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#49 DEZEMBRO/2023

Rio de Janeiro, Fevereiro, Março...
Réveillon 2023
(Foto: site prefeitura)

      Quando falamos de réveillon no Rio de Janeiro, é comum pensarmos na tradicional virada do ano em Copacabana. Este ano, vamos trazer opções mais diversas de festas de ano novo. Além da queima de fogos em Copacabana, há mais 11 palcos espalhados pela cidade, com fogos de artifício por 12 minutos: Praia do Flamengo, Penha, Ilha do Governador, Sepetiba, Paquetá, Ramos, Parque de Madureira e dois novos lugares; Bangu e Praça Mauá.

     A Praça Mauá, pela primeira vez, terá uma programação com pagode, samba, rock e funk e com a presença de artistas LGBTQIAPN+, mulheres e pretos. O mesmo ocorre na Praça das Juras, em Bangu.

    Já no Vidigal, a “Fofoca Party- Réveillon Beneficente”, com entradas a partir de 100 reais, terá a renda destinada à ONG SER Alzira de Aleluia, que atua há 20 anos no Vidigal, com a missão de “trabalhar junto à comunidade, promovendo cidadania através de projetos de formação profissional, educacional, esportiva, artística e cultural. Assim como, oferecer espaços de diálogo, reflexão, independência, empoderamento e autonomia”.

    E, você, já sabe onde passará o reveillon 2023?

Personagem da Gema
Dona Vilma
(Foto: Instagram Dona Vilma)

      Chamada carinhosamente de “Cisne da Passarela” pela sua graciosidade como porta-bandeira da escola de samba (foram 15 notas 10 e cinco prêmios do Estandarte de Ouro),  dona Vilma começou no carnaval aos 7 anos como porta-estandarte do Bloco Unidos de Dona Clara e, no mesmo ano, sambista no Recreio das Bonitonas. . 
         A jovem Vilma Nascimento continuou se destacando por onde passava. Entrou na escola de samba União de Vaz Lobo e foi chamada para participar do grupo do coreógrafo Carlos Machado aos 16 anos de idade. Aos 19 anos, era porta-bandeira da Portela, onde fez história e foi considerada “uma revolucionária” ao quebrar diversos padrões no desfile, como desfilar sem peruca e com penteados. Além de ter celebrado oito títulos de campeã com a Portela, a passista também é fundadora da escola Tradição.
     No último novembro, quando voltava de um evento em homenagem ao Dia da Consciência Negra na Câmara dos Deputados, dona Vilma, de 84 anos, foi vítima de racismo ao ter sua bolsa revistada numa loja do aeroporto de Brasília. Um absurdo, gravado e divulgado por sua filha. Os internautas logo mostraram sua indignação com a situação e criticaram o preconceito e desrespeito sofrido pela passista. Nosso repúdio ao ato racista! E respeito e admiração por dona Vilma, a maior porta-bandeira da história da Portela!

Rio entre Esquinas
Renascença Clube
(foto: Instagram do Renascença)

   O Renascença Clube, mais conhecido como “Rena”, começou como um ponto de encontro para famílias, celebrando e preservando a história e cultura afro-brasileira em 17 de fevereiro de 1951.
   Segundo o site institucional, o Rena se estabeleceu como um centro da pluralidade, oferecendo em um palco vibrante as expressões culturais afro-brasileiras. Mais do que um espaço, tornou-se um símbolo da luta antirracista, promovendo a autoestima, a memória afetiva, e mantendo vivas as tradições e ancestralidade.
   Este prestígio é refletido em importantes reconhecimentos legais: em 2000, foi designado como Território Cultural pela Lei Municipal Nº 3033/2000 e, em 2022, recebeu o título de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o Decreto Nº 50.913.
   Clique aqui para acompanhar a agenda do Rena de dezembro?

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ImaginaRio Entrevista

Roberto Vilela

Doutor em Comunicação Social pela UERJ, com Pós-Doutorado no LACON/UERJ. Mestre em Comunicação Social pela UERJ. Especialista em Política e Planejamento Urbano pelo IPPUR-UFRJ. Desde 2010, é pesquisador associado ao Laboratório de Comunicação Cidade e Consumo (LACON-UERJ), onde atua em pesquisas na área de Cidade, Megaeventos e Violência, sob a coordenação do Prof. Dr. Ricardo Ferreira Freitas. Como docente, leciona Sociologia, Filosofia e disciplinas afins às Ciências Humanas.

ImaginaRio: O que fez você se interessar por pesquisar o réveillon?
Roberto: Quando comecei a pesquisar megaeventos, ainda em 2009, junto com o prof. Ricardo Ferreira Freitas e a profª Vânia Fortuna, no que diz respeito àqueles realizados anualmente no Rio de Janeiro, notamos que havia muitos trabalhos debatendo o Carnaval, mas nada relativo ao Réveillon. Coincidentemente, nesta época, eu estava pensando num projeto para a seleção do mestrado e resolvi me dedicar à temática do Réveillon, sempre ancorado nas relações entre a festa e a cidade.
ImaginaRio: Desde que você começou sua pesquisa, qual foi a maior mudança do réveillon no Rio?
Roberto: A maior mudança se dá a partir de 1993 quando a prefeitura, na primeira gestão de César Maia, passa a organizar formalmente as comemorações de Ano Novo, e paulatinamente transforma o réveillon de Copacabana num megaevento. Com toda a midiatização e espetacularização que envolve tal processo. Assim, alguns traços culturais importantíssimos à própria identidade da festa são deixados de lado (como a forte influência da Umbanda com os ritos a Iemanjá), em nome de uma estética mais palatável ao mercado e aos investidores, onde o que importa mais são os shows de artistas em evidência e a queima de fogos.  
Quer conhecer mais a pesquisa do Roberto Vilela? Clique aqui.

Leitura do Mês



Orgias- Crônica de Ano Novo

A leitura do mês da edição de final de ano é uma crônica do consagrado escritor e humorista Luís Fernando Veríssimo (livro “Orgias”). No livro, o autor descreve sua visão sobre orgias, destacando-as como celebrações do excesso e da libertação das normas sociais. Veríssimo associa orgias a diferentes formas de prazer, desde encontros amorosos secretos até festas de fim de ano, onde as pessoas temporariamente abandonam suas rotinas para se entregar à alegria e à esperança de um novo ano. Ele sugere que, em essência, as orgias representam um momento de anarquia e entrega total aos instintos e desejos.

Crônica de Ano Novo
“Existem muitas superstições sobre a melhor maneira de entrar o Ano-Novo. Na nossa casa, por exemplo, nunca falta um prato de lentilha para ser consumido nos primeiros minutos do ano que começa. Dá sorte. Ouvi dizer que na Espanha, ao soar da meia-noite, deve-se comer uma uva para cada badalada do relógio. Este costume chegou à Bulgária mas, por uma falha na tradução, lá se come um melão para cada batida do relógio, e os hospitais ficam cheios no dia 1º. Na Suíça, comem o relógio.

Algumas crenças persistem através do tempo, desafiando toda lógica. Se o champanhe aberto à meia-noite não estourar e se tiver alguém na família chamado Edgar, é sinal de que a casa será arrasada por uma manada de elefantes e o champanhe está choco. Na Rússia, depois de brindarem o Ano-Novo com vodca, os convidados devem atirar suas taças contra a parede e depois ficar muito brabos porque não há mais copos na casa e atirar o anfitrião contra a parede. De qualquer maneira, a festa termina cedo.

Na Índia se a primeira criança que nascer no Ano-Novo tiver bigode, fumar de piteira e pedir para falar urgentemente com o Kofi Anan, é mau sinal. Na Polinésia, em certas tribos primitivas, o guerreiro mais audaz deve levar a virgem mais bonita até a boca do vulcão e atirá-la para a morte, como um sacrifício aos deuses. Mas a encosta do vulcão é comprida, os dois param para descansar um pouco e, quando chegam à boca do vulcão, estabelece-se o paradoxo: se o guerreiro era audaz, a moça não é mais virgem, se a moça ainda é virgem, o guerreiro não era audaz, e o sacrifício sempre fica para o ano que vem. Na Austrália, todos se atiram contra a parede.

Entrar o Ano-Novo de gravata-borboleta pode comprometer seriamente as relações entre o Oriente e o Ocidente. O primeiro animal que você encontrar na rua no Ano-Novo pode significar uma coisa. Cachorro é sorte. Gato é dinheiro. Rato é saúde. Um bando de hienas é azar, corra. Um cavalo roxo dançando o xaxado na calçada significa que você está bêbado. Vá dormir.

Em certos lugares, é costume derramar champanhe no decote da mulher ao seu lado, o que lhe trará, a longo prazo, bons negócios, e, a curto prazo, um tapa-olho. Se você estiver num réveillon junto com seu patrão, não esqueça de se colocar estrategicamente para ser o primeiro a abraçá-lo à meia-noite. Dance com a mulher dele. Insista para que ele dance com a sua. Proponha vários brindes. Pule em cima da mesa. Proponha mais brindes. Diga que agora você é quem vai dançar com o patrão e não quer nem saber. Acabe lhe dizendo algumas verdades. Proteste que ninguém precisa segurar você, você está sóbrio, entende? Sóbrio! Só não sabe como uma manada de elefantes roxos invadiu o salão, ou será que a mulher do patrão trouxe a família toda? No dia 1º você não se lembrará de nada. No dia 2, você vai procurar outro emprego. Chato.

Outro costume é fazer previsões na véspera do Ano-Novo. Pode chover. Alguém, em algum lugar do Brasil, está dizendo: “Boas-entradas nada, eu quero saber onde fica a saída…” E a previsão mais fácil de todas…

– Qual é?

– Amanhã eu vou estar de ressaca!

Enfim, o Ano-Novo já está quase aí e, apesar de muita gente no Brasil telefonar para os parentes no Japão, onde o 2013 chegará mais cedo, querendo saber que tal o ano, como quem pergunta como é que está a água, ninguém sabe como ele será. Farei o possível para entrar nele com o pé direito, mas, quando perceber, ele é que terá entrado em mim, não dará para recuar.

Só sei uma coisa. Assim que o relógio terminar de bater a meia-noite, comerei meu prato de lentilha para dar sorte. Pedirei outro. E derramarei lentilha no colo, destruindo para sempre A) um bom par de calças e B) minha fé em qualquer tipo de superstição.”

Com essa crônica do Veríssimo, o LACON deseja a todos Boas Festas!!! Feliz 2024!!!

🧑🏿‍🤝‍🧑🏻O imaginaRIO é uma realização do Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon/UERJ). O boletim tem a proposta de monitorar e divulgar as principais notícias, eventos culturais e publicações sobre as temáticas do consumo, dos megaeventos e da cidade, com foco no Rio de Janeiro.

Equipe: Ricardo Freitas (coordenador), Vania Fortuna (sub-coordenadora), Maria Helena Carmo, Marcelo Resende, Rafael Nacif, Carlos Matos, Carlos Miguel Anjo, Guilherme da Costa, Manuela Howat, Pedro Lucas Rubim.
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