Rio de Janeiro, Fevereiro, Março...
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Maratona do Rio
(foto retirada da Folha de Pernambuco)
A história da maratona começa na Grécia. Pelo o que sabemos, a corrida era utilizada como uma forma dos antigos gregos de se comunicar, não era uma competição; os mensageiros muitas vezes levavam a informação de uma cidade para a outra correndo. Então, nos Jogos Olímpicos Modernos de 1896, em Atenas, a maratona foi incluída como uma das modalidades com 40km. Em 1921 padronizou-se a distância de 42,195 km.
A primeira maratona anual disputada no Rio de Janeiro e no Brasil teve o nome de Maratona Internacional do Rio de Janeiro e foi criada pela corredora Eleonora Mendonça, através de sua empresa Printer que já organizava algumas corridas de rua de menor distância.
A Maratona do Rio 2023 ocorrerá nos dias 8 a 11 de junho, durante o feriado de Corpus Christi. Para mais informações sobre o evento, é só clicar aqui.
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Vendedores de Mate
(foto retirada do palavradecarioca)
No Rio de Janeiro, praia e mate andam juntos. É difícil não ser abordado por um ou mais vendedores, que caminham bem humorados pela orla à procura de clientes. Esses personagens tão queridos pelos cariocas se tornaram Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade em 2012, mas tal reconhecimento só foi viabilizado por conta da reivindicação popular, uma vez que, poucos anos antes, a profissão quase foi extinta pela prefeitura.
O ano de 2009 não foi fácil para os vendedores de mate. Por conta de “problemas sanitários”, os profissionais foram impedidos de atuar nas praias, o que refletiu financeiramente e emocionalmente na vida de centenas de ambulantes que ficariam sem renda. Porém, a população protestou e não permitiu que eles fossem embora: banhistas ficavam de olho nos guardas e, quando a fiscalização aparecia, ofereciam cangas e toalhas para esconder os galões. A união da comunidade em prol da sobrevivência desse aspecto cultural viabilizou as conquistas que se desenrolaram para a categoria nos anos seguintes, como a entrega de licenças da prefeitura para a atuação nas praias e cursos de capacitação para 95 mateiros em março de 2023.
Em sua participação na XVII edição do Congresso Abrapcorp, que aconteceu de 8 a 12 de maio na Uerj, o sociólogo Fabio La Rocca ressaltou que a rua é um espaço de afetividade onde se manifesta o ativismo, uma “arte da vida” capaz de mudar realidades, assim como aconteceu com os vendedores de mate. A classe ainda precisa de apoio, pois muitos ainda não têm, por exemplo, licença para atuação, mas o reconhecimento do povo e das instituições permite que se tenha esperança.
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Coretos
(foto retirada do Jornal O Globo)
Você sabe o que é um coreto? Quem é do subúrbio do Rio, mesmo que não conheça pelo nome, com certeza já viu em algum momento da vida: uma pequena cobertura “redonda” e situada, normalmente, em praças. Esses espaços de convívio foram tendência urbanística até, aproximadamente, 1960, quando passaram a ser gradualmente esquecidos pela população, que perdeu o hábito de se reunir em praças pelo avanço da urbanização. Antes, os coretos costumavam dar lugar a apresentações musicais e outras atividades artísticas. Essa é parte da tradição que Luiz Antonio Simas, escritor, compositor e historiador, quer trazer para os dias de hoje a partir do projeto "Coretos - a história nas ruas", que busca resgatar o orgulho e a memória dos suburbanos.
A primeira palestra do projeto ocorreu no bairro Quintino, em abril, para celebrar São Jorge. Neste mês de maio, o encontro foi em Vigário Geral e contou a história do subúrbio da Leopoldina a partir de aspectos culturais. A próxima edição, marcada para o dia 4 junho no Jardim do Méier, terá como tema os “Clubes Suburbanos”. Apoiada pela Subprefeitura da Zona Norte e pela Secretaria Municipal de Cultura, a iniciativa de Simas é importante porque exalta uma identidade deixada de lado.
Para Fabio La Rocca, atitudes como o projeto “Coretos” ajudam a construir a experiência do coletivo e a unir a comunidade em um espaço afetivo. Por esse motivo, o ativismo pela preservação das tradições da Zona Norte incentivado por Luiz Antonio Simas deve persistir e alcançar ainda mais pessoas.
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Tatiana Couto
Doutora em Comunicação Social no PPGCom/Uerj com a tese “Maratona do Rio de Janeiro: Corpo, Cidade e Imaginário”. Mestre em Mídia e Cotidiano pelo PPGMC-UFF. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade da Cidade. Especialista em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá e Marketing pelo Instituto A Vez do Mestre (Universidade Cândido Mendes). Professora de Jornalismo e Marketing.
ImaginaRio: Qual sua relação com a cidade do Rio?
Tatiana: Sou carioca. Tenho relação afetiva com a cidade enorme e me sinto identificada com muitos símbolos do aspecto do "ser carioca". Também acho a paisagem da cidade imbatível, por ter montanha, mar e praia combinados.
ImaginaRio: Como a cidade aparece na sua pesquisa?
Tatiana: Minha tese no PPGCom/Uerj foi sobre a Maratona do Rio de Janeiro. Estudei como a paisagem da cidade era usada pela organização do evento e como a comunicação institucional se apropria do imaginário da Cidade Maravilhosa. Então, observei as questões de branding de cidade, imaginário, cidade-mídia no percurso da Maratona, nas camisas e medalhas da prova, no mapa do trajeto e no vídeo institucional. A cidade aparece a todo momento na minha tese, ela pulsa com o corredor. Comecei a correr muitos anos atrás com uma grande amiga e, em 2017, fiz 5km. Como já era da tribo, facilitou que eu entrevistasse os corredores para saber a percepção deles sobre a Maratona. Para isso, eu participei da edição de 5km e entrevistei os maratonistas de 42 km. No começo da pesquisa, em 2019, eu imaginava que iria só ver as camisas e medalhas, mas vi que a Maratona do Rio era um megaevento por se dividir em 2 dias de competições e mais 2 dias de exposições. Assim vi, também, que meu objeto era mais completo do que eu imaginava, então meu escopo de investigação aumentou: comecei a falar também do percurso da Maratona e os mapas do percurso, dos vídeos, do logotipo, das medalhas e das camisas.
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Decolonialidade e política das imagens: tensões e agenciamentos
No editorial, os autores Fernando Gonçalves, Daniel Meirinho e Michelle Sales apresentam a ideia de intervenções artísticas nos espaços urbanos como uma forma de ativismo.
Durante o Congresso Abrapcorp 2023, Fernando Gonçalves participou da mesa “Comunicação, ativismos e artes” e apresentou um pouco de sua pesquisa. Ele pensa no fenômeno das artes chamado “Giro decolonial”, que analisa como nós entendemos nossa própria realidade, que é completamente apagada por conta do legado colonial.
O pesquisador estuda como ocorre a construção dessas políticas e poéticas da imagem em relação ao corpo, memória e território. A fotografia então é entendida como “mecanismo de construção e regulação de nossas experiências sensíveis e de subjetivação.” Ele exemplifica com alguns artistas que exploram essa ideia, como Ventura Profana, Michelle Mattiuzzi, Marcela Bonfim, dentre outros. Para assistir a palestra de Fernando, clique aqui.
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🧑🏿🤝🧑🏻O imaginaRIO é uma realização do Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon/UERJ). O boletim tem a proposta de monitorar e divulgar as principais notícias, eventos culturais e publicações sobre as temáticas do consumo, dos megaeventos e da cidade, com foco no Rio de Janeiro.
Equipe: Ricardo Freitas (coordenador), Vania Fortuna (sub-coordenadora), Maria Helena Carmo, Frederico Augusto, Rafael Nacif, Carlos Matos, Guilherme da Costa, Manuela Howat, Palloma Miranda e Thaís Nazaria.
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📢 Gostaria de divulgar sua pesquisa, evento ou publicação sobre o Rio de Janeiro aqui no imaginaRIO? Envie um e-mail para laconuerj@gmail.com
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