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07 de janeiro de 2023
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Último dia de edição especial da Interfaces na CES – agradecimentos enormes à Consumer Technology Association (CTA), organizadora do evento, que nos convidou este ano.
Hoje foi dia de ver o que rolou no hotel Venetian – já que os dias 1 e 2 foram dedicados aos dias de imprensa e o dia 3, ao que apareceu no Las Vegas Convention Center. E seguimos com extras no Twitter.
Boa leitura e até a edição semanal de volta, na próxima sexta-feira. |
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SOMENTE PARA EMPRESAS
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O Lenovo ThinkPhone by Motorola é o primeiro smartphone a usar a sinergia das duas marcas – o histórico da Motorola em fazer celulares e o conhecimento da Lenovo em fazer produto corporativo.
E isso é uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. É, pela primeira vez que vejo a demonstração de um smartphone rodando ao lado de um notebook da mesma marca e tudo funciona, estilo Apple.
Copiar e colar, um monte de recursos de segurança (ao ponto de selecionar se você quer que determinados apps usem somente 5G para acessar a internet) e até mesmo usar a câmera do ThinkPhone como webcam, anos de atualização de software e Android. Estilo Apple, sabe, tudo integrado, bonitinho, funcional?
E aí vem a maldição: o Lenovo ThinkPhone by Motorola só será vendido para empresas, não para consumidores. Uma pena – eu compraria um. |
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ThinkPhone, candidato a super Android de 2023, mas só se sua empresa comprar um para você (Henrique Martin/Interfaces) |
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DOSE DUPLA
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Seguindo as ideias incríveis/malucas dos fabricantes de hardware para PC, o Lenovo Yoga Dual Screen resolve a questão de produtividade em múltiplas telas em um portátil com Windows e cria um novo problema – ter que carregar o case e o teclado à parte. |
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Duas telas pensam melhor que uma (Henrique Martin/Interfaces) |
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DOBRA, DOBRA E AVISA
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Já o Lenovo ThinkPad X1 Fold é a nova geração do notebook com tela dobrável da marca. Cheio de detalhes interessantes, como o acabamento em nylon e a dobradiça renovada, que agora não tem mais um pequeno vão (alô Samsung e seu Galaxy ZFold 4) na curva. |
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Dobradiça SEM espaço (Henrique Martin/Interfaces) |
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ASUS VOLTOU
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Asus na CES era algo quase impossível: a marca sempre correu no paralelo, sem nunca aparecer no evento oficial, com o pessoal do marketing batendo o pé que valia mais a pena ficar de fora (e gastar menos).
Seus showrooms ficavam em um hotel fora do circuito da CES (muitas vezes no infame Trump), mas alguma mudança interna na companhia fez a Asus pegar uma área nobre – e grande – para demonstrar seus produtos.
Agora dá para ver que os taiwaneses entraram em um modo de nicho para valer com produtos profissionais – para criadores de conteúdo, editores de vídeo, gamers high end.
E as ideias malucas de tentar criar tendência também voltaram (como o saudoso Taichi, notebook com duas telas que foi anunciado muito antes do seu tempo). A deste ano é o notebook ProArt StudioBook, um monstrinho com tela OLED de 16" e alta definição e que permite... ver 3D sem óculos.
Tudo graças a um rastreador infravermelho no topo da tela, que acompanha os movimentos dos olhos de quem está na frente e ajuda a gerar a ilusão. Na foto nem parece grande coisa, mas juro que as águas-vivas estavam pulando na minha frente.
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Com esse botão no teclado, a Asus nunca poderá reclamar dos trackpads vermelhos da Lenovo (Henrique Martin/Interfaces) |
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CAMPO DOS SONHOS
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A AMD deu mais um passo na sua estratégia vencedora de chips para notebooks: o processador Ryzen 7040 é o primeiro a vir com um chip integrado de inteligência artificial – em modelos leves, finos e com grande duração de bateria, claro.
Falando com o pessoal da AMD, deu para entender que o recurso de IA é inédito no mundo X86 (a Apple tem algo similar nos seus chips M1/M2), mas que é o famoso "vamos jogar para a torcida e ver o que sai dali" – já que agora os desenvolvedores de software precisam criar coisas para a plataforma. A conferir. |
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O Dell Alienware tem uma versão com chip AMD, mas não é o com IA ainda. (Henrique Martin/Interfaces) |
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ALEXA, INSTALE ESTA LÂMPADA
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Andando pelos salões e centro de convenções do hotel Venetian, deu para perceber duas coisas: Europa (notadamente França, Itália e Suíça, menção honrosa para Ucrânia) e Ásia (Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura, Taiwan) tinham delegações e estandes mostrando o que fazem melhor em tecnologia – seja em TI corporativa ou metaverso.
E aí deu para perceber que o Brasil não tem nada disso – ou esconde muito bem (tudo bem, troca de governo recente e o antigo não estava interessado em ciência ou tecnologia, certo?). Tirando as ações da Apex para games em eventos do nicho, em tecnologia não tem muito o que falar do Brasil
Acabei vendo três empresas brasileiras isoladas na CES, com iniciativas por conta própria.
A primeira foi a Positivo Casa Inteligente, com um pequeno destaque na sala/ambiente da Amazon.
Sua nova Smart Lâmpada foi criada como um produto "Livre de Frustração", que tem a instalação simplificada e que vincula a lâmpada à conta Amazon, incluindo as credenciais de Wi-Fi.
Talvez – aí me corrijam se estiver errado – seja o primeiro produto de empresa brasileira a ter essa classificação "Livre de Frustração". |
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Lâmpada da Positivo promete quase nenhuma frustração para instalar. Será? (Henrique Martin/Interfaces) |
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DEU FOME
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A segunda marca foi a Tramontina, que vai lançar seu cooktop conectado, o Guru, no mercado americano este semestre – com direito a degustação de risoto no estande da marca na hora que passei por lá.
O Guru foi lançado no fim de 2021 e é vendido no Brasil por R$ 2.200. O cooktop controla peso, tempo de cozimento e temperatura com ajuda de app para smartphone. A Tramontina também tem planos de lançar o Guru na Europa. |
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Guru em ação na CES 2023 (Henrique Martin/Interfaces) |
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DEU FOME (2)
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A terceira empresa brasileira – ou melhor, de brasileiros – é a Grow Up, baseada em Irvine, na Califórnia.
O produto leva o mesmo nome da companhia e é uma máquina para fazer leite vegetal em casa. Basta colocar água e usar a tampa medidora para inserir o item desejado (aveia, amêndoas, coco, castanhas, entre outras). Uma tela touch controla o processo.
Segundo a GrowUp, o processo de fazer o leite vegetal leva em torno de seis minutos. Os resíduos podem ser reutilizados para outras coisas (como farinha de amêndoas, por exemplo) e a máquina foi feita com o propósito de ser durável, fácil de limpar e produzida com materiais duráveis.
A máquina está em pré-venda nos EUA por US$ 600. |
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Grow Up: leite vegetal em casa fácil de fazer (Henrique Martin/Interfaces) |
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TRATORZINHO
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Em baixa: aspirador-robô
Em alta: aspirador que corta grama e sabe onde fica o final do quintal, como o Landroid Vision, da WorX. O robô tem câmeras, luzes e sensores que identificam a área com e sem grama. |
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Robô cortador de grama ou de empregos? (Henrique Martin/Interfaces) |
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TROCA-TROCA
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Tendência no mundo dos games: saem os sérios e sisudos gabinetes e componentes escuros, chega a onda do tudo branco para os PCs – como dá para ver nesse gabinete cheio de coisas claras e coloridas – incluindo a memória RAM (as quatro barrinhas horizontais) da Kingston.
A única coisa que não some, porém, é a eterna mania de colocar luzinha RGB em tudo.
Mas legal mesmo da Kingston é a atualização da linha de pen drives com criptografia. |
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Tudo branquinho e colorido (Henrique Martin/Interfaces) |
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