir em abril?

Caro leitor, o mundo novo não vai parar. Há vários anos que falamos em “transição digital” e a expressão voltou às páginas dos jornais com a chegada do coronavírus. Mas temo que a verdadeira transição digital já tenha terminado há algum tempo. Vários sinais mostram-nos que já não estamos em período transitório.

Por isso, é fundamental reforçar o trabalho de formação digital dos mais jovens e dos mais idosos. E prosseguir com a digitalização dos serviços públicos, das escolas, dos tribunais...

Para as empresas, onde exista concorrência, ser digital já não é sequer uma opção. Ter presença digital é crucial para a manutenção do negócio e começamos a entrar na fase em que tecnologias complexas de inteligência artificial, como o machine e o deep learning, vão passar a estar disponíveis para todos, sem necessidade de aprender código.

A imprensa especula há alguns meses sobre uma eventual remodelação governamental. Talvez seja bom momento para um rebranding de uma das pastas de Pedro Siza Vieira, instituindo-se o novo Ministério do Digital.

Seria uma forma interessante de transmitir ao país a mensagem de que o digital não está a chegar. Já chegou. E é tão real ou palpável quanto a Educação, as Infraestruturas, o Mar.



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