O mercado de Open Innovation cresceu muito desde quando a gente começou. Há três anos não havia quase nenhum investidor pré-seed e seed, e pouquíssimas grandes empresas com abertura para se relacionar com startups. Hoje o que a gente mais vê é investidor pré-seed e seed. A gente conseguiu surfar essa onda um pouco mais limpa, no começo, e não entenda limpa como sem concorrência.
Eu não vejo que exista concorrência nesse mercado. Fiz um estudo lá trás, quando a gente estava fazendo a parceria com a Bossa Nova, sobre os melhores eventos técnicos dos Estados Unidos, e os dez maiores focavam em co-investimento, com pelo menos seis investidores na mesma rodada.
Então, esse mercado não é um mercado de concorrência, esse mercado é um mercado de, novamente, uma parceria ganha-ganha, porque quanto mais investidores qualificados tiverem na rodada da startup, mais conhecimento e mais conexão a startup vai ter, e mais a gente consegue diminuir o risco do investimento.
"O mercado brasileiro ainda precisa entender isso. A gente ainda tem muito aquela cultura de achar uma ideia sensacional, guardar ela e investir sozinho, porque ela vai estourar. Não funciona desse jeito."
A Bossa Nova é uma Venture Capital que nos ajudou muito no início. Conhecemos o João Kleper e o Pierre Schurmann quando a gente estava ainda estruturando o BMG UpTech. Eles atuaram como mentores. Fomos nos aproximando e concluímos que se todos quiséssemos poderíamos fazer algo mais. Nós apresentamos a ideia de parceria dentro do Grupo, apostando na sinergia entre nós, nos pensamentos, ideias e entendimento do mercado em comum, e viramos sócios da Bossa Nova.
Na Bossa Nova a gente tem mais de 430 startups, e mais de 540 investimentos, e no BMG UpTech, mais de 70 startups investidas e mais de 100 investimentos. Quando avaliamos uma startup consideramos muito o track record [trajetória, reputação] dos fundadores, sua capacidade de entrega, e também o timing de mercado. Aí vêm outros pontos que contam, como capacidade de crescimento, os clientes, etc. Nossa atuação é bastante complementar. A Bossa Nova é focada em investimento early stage, pré-seed e seed. O BMG UpTech em corporate venture e aceleração
Nossa missão é usar nosso conhecimento e expertise para a evolução do modelo de negócio e planejamento estratégico das startups. Isso passa também por identificar e conectar as startups com possíveis companhias interessadas em investir em seus projetos.
"Não chegamos apenas como financiadores. Somos realmente parceiros dos empreendedores. Investimos em seus projetos para que consigam se desenvolver e se consolidar. Isso faz diferença!"
Basicamente, identificamos as startups cujos negócios sejam viáveis, investimos no seu desenvolvimento e as colocamos em contato com o mercado, ou seja, com possíveis compradores dos seus produtos e serviços.
Agora estamos nos estruturando para montar projetos white label de corporate venture para grandes instituições, além da possibilidade de coinvistir com elas. É um desdobramento do case com a CNT. Na prática, o que a gente fez com a CNT foi criar um programa de corporate venture para eles.
"Muitas empresas investem diretamente e acabam matando as startups investidas, as levando para dentro da estrutura. Às vezes por puro desconhecimento de como as startups funcionam."
Isso faz com que muitos empreendedores tenham receio de tratar com uma grande empresa que nunca se relacionou com startups. Nós propomos um modelo diferente dos outros bancos, que preferiram investir em hubs de inovação, como o Cubo e o InovaBra. Investir é razão de o BMG UpTech existir. E investimos em gente.
Um erro que a gente cometeu lá no início, quando montamos o BMG UpTech, for ter criado um andar para receber as startups ali. O andar ainda existe, mas a gente prefere que as startups estejam fora daqui. Como a maioria das nossas investidas é B2B ou B2B2C elas podem prestar serviços umas para as outras.
A gente estimula muito a sinergia entre elas. E, pelo menos uma vez por mês, fazemos um evento para toda a rede, onde chamamos outros empreendedores que já construíram cases de sucesso para contar sua história. Já recebemos os fundadores da Rappi, do Nubank... A gente precisa dar muita atenção para rede, para que ela cresça e prospere.
O BMG UpTech é uma empresa bem enxuta. A maior parte dos nossos funcionários, mais ou menos 10 pessoas, está na área jurídica. Temos mais cinco pessoas na área operacional. Conseguimos ser enxutos assim porque a gente usa a estrutura operacional do Grupo BMG. Por que que a gente tem essa estrutura jurídica grande? A gente presta serviços tanto para as startups do BMG UpTech quanto da Bossa Nova. Teve um mês do ano passado que nós fizemos 40 investimentos, então a gente teve que fazer 40 due diligences simultâneas.
Por conta da parceria com a Bossa Nova a gente conseguiu azeitar bem a máquina de investimentos. Hoje o nosso processo é muito rápido. Da negociação até o dinheiro cair na conta, a gente está falando de algo entre 1 mês e meio, dois meses. Algo muito importante para as startups brasileiras.
A gente também já não depende tanto dos programas de inovação de terceiros para investir. Captamos propostas através dos sites, tanto do BMG Tech quanto da Bossa Nova, da participação em eventos e também através das dicas dos investidores. Geralmente quando é indicação o lead chega mais quente pra gente. A gente é muito aberto com relação a prospecção e interação com o mercado. Basta entrar em contato! Há ótimas oportunidades para fomentar a inovação e o empreendedorismo brasileiro.
"O que a gente quer é ajudar founders e startups a crescerem, darem lucro e, mais na frente, programar a saída para gente ter o nosso dinheiro de volta."
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