Copy
View this email in your browser

#45 AGOSTO/2023

Rio de Janeiro, Fevereiro, Março...
Rio de Janeiro - Cidade Criativa
(foto retirada do site Copacabana.com)
 

    O Rio de Janeiro foi recém selecionado pelos ministérios do Turismo, da Cultura e pela Comissão Nacional para a Unesco no Brasil para competir como Cidade Criativa de Literatura. Na América Latina e Caribe, a única cidade a ter esse título é Montevidéu, no Uruguai.

    Desde 2004, a Unesco reconhece mundialmente o trabalho de cidades que se destacam por valorizar a economia criativa em uma destas sete categorias: Artesanato e Artes Populares; Cinema; Design; Gastronomia; Literatura; Artes Midiáticas - Comunicação e Mídia; e Música. As cidades devem assumir o compromisso de adoção de práticas positivas e parcerias para promoção da cultura e da criatividade em seu desenvolvimento urbano.

    Os critérios de avaliação para a escolha da categoria em que cada cidade compete são o alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; história e patrimônio da cidade; sinergia com outras áreas criativas; viabilidade financeira; capacidade do município em contribuir e engajar-se com a Rede de Cidades Criativas; e engajamento de autoridades municipais na candidatura. 

    Segundo o site do Ministério do Turismo, são 12 cidades que compõem a Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco: Belém, Florianópolis, Paraty e Belo Horizonte (gastronomia); Brasília, Curitiba e Fortaleza (design), Recife e Salvador (música); João Pessoa (artesanato e artes populares); Santos (cinema); e Campina Grande (artes midiáticas).

    Ficamos muito felizes em ver nossa cidade maravilhosa concorrendo a esse título. Vamos ficar na torcida pelo Rio!

Personagem da Gema
Pixinguinha
(foto retirada do site "Brasil de Fato)
 
    Alfredo da Rocha Vianna Filho, apelidado pela sua avó como Pixinguinha, foi um multi-instrumentista nascido no bairro de Piedade, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ainda muito moço, mudou-se para a Rua da Floresta, atualmente conhecida como Padre Miguelinho, e viveu sua juventude respirando os ares da Zona Portuária carioca, que presenciava fortemente os reflexos da tentativa de inserção do Brasil no "mundo moderno", baseado em padrões europeus.
    Na época, as influências culturais ocidentais chegavam de navio, e os estivadores, em sua maioria pobres, tinham acesso ao que de mais novo, para nós, brasileiros, vinha do Velho Continente. Pixinguinha, que tinha muitos amigos e familiares que sobreviviam da movimentação de mercadorias dos porões dos navios, conheceu por meio deles a música clássica, através de partituras e discos de cera.
    Anos antes da Semana de Arte Moderna de 1922, o "Santo Pixinguinha", como é referido na composição de Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro, já mostrava mundo afora o som doce de sua flauta junto aos Oito Batutas. E através do choro e do maxixe, resultado de uma sofisticada união das influências musicais europeias e brasileiras, o músico foi parte ideal na construção de uma identidade nacional. Um dos maiores modernistas que o Brasil teve o prazer de conhecer.
Rio entre Esquinas
Pedra do Sal
(Imagem retirada do Guia Cultural do Centro do Rio) 

    O Samba da Pedra do Sal é uma das manifestações culturais mais tradicionais do Rio de Janeiro. O evento acontece num espaço histórico que leva o mesmo nome, localizado no bairro da Saúde, zona portuária da cidade. O samba ali praticado tem raízes na história afro-brasileira e no período colonial. A Pedra do Sal era um ponto de encontro dos escravos, no século XIX, onde eles se reuniam para tocar música, dançar e celebrar suas tradições culturais. 

    Esses encontros deram origem ao samba de raiz, uma forma de expressão artística que carrega elementos da cultura africana e se tornou símbolo importante da identidade cultural carioca. As rodas de samba que aconteceram por lá eram, em sua maioria, espontâneas, reunindo músicos, cantores e dançarinos que compartilhavam a paixão pelo gênero. O espaço é um lugar de memória das lutas e conquistas da comunidade negra ao longo dos anos, ajudando a manter viva a história e a cultura afro-brasileira. 

    O samba da Pedra do Sal é uma celebração à cultura, unindo pessoas de todas as origens. O evento acontece todos os fins de semana e às segundas-feiras, por volta das 18h, tocando sempre o melhor do samba, movimentando a região e trazendo grande fluxo de turistas. Este ano, o samba completa  39 anos de história e resistência negra.

    Você pode acompanhar as atividades do samba da Pedra do Sal, no perfil oficial.

Tá curtindo? Clique aqui para assinar o ImaginaRIO sem custo!
ImaginaRio Entrevista

Maria Helena Carmo

Doutora em Comunicação pelo PPGCom/UERJ e mestre em Comunicação pela ECO/UFRJ, Maria Helena Carmo é professora da FACHA e da Faculdade de Comunicação Social da Uerj. Foi coordenadora do curso de Relações Públicas (2012-2015) e do Escritório de Relações Públicas (2009-2011 e 2013-2018) da FACHA. Atualmente, faz parte da equipe do Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (FCS/Uerj). 
 

ImaginaRio: Qual sua relação com a cidade do Rio de Janeiro?

Maria Helena: Nasci no Méier e vivi grande parte da minha vida no Centro do Rio. Então, cresci pelas ruas do centro. Fazia tudo por lá - estudava, frequentava os cinemas e outros espaços culturais, fazia compras no Saara, passeava pelas ruas e becos da região e corria na Praça da República (Campo de Santana) aos domingos. Quando fiz Letras na UFRJ, fiz vários cursos no Real Gabinete Português de Leitura (que prédio lindíssimo) e no Liceu Literário Português e ia com muita frequência à Biblioteca Nacional e às bibliotecas da Cultura Inglesa e do Consulado Americano. Minha vida era o centro, principalmente. No trabalho de conclusão do curso de Relações Públicas na Uerj, iniciei meus estudos da cidade sob a ótica da Comunicação, por meio da pesquisa sobre o Corredor Cultural, projeto da prefeitura do Rio de Janeiro voltado à proteção do ambiente construído/preservação do centro histórico. No mestrado, a minha dissertação “As Avenidas da Modernidade - Rio Branco, Presidente Vargas e das Américas” tinha o objetivo de estudar a cidade que foi sendo destruída, (re) construída e (re) inventada em diferentes momentos históricos. Os megaeventos no Rio de Janeiro fizeram com que me voltasse para a região portuária da cidade e como o Projeto Porto Maravilha apresentava indícios de elementos de marca-lugar. Aliás, o interesse em Comunicação e Cidade foi fundamental para organizar, junto com os professores Ricardo Ferreira Freitas (UERJ) e Flávio Lins (UFJF), o livro “Megaeventos, comunicação e cidade” (2016), que traz reflexões de diversos pesquisadores nacionais e internacionais sobre o fenômeno urbano “grandes/mega eventos”.

 

ImaginaRio: Como você vê o projeto Porto Maravilha após a Rio 2016?

Maria Helena: Essa é uma incógnita. O Porto Maravilha é parte do legado olímpico (está inclusive no dossiê de candidatura do Rio 2016). Trouxe uma transformação urbanística-arquitetônica que tem prós e contras. De um lado, foram criados novos aparatos culturais e deu-se visibilidade (embora, às vezes, forçada) para outras, como o Cais do Valongo, o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, e o Instituto Pretos Novos. Se, por um lado, o Porto Maravilha atrairia turistas e empresas para a região, por outro, houve, sim, um processo de gentrificação. A crise financeira que atingiu a cidade e o Estado um pouco antes das Olimpíadas e a pandemia Covid-19 gerou um esvaziamento da área central da cidade e impactou o projeto (muitas empresas aderiram ao trabalho remoto ou híbrido). Mas algumas ações da prefeitura tentam reverter, de alguma forma, o cenário, como o Reviver Centro, para atrair investimentos em moradia e, na região do porto, o projeto Porto Maravalley, cuja expectativa é tornar a cidade do Rio de Janeiro um polo de inovação e educação. Vamos continuar acompanhando, do ponto de vista da Comunicação, esses recém passos do centro e do porto.

Leitura do Mês

Olhos D'Água - Conceição Evaristo

(Foto retirada do perfil @conceicaoevaristooficial)

    Conceição Evaristo, escritora, poetisa e ensaísta brasileira, nasceu em 1946 em Belo Horizonte e se mudou para o Rio de Janeiro na década de 70 onde iniciou sua carreira acadêmica, culminando em seu doutorado em 2011. Nos anos 90, ingressou na literatura com a publicação de poemas e contos na série “Cadernos Pretos”. 

    Em muitas de suas escritas, ela relata as experiências das mulheres negras e destaca as vozes marginalizadas, que também trazem uma reflexão profunda sobre questões raciais, de gênero e sociais que permeiam a sociedade brasileira.

    Um dos ápices de sua obra é "Olhos d'água", uma coletânea de contos publicada em 2014, que mergulha nas vidas e lutas das personagens negras, em cenários urbanos e periféricos do Brasil. Em um país marcado por profundas disparidades, Conceição Evaristo é uma força literária e social, enriquecendo o nosso cenário literário.

    Interesse em ler “Olhos d’água? É só acessar aqui. Outra dica: visite a  Casa Escrevivência, projeto da escritora Conceição Evaristo para abrigar seu acervo bibliográfico e artístico. O espaço cultural fica no Largo da Prainha, na Saúde, na região do porto do Rio de Janeiro.

🧑🏿‍🤝‍🧑🏻O imaginaRIO é uma realização do Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon/UERJ). O boletim tem a proposta de monitorar e divulgar as principais notícias, eventos culturais e publicações sobre as temáticas do consumo, dos megaeventos e da cidade, com foco no Rio de Janeiro.

Equipe: Ricardo Freitas (coordenador), Vania Fortuna (sub-coordenadora), Maria Helena Carmo, Marcelo Resende, Rafael Nacif, Carlos Matos, Guilherme da Costa, Manuela Howat.
.   .   .
📢 Gostaria de divulgar sua pesquisa, evento ou publicação sobre o Rio de Janeiro aqui no imaginaRIO? Envie um e-mail para laconuerj@gmail.com
Website
Email
Instagram
Spotify
Twitter
YouTube
LinkedIn
© Laboratório de Comunicação Cidade e Consumo (Lacon) 
 Rua São Francisco Xavier, 524 - 10º andar - Bloco F- sala 10.129 · Maracanã · Rio de Janeiro, RJ 20550-013 · Brasil 

Não quer mais receber nosso boletim? :(
Clique aqui para se desinscrever da lista.






This email was sent to <<Email Address>>
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Observatório imaginaRIO · R. São Francisco Xavier, 524, 10º andar - Sala 10001 · Rio De Janeiro, Rj 20010-000 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp