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Um giro pelas atualidades sob a lupa de gênero, sexualidades, raça, classe e outros atravessamentos.

Na vida, quem é que quer te ver melhor? Uma improvável lição de Bridget Jones

 
Estabelecer limites e distâncias é tarefa difícil, mas quem realmente importa, fica

Ao contrário da moda da magreza extrema e as calças de cintura baixa, um hit dos anos 2000 cujo retorno realmente me deixou feliz foi mais um filme da franquia Bridget Jones. Apesar de boa parte das mulheres da minha geração terem herdado algum transtorno alimentar ou psicológico da era de ouro das comédias românticas, além de uma ideia completamente equivocada do amor romântico, eu nunca escondi minha obsessão pela série de filmes inspirada nos livros de Helen Fielding – que devorei, também, um por um.

No último fim de semana, promovi um meet and greet do Matheus com Miss Jones, e maratonamos os filmes da franquia, o novo, inclusive. Não darei spoilers sobre o lançamento, mas antes do final dos créditos iniciais, eu já estava chorando (e depois rindo).

Eu sinto como se os filmes fossem como nós, millenials: fomos nos adaptando, entendendo que o mundo muda e muda rápido, e, com o passar dos anos, fomos aprendendo os termos adequados para nomear as coisas, e parando de fazer piadas de gosto duvidoso por mero entretenimento. (Ou nos esforçando pra tudo isso, no mínimo).
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Outra coisa que me encanta na “saga Bridget” é o retorno garantido de personagens que aparecem desde o primeiro filme, mais emblematicamente três amigos da protagonista: Tom, Shazzer e Jude. Os personagens em si nem são tão bons, e os conselhos que dão a Bridget quase nunca são os melhores. Mas o que eles representam é mais importante: entra ano, sai ano, e eles ainda estão ali – com perdão do trocadilho. Com o tempo passando e a vida se transformando, a gente vê, ao longo da série, diversas mudanças nas vidas do grupo, mas a amizade entre eles é uma constante, seja lá o que esteja acontecendo individualmente com cada um e cada uma.
 

Eu acho engraçado quando vejo alguma arte de Canva circulando por aí como se estivesse espalhando uma grande novidade de que “amizades também podem ser o amor de nossas vidas”, em variações deste texto.

 

Mesmo tendo me tornado adulta ratíssima de comédia romântica e claro, com uma visão bem deturpada de autoestima e do amor romântico, eu sempre soube que amigas e amigos são grandes amores, sempre. Venho de uma família em que amigos e amigas foram sendo agregados ao nosso DNA, e que eu cresci chamando de tio e tia. Hoje, adulta, sei que os filhos que eu não tenho colecionam tias e tios, meus irmãos e irmãs colecionados pelo caminho.

E, como no amor pintado nos filmes que minha geração adora, também é possível sofrer desilusões amorosas, pés na bunda e toda sorte de coração partido por causa de amizades. Vinícius cantou que “o amor só é bom se doer”, o que se casa perfeitamente com paixões loucas e dificílimas ilustradas no cinema, como se perrengue fosse atestado de legitimidade e “força”. No amor e na amizade, é fundamental sabermos quando é a hora de deixar ir embora alguém que já amamos e que também nos amou – ou pelo menos assim achamos...

*Leia na íntegra no #Colabora
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Júlia Pessôa 

É jornalista, mestra em comunicação, especialista em gêneros e sexualidades e doutoranda em ciências sociais. Atuou no jornalismo diário por mais de dez anos, cobrindo principalmente cultura, gastronomia, gêneros, sexualidades e direitos humanos. É autora do livro de crônicas “Heteronímia” (2017) e tem publicações em veículos como UOL Tab, BBC Brasil e O Globo. Inexoravelmente feminista.

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